Naquele dia, eu estava no El Templo, meu clube de luxo. Um lugar para poucos, só para os mais fodidos de dinheiro e poder. O bar servia os melhores destilados, os negócios aconteciam de forma discreta, sem idiotas se metendo onde não deviam.
Fui direto para o escritório, precisava revisar alguns documentos importantes. Papéis, números, transações... Mierda, essa parte sempre foi um saco, mas essencial. Controle era tudo.
Minutos depois, Ramón entrou sem bater, como sempre. Meu irmão nunca teve paciência para formalidades.
Ramón Martinéz
— Hermano, madrugou hoje? — ele jogou o corpo na poltrona de couro como se não tivesse um único problema na vida.
Levantei os olhos para ele, soltando uma risada seca.
— Alguém tem que trabalhar, coño. Não é todo mundo que pode se dar ao luxo de dormir até tarde como você, cabrón.
Ele sorriu de canto, aquele jeito despreocupado que só ele tinha. Mas eu sabia que, quando necessário, Ramón era um filho da puta letal.
— Tenho muita coisa para resolver hoje — continuei, acendendo um charuto. — Os Sánchez, os Ramírez e os Rodríguez jantarão em minha casa esta noite. Quero você lá. Nosso padre também estará presente.
Ramón ergueu uma sobrancelha, pegando um copo de uísque que estava na minha mesa.
— Carajo, essa reunião vai feder... Você acha que eles vão concordar com os novos termos?
Soltei a fumaça devagar.
— Vão ter que concordar. Ou vão acabar no chão.
Ele riu baixo, balançando a cabeça.
— Eu vou. Mas tem outra coisa... — ele tomou um gole do uísque e me olhou nos olhos. — Eu quero ir resgatar Gabriel.
Fechei a cara na hora. Não era o que eu esperava ouvir agora.
— Que merda você tá dizendo, Ramón?
— Eu vou para os Estados Unidos com alguns homens. Será uma missão demorada, mas precisamos tirar ele de lá. — Seu tom ficou mais sério. — Gabriel não vai sobreviver naquele inferno muito tempo.
Passei a mão no rosto, soltando um longo suspiro.
— Ramón, essa missão não é tão simples. Precisamos ir com calma para não fodermos tudo.
Ele se inclinou para frente, os olhos escuros brilhando com determinação.
— Justamente por isso eu quero ir com os homens. Você precisa cuidar dos negócios por aqui. Eu cuido disso. Gabriel precisa sair daquele buraco antes que alguém acabe com ele.
Porra. Ele estava certo. Mas isso não significava que eu gostava da ideia.
Fiquei em silêncio por um momento. Depois, apertei o maxilar e acenei com a cabeça.
— Mierda... Tudo bem. Vou enviar os melhores homens com você. Mas, Ramón, escuta bem o que eu tô te dizendo... Seja esperto. Não quero que nada aconteça com você nem com ele. Se der merda, aborta a missão.
Ele assentiu, um meio sorriso surgindo no canto da boca.
— Tranquilo, hermano. Hoje à noite, vamos brindar. Gabriel vai voltar.
Soltei um riso sem humor.
— Faremos, hermano.
Antes que pudéssemos continuar, Afonso, meu braço direito, entrou no escritório sem cerimônia.
— A encomenda chegou, patrón.
Me levantei no mesmo instante. Eu estava esperando os novos brinquedinhos chegarem. Armas de última geração, potentes o suficiente para fazer um estrago bonito.
— Ótimo. Vamos ver isso.
Eu e Ramón descemos até o porão do clube, onde as entregas mais delicadas eram feitas. Duas enormes caixas de metal estavam ali, recém-abertas, exibindo seu conteúdo letal.
Afonso puxou a tampa de uma das caixas. Lá dentro, rifles de precisão, pistolas modificadas e explosivos capazes de derrubar um prédio.
Ramón assobiou, impressionado.
— Joder, parece Natal.
Peguei um dos rifles, pesado, robusto, um verdadeiro monstro de precisão. Mirei no vazio, testando o peso na mão.
— Perfeito. Isso vai nos gerar uma boa grana.
Ramón pegou uma das pistolas, testando o carregador.
— Qué belleza... Isso aqui pode abrir um buraco na cabeça de qualquer filho da puta.
Afonso riu.
— E faz isso sem barulho, patrón. Testamos ontem. Silencioso como um sussurro.
Sorri de canto.
— Bom trabalho. Quero tudo isso pronto para entrega. E algumas peças separadas para a missão do Ramón.
Afonso assentiu.
— Vou providenciar, patrón.
Eu e Ramón trocamos um olhar. As coisas estavam se movimentando rápido.
— Se essa missão for uma armadilha, você recua — avisei.
Ele deu um tapa no meu ombro e sorriu.
— Se for uma armadilha, hermano, eu mato cada filho da puta antes de sair de lá.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Fabiana Soares
eu acho que alguém nesse jantar vai gostar dela e ele com ciúmes
2025-02-20
45
Anny
eu acho que ela está um atrevevida por trabalhando na casa do mafioso ,mesmo sendo parente de uma antiga funcionária não se pode usar termos como se fossem "colegas "
2025-04-04
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Mariah
o jeito que ele elogia os irmãos, me lembra a forma que a Chiquinha defendia o seu madruga kkkk
2025-04-05
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