O quarto estava silencioso quando abri os olhos. A primeira coisa que percebi foi a ausência do calor ao meu lado. Dante não estava mais na cama.
Minha mente ainda estava nublada pelo sono enquanto olhava ao redor, procurando algum sinal dele. Olhei para o relógio na mesinha de cabeceira: 6:00 da manhã.
O sol ainda estava nascendo, sua luz dourada entrando timidamente pelas frestas da cortina.
Respirei fundo e me sentei na cama. Meu corpo ainda estava cansado, mas minha mente já começava a processar o dia. Onde Dante teria ido tão cedo?
Me levantei e coloquei um robe sobre o pijama antes de sair do quarto. O corredor estava silencioso. Tudo na mansão parecia tão grande e imponente, diferente do que eu estava acostumada.
Caminhei até o quarto das crianças, abrindo a porta devagar para não acordá-las.
Bento e Bella dormiam tranquilos em seus bercinhos, suas respirações suaves enchendo o ambiente com uma paz que me fazia sorrir. Me aproximei lentamente, meus olhos fixos neles.
— Vocês são as coisas mais preciosas da minha vida... — murmurei, tocando suavemente a mãozinha de Bento, que se mexeu levemente no sono.
— E espero que sempre saibam disso.
Fiquei ali por um tempo, apenas admirando meus bebês, sentindo o peso das responsabilidades e do amor que eu carregava por eles.
O silêncio foi interrompido por uma voz suave atrás de mim.
— Eles são lindos.
Me virei rapidamente e vi Mia, a irmã mais nova de Dante, parada na porta com um sorriso no rosto.
— Ah, você me assustou. — coloquei a mão no peito, rindo levemente.
Mia se aproximou, olhando para os bebês com um brilho nos olhos.
— Desculpa. Eu sempre acordo cedo e queria vir vê-los de novo. Não consigo acreditar que meu irmão tem filhos agora.
Assenti, soltando um pequeno suspiro.
— Nem eu, às vezes. Ainda parece surreal.
Mia me olhou curiosa.
— Vocês se conhecem há muito tempo?
A pergunta me pegou um pouco desprevenida.
— Na verdade, não. Nossa história foi... inesperada.
Mia franziu a testa.
— E você gosta do Dante?
Engoli em seco. O que responder para a irmã dele? Não era uma resposta simples.
— Eu... respeito muito ele. — optei por uma resposta segura. — Ele tem sido um ótimo pai para os bebês.
Mia arqueou uma sobrancelha.
— Isso não responde minha pergunta.
Suspirei, cruzando os braços.
— As coisas entre nós são... complicadas. Não foi algo planejado. Mas estou tentando fazer o que é melhor para meus filhos.
Mia assentiu lentamente, como se estivesse absorvendo minhas palavras.
— Entendi. — ela sorriu suavemente. — Bom, eu espero que vocês encontrem um jeito de se entender. Sei que meu irmão pode ser teimoso, mas no fundo ele tem um bom coração.
Sorri, sem saber muito bem como responder.
— Obrigada, Mia. Isso significa muito.
Ela me deu um abraço rápido, depois olhou para os bebês uma última vez antes de sair.
Quando Mia saiu do quarto, o silêncio se instalou novamente. Eu respirei fundo, sentindo o peso da noite e da madrugada começando a ceder. No entanto, logo fui interrompida pelo som suave e frágil de um choro.
Bento.
Virei-me rapidamente para o berço dele e vi seus olhos ainda fechados, mas com o rostinho contraído, como se estivesse incomodado por algo.
— Oi, meu amor... — murmurei, indo até ele e levantando-o com cuidado, sentindo o calor de seu corpinho pequeno.
Ele se acalmou ao ser puxado para meu colo, mas o choro continuou, suave, uma reclamação silenciosa.
Sentei-me na cadeira de amamentação, ajustando o travesseiro para conseguir amamentá-lo confortavelmente. Enquanto isso, Bella também começou a dar sinais de despertar. Seus olhinhos se abriram lentamente, e ela fez um pequeno barulho, quase como se estivesse pedindo atenção.
— Você também está acordada, minha princesa? — falei em voz baixa, olhando para Bella enquanto me preparava para alimentar Bento.
— Eu cuido da Bella enquanto você amamenta Bento, tudo bem? — disse Suzana a nova enfermeira
Assenti, grata pela ajuda.
— Sim, obrigada, Suzana.
Ela sorriu, pegando Bella no colo com a mesma suavidade com que eu tinha pego Bento. A bebê ainda estava um pouco sonolenta, mas se aninhou nos braços de Suzana sem protestar.
Bento logo começou a mamar, e o som do seu pequeno suquinho era reconfortante. Senti aquele calor no peito que só a amamentação poderia trazer, e sorri de leve ao ver o quanto ele parecia satisfeito.
— Está melhor agora, meu amor? — perguntei suavemente, acariciando os fios finos de seu cabelo.
O choro de Bento cedeu gradualmente até desaparecer, e ele começou a se alimentar tranquilamente.
Do outro lado do quarto, Susana estava com Bella, que já parecia ter acordado de vez. Ela olhava curiosa para o novo ambiente ao seu redor, observando a movimentação de Suzana com os olhos bem abertos.
— Olha, que linda. Bella já está bem acordada, não é? — Susana disse com um sorriso, olhando para a pequena.
— Sim, ela sempre acorda rapidinho. Parece que não quer perder nada. — respondi, com um sorriso cansado nos lábios.
Susana riu suavemente e ajeitou Bella nos braços.
— Eu posso segurar ela por mais um tempo se você quiser descansar um pouco.
Fiquei em silêncio por um momento, pensando no quanto estava precisando de um respiro, mas ao mesmo tempo não queria me afastar dos meus bebês.
— Eu estou bem. Só preciso dar um tempo para o Bento terminar.
O silêncio confortável no quarto foi quebrado novamente, dessa vez pela voz suave de Suzana.
— Eles são tão adoráveis. Eu vejo que você é uma mãe incrível.
Senti meu coração aquecer com aquelas palavras, mesmo que me parecesse um pouco estranho ouvi-las de alguém que acabara de chegar.
— Obrigada. Eu tento fazer o meu melhor.
Susana olhou para mim com um sorriso amigável.
— Você vai se sair muito bem. Eles têm sorte de ter você como mãe.
Eu não sabia o que responder de imediato. Só sabia que tudo parecia tão novo para mim, e eu estava fazendo o meu melhor para não deixar o caos tomar conta da minha vida.
Bento terminou de mamar e se afastou do meu peito, olhando para mim com os olhinhos curiosos. Eu o acomodei em meu colo, balançando-o levemente, e ele logo deu uma pequena bocejada.
— Está satisfeito, meu bem? — perguntei com um sorriso, acariciando sua bochecha rosada.
Bento respondeu com um leve gemido e um sorriso tímido. Meu coração derreteu instantaneamente.
— Parece que sim.
Susana se aproximou com Bella e a colocou ao meu lado, me ajudando a ajustar o travesseiro.
— Agora é a vez da Bella.
Olhei para minha filha, que parecia estar começando a se acostumar com a amamentação. Ela estava curiosa, olhando para tudo ao redor, mas ao sentir o toque do meu peito, começou a sugar com rapidez.
— Isso mesmo, minha princesa. Agora é você quem vai mamar. — falei suavemente, observando os dois bebês, cada um em seu momento, mas tão parecidos em suas necessidades.
Susana se afastou um pouco, observando em silêncio, mas eu sabia que estava ali caso precisasse de ajuda.
Eu olhei para Bella, que estava tranquila e concentrada, e então fixei meus olhos em Bento, que estava quase adormecendo em meu colo. Ambos eram tão pequenos, tão indefesos, e ao mesmo tempo, tão poderosos em sua capacidade de me transformar a cada segundo.
— Como é bom tê-los aqui. — murmurei para mim mesma.
Suzana estava mais distante agora, mexendo com algumas coisas ao redor. O quarto parecia estranha, mas ao mesmo tempo, havia algo de confortável ali. O fato de estar com os bebês, em um lugar onde eu não conhecia muito bem, me dava uma sensação de que nada mais importava.
Acho que era isso que a maternidade fazia. Transformava tudo o que era novo em algo seguro e cheio de sentido.
— Está tudo bem, né? — Susana perguntou, me interrompendo em meus pensamentos.
Olhei para ela e vi que estava me observando com um olhar atento.
— Sim, tudo ótimo.
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Atualizado até capítulo 85
Comments
angel.🌺
Acho que ela tá cercada de vigia, essa Suzana está ali pra vigiar cada passo dela, tomara que ela se atente a isso,e não dê brechas, nem mesmo pra tal da Alina.🤔😬
2025-03-08
28
Denise
Mesmo sem estar apaixonada pelo DANTE, AURORA se sentiu segura nos braços dele, tanto que dormiu a noite toda. Tomara que SUZANA não seja informante de ALINA.
2025-03-29
1
Heloisa Coca
acha mesmo que esse velho não vai querer fazer o exame de DNA, nas crianças , já ,já ele vai saber de toda a história
2025-03-21
1