Após ajeitar as crianças no quarto delas, a noite parecia finalmente ganhar um ritmo mais tranquilo. O cansaço do dia pesado começou a se refletir no meu corpo, e eu sabia que a amamentação seria um momento de paz e proximidade com Bento e Bella. Embora os primeiros dias como mãe estivessem repletos de desafios, com a ajuda da Clara e da enfermeira Suzana, parecia que, aos poucos, eu estava começando a me adaptar.
Clara estava ao meu lado, sempre com um sorriso acolhedor e um olhar atento. Ela sabia como eu estava exausta, mas me ajudava em tudo o que fosse necessário, desde segurar a mamadeira para os bebês até me ajudar a me acomodar na cadeira de amamentação. Suzana, a enfermeira que o senhor Morelli contratou, também estava lá, com seu jeito calmo e profissional. Ela era mais nova do que a maioria das enfermeiras que eu imaginava, mas sabia exatamente como lidar com as crianças, e isso me dava uma sensação de confiança.
Eu me sentei na cadeira de amamentação, ajustando os bebês para garantir que eles estavam confortáveis. A presença tranquila de Suzana e Clara me fazia sentir que, pelo menos por agora, eu poderia me entregar ao momento de cuidado dos meus filhos, sem tantas preocupações. Cada movimento de Bento e Bella me preenchia com uma sensação de alegria indescritível, apesar de todos os novos desafios que enfrentávamos.
— Tudo bem, mãe? — Clara perguntou, olhando para mim com carinho enquanto ajeitava uma das cobertas ao redor dos bebês.
— Sim, tudo bem... Acho que estou começando a me acostumar com isso. — Respondi, dando um leve sorriso, mas um sorriso que ainda carregava um pouco de cansaço.
Nesse momento, a porta do quarto das crianças se abriu com um leve toque, e uma figura apareceu na entrada. Era a governanta, Alina. Ela entrou com um passo firme, com sua postura sempre impecável, mas havia algo de diferente em sua expressão. Ela parecia mais descontraída do que o habitual, como se estivesse prestes a dar algum tipo de recado importante.
— Senhora Aurora, — ela começou, se aproximando com um sorriso contido. — O jantar será servido em uma hora. O senhor Morelli e a família esperam que todos estejam presentes.
Eu assenti, tentando me organizar mentalmente para o que viria em seguida. Jantar com a família Morelli... Eu sabia que seria um evento tenso, especialmente com todas as expectativas e as diferenças culturais. Não estava completamente à vontade nesse novo mundo, mas sabia que tinha que fazer o meu melhor para me encaixar.
— Obrigado, Alina. Estaremos prontos. — Eu disse com um tom firme, tentando parecer mais confiante do que realmente estava me sentindo.
Antes que Alina pudesse sair, outro som ecoou na porta. Mia, a irmã mais nova de Dante, entrou suavemente, com um sorriso largo no rosto. Ela era bem diferente do resto da família Morelli, com seu estilo mais descontraído e a aura de alguém mais jovem e mais casual. Ela parecia tão ansiosa para ver os sobrinhos que quase pude sentir sua energia vibrando no ar.
— Oi, Aurora! — Mia exclamou com um sorriso contagiante. — Posso ver meus sobrinhos?
Eu olhei para ela e sorri timidamente. Mia era acolhedora, o que me fez sentir mais confortável. Algo me dizia que ela não era como o resto da família, ou pelo menos, não como os irmãos de Dante.
— Claro, Mia. — Eu respondi, fazendo um movimento com a cabeça para que ela se aproximasse. — Eles estão aqui.
Mia caminhou até o lado da cama dos bebês e, com uma expressão de pura admiração, começou a observá-los com muita atenção. Ela estava em silêncio, com os olhos brilhando, e sua energia juvenil parecia encher o ambiente. Clara, que estava ao meu lado, também sorriu ao ver o interesse genuíno de Mia pelos bebês.
— Eles são tão pequenos, né? — Mia comentou, tocando suavemente a mão de Bella. — Parece que foi ontem que vi o Dante dizendo que não queria ter filhos.
Eu dei um sorriso sem graça. Não sabia como responder a isso, pois ainda me sentia uma estranha no meio daquelas pessoas, mas Mia estava tão empolgada com os sobrinhos que não consegui deixar de sentir um pouco de calor no peito.
— Sim, eles são bem pequenos. Mas é incrível como o tempo passa rápido. — Eu respondi, sentindo uma leve tensão, mas tentando me soltar mais.
Nesse momento, Suzana, que estava perto, fez um gesto discreto para me alertar de que era hora de terminar a amamentação. Eu ainda tinha que me preparar para o jantar, e não queria me atrasar.
— Eu preciso ir agora, Mia, mas é ótimo ver você tão empolgada com os bebês. — Eu disse, começando a arrumar as coisas ao redor.
Mia assentiu com um sorriso ainda mais largo.
— Com certeza, Aurora. Eu vou ficar aqui um pouco mais, se você não se importar. — Ela respondeu, com os olhos fixos nos bebês.
Alina, que havia ficado observando a interação entre Mia e eu, deu um passo à frente e, com uma leveza de sempre, falou:
— Senhora Aurora, o senhor Morelli aguarda todos no salão. Por favor, se puder, comece a se preparar para o jantar.
Eu respirei fundo e me levantei da cadeira de amamentação, com Clara e Suzana me ajudando. Olhei para Mia e acenei com a cabeça, tentando demonstrar que estava agradecida por ela estar tão empolgada em conhecer os sobrinhos.
— Com certeza, Mia, você pode ficar aqui. Eu volto logo.
Mia deu um sorriso travesso e continuou a observar os bebês, completamente encantada. Ela estava tão envolvida que parecia não perceber o tempo passar. Eu e Clara saímos do quarto, e Alina nos conduziu até o quarto onde eu e Dante ficávamos.
— Senhora Aurora, o senhor Morelli pediu que você estivesse pronta em breve. — Alina disse com sua voz calma.
Eu a agradeci com um simples aceno de cabeça, enquanto começava a me preparar. Clara estava ali para me ajudar com a roupa, enquanto Suzana ficou à porta, vigiando os bebês. O nervosismo começou a crescer à medida que eu me preparava para o jantar. Não sabia como seria a recepção, e, por mais que eu tentasse me acalmar, sabia que o encontro com o resto da família Morelli seria crucial.
— Você está ansiosa? — Clara perguntou, enquanto me ajudava a vestir um vestido que achei ser adequado, mas não muito chamativo. Era uma escolha simples, porém elegante. Não queria parecer forçada.
— Sim... Não sei bem o que esperar. — Eu disse, ajustando meu cabelo.
— Eles parecem estar se acostumando com você. — Clara comentou, com uma leveza que tentou me tranquilizar. — Dante tem muito a provar para a família dele, mas eles vão ver que você está ao lado dele.
Eu respirei fundo e, com o apoio de Clara, finalmente me senti um pouco mais confiante para o jantar. Eu sabia que a noite não seria fácil, mas talvez, só talvez, a aceitação de Dante pela sua família fosse algo que, ao longo do tempo, eu também conseguiria conquistar.
Era hora de descer para o jantar, e eu estava pronta para o que viesse a seguir.
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Atualizado até capítulo 85
Comments
angel.🌺
tbm acho que não teria necessidade de morar com família toda assim, muita falta de privacidade, e o Dante homem velho de maior idade,em concordância com isso,sabendo das intenções do avô. 🙄😡
mais tbm não entendo ela fala do luxo e da riqueza deles,como se ela fosse uma simples mulher pobre, pois pelo que entendi os pais eram ricos e prepotentes tbm,só não tão ricos quanto a família do Dante.🤔🤔😬
2025-03-08
26
Denise
ALINA parece um general. Coitada da AURORA e do DANTE. Tomara que CLARA não seja ameaçada e coagida por ALINA para contar os segredos de AURORA e DANTE.
2025-03-29
1
Magna Regina
pior o velho ameaçando ela se foi o neto que a abordou pra fazer contrato
2025-03-28
1