capítulo 20

O vento cortante assobiava entre as árvores, trazendo consigo a umidade da noite. No topo de um morro isolado, Mateo encostava-se contra a lataria fria do carro preto, os olhos fixos nas luzes tênues da cidade abaixo. O silêncio do ambiente era perturbador, mas ele sabia que não estava sozinho.

Xavier surgiu das sombras, o sobretudo negro ondulando com o movimento.

Xavier: "Tem certeza de que é isso que quer fazer?" — sua voz era baixa, carregada de preocupação.

Mateo acendeu um cigarro, tragando profundamente antes de responder.

Mateo: "Não tenho escolha. Don Gael está avançando mais rápido do que prevíamos. Se não nos anteciparmos, ele vai nos engolir vivos."

Xavier cruzou os braços, analisando o amigo com um olhar sério.

Xavier: "Isso pode custar sua vida. Você sabe como ele é. Se descobrir que você está tramando algo contra ele..."

Mateo: "Não se trata de se ele vai descobrir, mas sim de quando. E quando isso acontecer, eu já terei garantido que minha mãe, sogra, Mariana e Sofia estejam seguras."

Xavier: "E é por isso que você quer reduzir a segurança da sua casa a apenas cinco homens? Isso é loucura, Mateo."

Mateo exalou a fumaça devagar, seus olhos brilhando sob a luz fraca da lua.

Mateo: "Não é loucura. É um jogo de xadrez, Xavier. Eles precisam pensar que estão com a vantagem. Don Gael e Joaquim irão se mexer essa noite. E eu vou estar esperando."

Xavier: "Esperando o quê? Mateo, que diabos você está planejando?"

Mateo: "Quando a hora certa chegar, você vai saber. Por agora, só precisa confiar em mim. Eu deixei um presente na mansão. Assim que o alarme da minha arma disparar no porão, você detona a casa e tira as mulheres de lá. Pode contar isso para os homens, mas só eu sei o que realmente vai acontecer. Eu vou me deixar ser levado."

Xavier arregalou os olhos, descrente.

Xavier: "Isso é suicídio!"

Mateo: "Não. Isso é o fim do jogo. No sétimo dia, vamos acabar com Don Gael e Joaquim. De uma vez por todas."

A noite estava apenas começando quando Mateo voltou para a mansão. A tensão ainda era palpável entre ele e Mariana depois da discussão intensa que tiveram minutos atrás. Ele não queria envolvê-la em seu mundo, mas, ao mesmo tempo, sabia que não podia protegê-la para sempre.

Ele subiu as escadas, mas antes que pudesse alcançar o quarto, sentiu um arrepio na espinha. Algo estava errado. O silêncio absoluto era anormal.

Um estalo ecoou no corredor. Um segundo depois, a explosão de um vidro estilhaçado preencheu o espaço.

BOOM!

A porta principal foi arrombada com um estrondo, e tiros começaram a ecoar pela mansão. Mateo sacou sua arma no mesmo instante, os instintos de sobrevivência assumindo o controle.

Mateo: "MERDA!" — Ele se jogou atrás da parede antes que uma saraivada de balas rasgasse o ar ao seu redor.

Os guardas de Mateo tentaram reagir, mas eram poucos, apenas cinco homens, e foram brutalmente abatidos pelos invasores encapuzados. O som dos corpos caindo no chão se misturava ao barulho ensurdecedor dos disparos.

Don Gael: "SAIAM DA FRENTE! ELE É MEU!"

A voz rouca e carregada de sotaque russo cortou o caos como uma lâmina afiada. Mateo sentiu o sangue gelar por um segundo antes de recobrar os sentidos.

Ele correu pelos corredores, desviando dos tiros, derrubando inimigos pelo caminho. Ele disparou, acertando um dos capangas de Gael no peito, depois outro na perna. Sua munição estava acabando, e ele sabia que não resistiria por muito tempo.

Mariana gritou em algum lugar da casa. O pânico tomou conta dele.

Mateo: "Mariana! Mãe! Sofia!"

Mas antes que pudesse avançar, algo atingiu sua perna.

Mateo: "AAARGH!" — Ele caiu de joelhos, pressionando a coxa ensanguentada.

Antes que pudesse reagir, Don Gael surgiu diante dele, segurando um rifle de assalto com um sorriso frio e cruel.

Don Gael: "Correu o bastante, Mateo? Agora é minha vez."

Sem aviso, ele desferiu um chute brutal no rosto de Mateo, jogando-o contra a parede. O mundo girou por um instante antes que outro golpe acertasse seu estômago, fazendo-o cuspir sangue.

Os capangas de Gael o agarraram, arrastando seu corpo ferido para fora da mansão. O cheiro de pólvora e fogo tomava conta do ar. Mateo lutou, mas estava fraco demais.

Foi então que aconteceu.

BOOOOOOM!

A mansão explodiu em uma onda de chamas e destroços. O impacto fez o chão tremer, e Mateo sentiu o calor do fogo em sua pele.

Sete dias depois, um galpão abandonado. Mateo estava acorrentado, fraco, mas não vencido.

Joaquim entrou, segurando documentos falsificados.

Joaquim: "Mateo, aí está a prova de todos os crimes que você cometeu. O fim da sua era."

Mateo sorriu, um sorriso diabólico que gelou o sangue dos presentes.

Mateo: "Você realmente acha que está no controle, Joaquim?"

Antes que ele pudesse responder, Mateo se soltou das correntes com uma leveza assombrosa, mesmo fraco e ferido, segurando joaquim pelo pescoço.

O galpão foi invadido por seus homens em segundos começou uma guerra.

Mateo: Vamos brincar Joaquim de tiro ao alvo? --- disse com um olhar intenso

Antes mesmo que joaquim pudesse reagir ele o pendurou na parede enfiando dois pedaços de ferro em cada ombro, e começou a atirar nele em ponto específico para ele sentir muito dor

Xavier: Caralho mano lembre-me de nunca lhe irritar --- diz a olhar para o Joaquim e gargalhando

Mateo: Não disse que daria tudo certo?

Xavier: Nem tudo Mariana quase morre por sua culpa idiota.

Mateo: Estou fodido

Xavier: agora vamos levar esses ratos para brincar, aliás o que sobrou do Joaquim

Sem dizer uma palavra Mateo chegou perto dele e jogou álcool e acendeu o isqueiro e colocou fogo nele.

No mesmo instante Juan apereceu arrastando Gael acompanhado por seu pai e Ramón

Don Gael foi levado para uma sessão de tortura impiedosa antes de finalmente ser eliminado.

Mateo, à beira da exaustão acabou perdendo mais sangue do que já tinha perdido esses dias, foi levado à pressas ao hospital da máfia. Ao despertar, Mariana entrou correndo no quarto e se jogou sobre ele.

Mariana: "EU TE AMO! Mas você está de castigo pelo susto que nos deu!"

Mateo riu, sentindo uma paz que há tempos não conhecia.

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