Mariana suspirou, observando o relógio na parede da cozinha. Era quase duas da tarde, e ela já havia terminado suas obrigações do dia quando Silvia, sua madrinha, apareceu na porta com os braços cruzados e um olhar indecifrável.
— Preciso de um favor, minha filha — disse Silvia, direta como sempre.
Mariana se virou para ela, enxugando as mãos no avental. Silvia era uma mulher de presença forte, uma daquelas pessoas que você jamais conseguiria ignorar. Mariana a conhecia desde criança e sempre a viria como uma segunda mãe. Seu tom autoritário, no entanto, indicava que o pedido não era negociável.
— O que foi? — perguntou, já esperando alguma tarefa impossível.
— Mateo está lá em cima, trancado no quarto chegou de madrugada carregado por Juan. Nem desceu para comer. Preciso que leve algo para ele.
Mariana arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.
— E por que eu madrinha? Você tem um monte de empregados que fariam isso sem questionar.
Silvia a olhou de cima a baixo, como se soubesse exatamente o que Mariana tentava fazer. A verdade era que ela evitava Mateo desde do momento que eles se viram na noite anterior. Ele era um problema, um caos envolto em charme e perigo, e Mariana não gostava de se envolver em confusão. Mas Silvia apenas sorriu de canto, aquele sorriso que dizia "não adianta discutir".
— Porque os empregados têm medo dele — respondeu simplesmente, pegando uma bandeja e começando a colocar uma xícara de café e pão torrado. — E você não.
Mariana bufou, revirando os olhos.
— Ele precisa aprender a lidar com as próprias ressacas, madrinha. Um homem feito daquele tamanho e ainda precisa que alguém cuide dele?
— Todos precisamos de alguém, menina — respondeu Silvia, com um olhar mais suave desta vez. — Mesmo os que não admitem.
Mariana cruzou os braços, relutante. Não queria demonstrar que a madrinha tinha razão, mas algo no olhar dela fez seu peito apertar. Mateo podia ser um idiota presunçoso, mas não deixava de ser um ser humano. Suspirando, pegou a bandeja das mãos de Silvia.
— Se ele me xingar ou jogar isso em mim, eu vou fazer o mesmo e esfrego essa torrada na dele — resmungou, caminhando até as escadas.
— Eu duvido — respondeu Silvia, sorrindo satisfeita. — Agora vá, e não seja tão dura com ele.
Mariana apenas resmungou algo inaudível e subiu as escadas, já preparando a resposta afiada que daria a Mateo se ele começasse com suas provocações. Mas, no fundo, uma pequena parte dela se perguntava o que encontraria ao abrir aquela porta.
Ao empurrar a porta do quarto, a luz forte fez Mariana piscar algumas vezes. Mateo resmungou algo e cobriu os olhos com o braço.
— Por que diabos a luz está acesa essa hora da madrugada? — ele resmungou com a voz rouca.
Mariana soltou um riso debochado, encostando-se na porta.
— Se quatorze horas da tarde é madrugada para o senhor… — disse com ironia.
Ela observou Mateo franzir a testa antes de abrir os olhos devagar. O efeito da ressaca era evidente em seu rosto, mas o que mais a surpreendeu foi o jeito como ele a olhava, como se estivesse tentando decifrar algo nela. Aquilo a incomodava. desde do momento que ela viu Mateo ele conseguia deixá-la desconfortável, não por medo, mas pela intensidade de sua presença.
Ele riu baixo, rouco.
— Eu morri, anjo?
Mariana revirou os olhos e caminhou até a cama, segurando a bandeja.
— Sua mãe pediu que eu trouxesse isso. E eu sou educada demais para recusar — respondeu, colocando a bandeja na mesa ao lado.
Mateo pegou a xícara e tomou um gole de café antes de encará-la novamente.
— Educada? Você me chamou de bebum sem nem piscar.
Ela ergueu uma sobrancelha, divertida.
— E eu menti?
Ele não respondeu de imediato, apenas a observou com aquele olhar que fazia seu estômago revirar. Mariana nunca o temeu, mas sabia que Mateo tinha um poder sobre as pessoas que ela não queria admitir que também a afetava. Ele gostava de desafios, e, ao contrário de outras mulheres, ela não lhe dava o que ele esperava.
— Cuidado, bambina. Eu não sou um homem com quem se brinca.
Ela sorriu de canto, inclinando-se levemente sobre ele.
— Quem disse que estou brincando?
Antes que ele pudesse responder, Mariana se afastou, sentindo o olhar dele queimar suas costas. Saiu do quarto com o coração acelerado, mas mantendo a postura firme. Mateo era um problema. Um problema que, por mais que negasse, a intrigava mais do que deveria.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Celia Aparecida
como dizem depois da tempestade vem o sol né vão ficar igual gato e rato e depois no final será só nove né gente
2025-03-05
3
Dulce Gama
o relacionamento desses dois vái ser de cão e Gato KKK no começo depois só bonança KKK 🌹🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁👍👍👍👍👍❤️❤️❤️❤️❤️🌟🌟🌟🌟🌟
2025-02-11
1