capítulo 15

Silva estava radiante, os olhos brilhando de emoção enquanto segurava as mãos de Mariana.

Silva: Ah, minha querida, você não tem ideia do quanto estou feliz por você ser minha nora! — exclamou, apertando as mãos de Mariana com força. — Tenho certeza absoluta de que você e Mateo serão muito felizes juntos. Esse menino pode ser meio cabeça-dura às vezes, mas ele te ama como nunca vi ninguém amar antes.

Mariana sentiu o coração se aquecer com as palavras da sua madrinha e agora sogra. Saber que tinha o apoio dela significava muito.

Mariana: Obrigada, madrinha! —  sorriu, emocionada. — Eu também amo muito o Mateo… mesmo quando ele me deixa irritada as vezes, sei que foi tudo muito rápido.

Silva riu alto.

Silva: Ah, minha filha, casamento é isso mesmo. Eu e o Francisco temos nossos momentos, mas no fim, é sempre ele que acaba dormindo no sofá! — Ela piscou, cúmplice. — Falando em momentos…

Silva virou-se para Júlia, abrindo os braços.

— Júlia, minha querida! Eu estava morrendo de saudade! — Silva a abraçou apertado.

Júlia retribuiu o abraço com carinho.

Júlia: E eu de você, Silva! Faz tempo que não aprontamos juntas! — Ela riu.

Francisco e Ramón, que estavam por perto, imediatamente trocaram olhares apreensivos.

Francisco: Eu não gosto desse tom… — murmurou .

Ramón: Nem eu… — acrescentou, cruzando os braços.

Silva: Ah, meninos! — balançou a mão no ar, como se afastasse as preocupações deles. — Só estamos lembrando dos velhos tempos. Júlia, você lembra daquele dia na praia de Copacabana?

Júlia imediatamente caiu na gargalhada.

Júlia: Como poderia esquecer?! Francisco e Ramón quase tiveram um ataque cardíaco!

Mateo olhou confuso para o pai.

— Que história é essa?

Francisco pigarreou, claramente desconfortável.

— Nada importante, filho.

Silva: Nada importante?! — arqueou uma sobrancelha. — Mariana, Sofia, vocês precisam ouvir essa!

Sofia,  se aproximou animada.

Sofia: Contem, contem! — Ela estava claramente adorando ver seu pai e Ramón desconcertados.

Silva se ajeitou na cadeira, preparando-se para contar a história.

— Então… Júlia e eu estávamos no Rio de Janeiro, e decidimos que íamos comprar biquínis novos para aproveitar a praia. E, claro, escolhemos os mais bonitos e modernos da loja.

Francisco: Modernos, nada! — resmungou. — Aquilo não era biquíni, era uma linha de fio dental!

Mariana e Sofia riram alto.

Júlia: Exagero de vocês — disse, piscando. — Era só um biquíni um pouco mais ousado que os outros que costumavam usar.

Ramón: UM POUCO?! — exclamou, incrédulo. — Eu quase tive um infarto!

Silva : O mais engraçado — continuou — foi que, quando chegamos na praia, todos os homens olharam para nós.

Ramón: E eu e Francisco queríamos cavar um buraco e enterrar nossas cabeças! — completou, bufando.

Júlia : Mas não foi só isso — riu. — Francisco ficou tão nervoso que tropeçou na areia e caiu de cara no chão! E Ramón? Coitado! Tentou disfarçar o ciúme, mas ficou tão vermelho que parecia um pimentão!

Sofia gargalhava.

— Eu daria tudo para ter visto isso!

Silva: E pior — acrescentou, segurando o riso — é que um grupo de turistas quis tirar foto com a gente porque acharam que éramos modelos!

Francisco: Isso foi humilhante! — resmungou.

Ramón sacudiu a cabeça.

— E depois a Júlia ainda teve a audácia de dizer: "Ai, Ramón, relaxa!" Relaxa?! Como eu ia relaxar vendo um bando de marmanjos olhando para minha esposa me fala ?!

Todos riram ainda mais.

Mateo: Vocês são terríveis! — disse, rindo também.

Silva: Isso se chama aproveitar a vida! — piscou para ele. — Mariana, querida, já sabe, né? Se um dia precisarmos deixar esses homens de cabelo em pé, me chama!

Mariana: Fechado! — disse, rindo.

Sofia suspirou, sorrindo para Mariana.

— Eu ainda não acredito que minha melhor amiga vai se casar com o meu irmão! — Ela disse, animada. — Vai ser o casamento do ano!

Mariana: Você está animada mesmo, hein? — perguntou.

Sofia assentiu freneticamente.

— Claro! Eu já tenho até planos para a minha roupa! E já avisei o Mateo que não quero cara emburrada no altar!

Juan, que até então estava apenas ouvindo, não perdeu a oportunidade.

— É verdade, Mateo, tenta não parecer que está indo para uma execução no seu próprio casamento, ok?

Mateo lançou um olhar mortal para o irmão.

— Juan…

Juan: O quê? Estou só te lembrando! Se precisar de aulas para sorrir, posso te ajudar!

Todos riram, menos Mateo, que apenas revirou os olhos.

Mas a leveza do momento foi quebrada quando a porta se abriu de repente.

Xavier entrou no recinto com uma expressão nada boa. Seu olhar sério percorreu o grupo antes de se fixar em Mateo e Juan.

— Precisamos conversar — disse ele, sua voz grave.

Juan franziu o cenho.

Juan: Agora? — Ele perguntou, claramente incomodado por estar sendo interrompido no meio da diversão.

Xavier: Sim — respondeu com firmeza. — E é melhor que seja a sós.

Mariana sentiu um leve arrepio. Algo estava errado.

Xavier virou-se e começou a caminhar para fora da sala. Antes de seguir, ele lançou um olhar para Sofia, que ficou tão desconcertada que tropeçou no próprio pé.

Sofia : Ai! — Ela resmungou, tentando se recompor e disfarçar o rubor que subiu para o rosto.

Mariana percebeu tudo e segurou um sorriso. Tinha algo interessante acontecendo ali…

Xavier não disse nada, apenas seguiu adiante, enquanto Juan e Mateo trocavam um olhar preocupado antes de acompanhá-lo.

Mariana e Sofia se entreolharam.

Sofia : O que será que houve? — perguntou, ainda tentando disfarçar o quanto Xavier mexia com ela.

Mariana apenas sorriu.

— Não sei… mas algo me diz que vamos descobrir logo.

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