capitulo 5

Mateo fechou a porta do quarto com um suspiro pesado. Mariana já tinha saído, e agora ele precisava se trocar. Pegou uma roupa mais casual – camisa polo preta, calça jeans e botas confortáveis. Mesmo sendo um dos mafiosos mais temidos do país, também era dono de um império de vinhos que exportava garrafas para o mundo todo. E hoje era dia de conferir pessoalmente como andavam as coisas no vinhedo da família.

Enquanto descia as escadas, já estava ao telefone com Xavier, seu amigo e consigliere.

Ligação ON

Mateo: Hoje eu não vou aparecer no escritório da máfia. Preciso ver como anda o vinhedo.

Xavier: Ok, qualquer coisa me avisa. Mas, por favor, não vá sem os seguranças! Aliás, preciso entender essa história do Don destruindo tudo na sede e ainda ficando bêbado por causa de uma mulher – ri descaradamente.

Mateo: Juan é um fofoqueiro desgraçado! – resmungo, já irritado.

Xavier: Cara, tá todo mundo comentando como o temido Don estava choramingando pela tal deusa...

Mateo: Vai caçar o que fazer! Acho que estou ficando mole com vocês. -- digo irritado parece que esse povo nunca bebeu na vida

Xavier: kkkkkkkk Cara, eu queria ter visto a cena. Ainda bem que o Juan gravou um vídeo seu! --- diz gargalhando que me sobe um ódio tão grande

Ligação OFF

Bufei e desliguei na cara dele. Idiota! Assim que cheguei à sala, vi Juan rindo como se tivesse visto a melhor comédia do ano. E o pior? Sem o celular na mão. Muito esperto da parte dele.

Assim que passei por ele, começou a rir como uma hiena. Só me faltava essa – virar o palhaço da máfia. Saí sem falar com ninguém e ouvi minha mãe perguntar:

Silva: Juan, o que houve com seu irmão?

Não fiquei para ouvir a resposta. Fui direto até meu carro e parti para o vinhedo, antes que minha paciência evaporasse por completo.

No vinhedo, o cheiro da terra misturado ao aroma das uvas maduras me trouxe um breve momento de paz. Talvez fosse esse o único lugar onde eu realmente conseguia respirar sem que alguém ficasse cochichando sobre minha vida. Caminhei até o administrador do vinhedo, seu Romeo, um homem de cabelos grisalhos e olhar severo – o tipo de olhar que fazia até mafioso respeitar.

Mateo: Como está a produção deste ano?

Romeo: A colheita foi excelente, e os tanques estão fermentando dentro dos prazos. Estamos testando um novo processo para aprimorar o sabor do nosso vinho reserva.

Mateo: Boa. Quero uma amostra do novo lote para levar à minha família.

Romeo: Já separei uma garrafa para você. Sei que sua opinião é sempre valiosa.

Mateo: Perfeito.

Antes de sair, fui pessoalmente ao campo colher algumas uvas. Minha mãe não havia pedido, mas era um ritual que eu mantinha desde sempre – escolher as melhores e entregar a ela como um presente silencioso. Afinal, mesmo um Don tem seus momentos sentimentais. Mas se alguém perguntasse, eu negaria até o fim.

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