Capítulo 15

**Nina**

Você já sentiu o amor chegar, mas relutou em acreditar que estava acontecendo com você? Pois bem, essa sou eu. Eu amo o seu Eduardo. O que ele disse mexeu tanto comigo que saí correndo. Ele se lembrou do nosso primeiro encontro: eu pedi que ele segurasse o elevador para mim, enquanto tentava impressioná-lo com um chá verde que eu detesto. Como a Diana havia me contado que ele adorava, fiz o possível para me destacar. Mas, no fim, derrubei todo o chá nele, e a nossa discussão começou e terminou ali, quando ele revelou ser meu novo chefe.

Então, eu quis ser a boa garota. As palavras dele, ao se ajoelhar, eram o que toda mulher deseja. E eu não sou diferente. Fugi porque não queria alimentá-lo com ódio; na verdade, desejo amá-lo até o seu último suspiro.

Mas agora, tudo o que sinto é ódio. E o que mais quero é dizer 'não' para ele no altar. Estou pronta para se enforcar, com o meu chefe.

— Por que você está fazendo isso? Não precisa se casar com ele só porque ele vai morrer. — Essa foi a Diana, eu tinha que contar a ela sobre as revelações que o Eduardo me fez; não aguentava mais guardar esse segredo.

— Eu assinei aquele contrato. E ele fez muito por mim. Ele só quer se casar e ter um filho, e eu vou fazer isso.

— Mas você está sofrendo, Nina. — As lágrimas escorrem, borrando minha maquiagem.

— Ele quer que eu cumpra o contrato, e vou seguir, mesmo sem coração.

— Como assim?

— Eu já pensei em tudo!

— Sobre o que?

— Ele se lembrou de como nos conhecemos, e você tem razão, Diana, ele usa aquele número como senha para tudo. É sinal de que ele me ama! Eu sei que ele só não quer admitir.

— Nina, não se machuque mais. O Eduardo já era uma pessoa horrível antes de estar quase morto, imagina agora!

— Ele só vai se aproximar de mim quando admitir que me ama! — digo com firmeza.

— O que você está pensando?

— Eu só quero ter a minha primeira vez com o amor da minha vida, mas não por causa de um contrato, e sim por conta do nosso amor. Já preparei meu kit de socorro para a nossa lua de mel. O seu Eduardo que me aguarde!

E assim eu me casei. A cerimônia foi grandiosa, como todo rico merece. Logo após a festa, viajamos para Fernando de Noronha, escolha do seu Eduardo, já que ele ama aquele lugar. De fato, é lindo aqui.

Ser fria com ele tem sido complicado, especialmente quando ele colocou a aliança no meu dedo e disse que me ama. Eu queria gritar e confessar que o amo também, mas ele precisa aprender uma lição antes de partir. Quero que ele morra admitindo que eu sou o amor da vida dele, e para isso, preparei algumas surpresas que meninos maus realmente merecem.

E olhem, eu nem precisei fazer grande esforço na primeira noite. Ele mesmo cavou a cova ao entrar no banheiro comigo, e eu fui esperta, tranquei-o. Agora ele grita aos quatro ventos. Deixei que ele sofresse no chão gelado, enquanto eu durmo aqui, na minha cama maravilhosa.

Quando o sol nasce, ele reflete pela janela e eu me desperto, lembrando que ele ainda está no banheiro. Então pego a chave e vou abrir a porta, deparando-me com ele, encolhido no chão, dormindo. Dou um leve chute nele.

— Bom dia, seu Eduardo! Hora de acordar! — Ele abre os olhos e me encara como se quisesse me devorar.

— Você vai me pagar por isso! — Dou de ombros e vou escovar meus dentes tranquilamente.

— Ok, se é guerra que você quer, é guerra que você vai ter!

— Vai me trancar no banheiro também? — provoquei.

Mas ele me vira com tudo, me prendendo entre ele e o balcão da pia. E, olha, aquilo ficou intenso, porque ele está... bem, digamos, com o pau muito duro,minha xoxota até esquentou!

— Não vou te trancar no banheiro, Dona Nina Miller. Eu vou fazer você implorar para que eu entre em você, e quando você implorar, juro que vou te punir da pior forma. — Senti um arrepio.

— Ui, que medo! — brinquei. Ele pegou sua escova de dentes, permitindo que eu respirasse novamente. Ao olhar de canto de olho, ele piscou e sorriu. Pensei: ainda bem que eu tenho algumas munições para esse jogo.