Nina.
Sinto dores no meu corpo, como se eu tivesse levado uma bela surra. Tudo gira e minha cabeça dói tanto que qualquer barulho me incomoda.
— Acordou? Bêbada adormecida! — apoio meu corpo com meu braço na cama e olho para Diana, sem entender a piada.
— Como assim bêbada? Sabe que não bebo.
— Sei que você não é de beber, mas ontem, querida, você chegou aqui nos braços do seu chefe! — arregalo meus olhos.
— O que você está falando?
— Sim, senhora, bebeu todas ontem. Poxa, Nina, você disse que iria trabalhar até tarde e por isso não poderia beber comigo.
— Mas eu fui trabalhar. — argumento.
— No Floridinha Clube! — fala ela irritada.
— O seu Eduardo iria encontrar a velha do projeto que deixou ele e todos nós loucos durante meses. Ele me pediu para ficar de olho e salvar ele das garras dela. Então eu fui, mesmo com a xoxota pegando vento, você sabe como ela é preciosa para mim.
— É, sei que você nem se importou em beber todas.
— Diana, ele disse: "pode pedir o que quiser, é só dizer meu nome". Aí eu pedi uma vodka, e depois outra e outra porque eu estava nervosa com alguns homens me encarando.
— Pois só sei que o Eduardo nem reclamou quando chegou com você aqui nos braços. Garota, não sei o que você aprontou lá, mas ele perguntou se você não está com problemas. — fico de joelhos na cama, pois isso é novidade: o seu Eduardo sendo atencioso? Pois nem quando a minha gata morreu e eu chorei horrores ele se importou e me fez trabalhar dez horas a mais por conta de um projeto.
— Sério? Ele quis saber de mim?
— Sim, mas eu disse sobre suas dívidas que, aliás, se você não se arrumar agora nunca vão ser pagas, pois ele vai te demitir. Então anda, se arruma.
— Tô indo, mas me diz com que cara eu olho para o seu Eduardo agora? — sigo para o banheiro e Diana joga uma toalha em mim.
— E eu que sei? Se vira! — diz ela, me deixando aqui bem pensativa. Me olho no espelho e tudo o que eu queria era lembrar o que fiz ou disse na noite passada, mas não consigo.
(...)
Tomo um banho e me arrumo, e sigo com a Diana para a empresa e, como todos os dias, compro o chá verde do seu Eduardo e já levo direto na sala dele antes de ir à minha mesa. Bato na porta e nada!
— Oxe, ele nunca chega atrasado, é sempre pontual e não está aqui?— digo com a porta aberta, vendo que realmente ele não chegou. Isso me deixa confusa, pois será que foi por minha culpa? Será que fiz algo ontem que o prejudicou?
Volto para a minha mesa e na hora do almoço, nada dele aparecer. Até a Ana, nojenta, já veio umas três vezes atrás dele e nada. Ligo no celular dele, mas só dá desligado, e hoje ele tem uma reunião às três da tarde, ele deve vir só essa hora...
(...)
Já são 17:00 horas e nada dele, já vou embora e ele não apareceu, até a Diana achou estranho, pois o seu Eduardo nunca faltou um dia naquela empresa.
— Diana, será que foi por minha culpa?
— Até parece, né Nina! Às vezes, ele teve algum problema.
— Você acha? Porque eu tô assim com o coração apertado. Parece que ele está precisando da minha ajuda.
— Só você mesmo, hein? Todos estão tão gratos a Deus que o Eduardo não apareceu hoje na empresa e você preocupada!
— Sei que ele é chato, mas já me acostumei com ele que sinto falta, sim!
— Vamos dormir e eu espero que ele não tenha resolvido o seu problema, pois só assim amanhã ele não aparece.
— Credo, Diana! — ela apaga a luz do quarto que dividimos e se deita, enquanto eu estou aqui imaginando o que pode ter acontecido. Pego meu celular e mando uma mensagem para ele.
Mensagem on:
— Oi, seu Eduardo, boa noite! Não querendo incomodar, mas me diz uma coisa? O senhor está bem? Porque o senhor nunca falta naquela empresa. Se eu fiz algo, me desculpa, e novamente boa noite!
Mensagem off.
Pronto, enviada, e eu espero que ele fique bem. Meu coração sente quando ele está em apuros, por isso sempre apareço na hora certa e ele sempre diz que sou sua heroína.
Me deito para dormir e logo apago.
(...)
No dia seguinte, vivo a minha mesma rotina: trabalho, chá verde e o senhor Eduardo ainda não voltou. Nada dele o dia inteiro novamente e ninguém consegue falar com ele, mas ele visualizou a mensagem que eu mandei para ele, só não respondeu.
E assim se passa uma semana sem ele, sem os gritos dele, sem a presença do meu chefe deus grego.
— Nunca vi você tão triste! — pergunta Diana, pois eu mal toquei no jantar.
— Sinto falta dele, você acha que sou maluca?
— Sim, eu acho! Porque eu agradeço que não sou mais chamada de irresponsável ou de trouxa, por ele e todos agradecem a Deus por essa semana nos presentear sem o Eduardo.
— Credo, Diana! Vou dormir, pois perdi a fome. — coloco meu prato na pia e sigo para o quarto. Deito na cama e não consigo parar de pensar no seu Eduardo, então mando mais uma mensagem.
Mensagem on:
— Oi, seu Eduardo, boa noite, já faz cinco dias e o senhor perdeu várias reuniões. Desculpa te incomodar, mas o senhor faz falta. Mais uma vez, boa noite!
Mensagem off.
Eu ia desligar o celular e dormir, mas vejo que ele já visualizou, sorrio, pois pelo menos ele vê as minhas mensagens. Apago a luz e deito para dormir, pois amanhã é um novo dia.
(...)
E já amanheceu e como todos os dias compro o chá verde e sigo até a sala do seu Eduardo, e eu pensando que ele não veio hoje também, abro a porta sem bater e...
— Seu Eduardo! — eu deixo até o chá cair, se espatifando todo no chão. Me abaixo para recolher e tentar limpar e ele vem na minha direção.
— Nina! Deixa isso aí, eu chamo alguém da copa e elas limpam, se levanta. — diz ele, estendendo sua mão. Eu seguro na mão dele e me levanto sem graça, nem sei o porquê, mas eu quero abraçar ele porque realmente eu sinti falta dele.
— Como o senhor está? Precisa de algo? Posso ir comprar outro chá! — estou bem nervosa e falo sem parar, e ele só toca na minha mão e sorri com sua mão direita em um dos seus bolsos da calça.
— Não, Nina, eu não quero outro chá, na verdade, eu estava louco para que você chegasse, pois preciso da sua ajuda com algo.
Não sei o que dizer, mas sou sua assistente e lógico que ele precisa da minha ajuda, eu só não entendo é por que ele tranca a porta e depois passa por mim sorrindo e logo depois tira um papel da sua pasta e uma caneta e arrasta para sua mesa na minha direção.
Eu olho para ele e para o contrato sem entender.
— Nina, se você estivesse no seu último momento de vida e a sua única chance de viver fosse zero, e tudo o que você queria estivesse fora do seu alcance por ser egoísta, e só pensar em você e esquecer os prazeres da vida, o que você faria? — eu fico em silêncio, mas...
— Eu iria querer fazer tudo o que posso enquanto tenho vida. Claro, se eu tivesse cura, eu iria querer me tratar.
— Mas eu não tenho chance de cura— fico sem entender e me sento, acho que ele só está de brincadeira com a minha cara e tenho certeza que foi por conta daquela noite em que bebi demais com a xoxota de fora. Será que ele viu ela?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 104
Comments
Angela Rodrigues
mistério,eu sou ansiosa, até já tava preocupada com o Dudu,mas pelo jeito ele foi ao médico e tava fazendo exames 😱😱
2025-03-03
1
Rosilene Narciso Lourenco Lourenco
eita será que a mãe dele ou o sócio exigiu que ele se case ou vai perder a empresa.
2025-01-24
1
Rê Tavares
Olha ele chantageando ela q é emotiva kkkkkm
2025-01-10
2