'Eduardo.
— Filho, levanta dessa cama! A mamãe odeia te ver assim, já faz dois dias que você não sai desse quarto e não toma banho. — diz mamãe. Mas eu só quero ficar aqui.
— Eu vou morrer mesmo. Que diferença faz se eu for cheiroso ou fedendo?!
— Para com isso, Dudu. — puxa a coberta mamãe.
— Vamos, anda, levanta. Se eu estivesse morrendo, eu iria querer aproveitar cada segundo que tenho fazendo coisas que nunca fiz, não iria ficar deitado fedendo até morrer.
— Mas eu não quero, mamãe! Me deixa aqui! Sozinho, fedendo até morrer. Nem os meus amigos, a quem eu achava que sentiria falta de mim, sentiram minha falta, pois nem me ligaram, só a Ana e a Nina, que me mandaram mensagens preocupadas.
— Também, alguém chato e insuportável como você, eles dão até graças a Deus. — diz minha mãe, me deixando furioso.
— Mamãe, saia daqui, anda e me deixa morrer em paz!
— Ok, Dudu, eu saio sem problemas, mas pensa em como você levou todos esses anos da sua vida. Sempre se matando por aquela empresa, e do que adianta? Sendo que se você morrer, e eu morrer logo depois, quem vai cuidar dela? Você nunca quis ter um filho ou se casar. — ela fala isso e sai, e por um lado ela tem razão; do que adiantou eu perder tantos anos da minha vida para agora ficar aí, para ninguém?! Me sento na cama, passo a mão no meu rosto e minha barba está enorme. Fungando o meu sufaco , mamãe tem razão. Me levanto, tomo um banho e faço a barba.
Depois, eu ligo para o advogado da família.
— Dudu, sei que você está doente, mas tem certeza disso? — pergunta o Leon, meu advogado.
— Tenho sim, senhor! Tenho pouco tempo de vida, então me apaixonar agora, por alguém e depois namorar e casar para ter um filho, vai demorar demais.
— Mas casar por um contrato?
— Ué, estamos em novos tempos, e não vou escolher nenhuma desconhecida, já tenho uma em mente.
— Certo, se é isso que você quer, eu vou providenciar esse contrato.
— Ok, Leon, e mais uma coisa: quero sigilo nisso tudo, pois ninguém precisa saber da minha doença.
— Sim, senhor! — aperto a mão dele que sai do escritório e já mamãe entra logo depois, de rabo de olho para o senhor Leon que acaba de sair.
— Dudu, o que o Leon fazia aqui?
— Ué, mamãe, estou realizando o teu tão sonhado sonho!
— Como assim, Dudu?
— Eu vou me casar em breve, e vou te dar um neto! — ela sorri.
— Isso é verdade?
— Sim, mamãe! E sabe que já tenho até a noiva em mente? — digo com a mão no queixo.
— Como assim, Dudu? Você já estava namorando e escondeu da mamãe?
— Não! Claro que não! Mas você tem razão, mamãe. Do que importa tudo isso que o papai fez, toda essa riqueza, e sem ninguém do meu sangue, do nosso sangue, para continuar com isso após minha morte? Por isso vou me casar, nem que seja através de um contrato.
— Como é, Dudu?
— Sim, como a senhora ouviu!
— Não, Dudu! A minha nora, mãe do meu netinho, tem que ser adorável, bondosa, linda e meiga.
— Ah, não se preocupe! Quem eu penso é atrapalhada, faladeira, exagerada, de outra raça. Mas sabe de uma coisa, mamãe, ela foi a única que se importou em saber como eu estava; por isso, eu escolho ela.
— De quem você está falando? — sorrio.
— Da Nina, claro! Porque por ela eu nunca vou sentir nada. Sendo assim, ela não vai sofrer quando eu morrer, e nem eu vou sofrer; vai ser uma boa morte, com meu filho sendo cuidado por você e por uma mãe atrapalhada, mas que sabe dar amor.
— Filho, logo a Nina! — diz mamãe, sentando, bem pasma.
— Ela mesma! E nem vem, que eu não mudarei de ideia. — deixo ela lá sozinha, viajando, enquanto eu só quero preparar os últimos detalhes desse contrato que vai dar certo, sim, pois eu não quero ter sentimentos por ninguém, porque no dia que chegar a hora de eu partir, eu não quero choro...
Dias depois...
— Nina, pare de chorar! Eu não vou morrer agora, só daqui a seis meses. — digo, dando um lenço para ela, que chora parecendo que o mundo vai acabar.
— Como eu não choraria? O senhor acabou de dizer que vai morrer... — nossa senhora das lágrimas, a mulher chorona! E é porque me odeia!
— Ok, Nina, mas você tem que parar de chorar e ficar calma, bem calma, para eu te explicar o porquê preciso da sua ajuda.
— Ai, senhor, eu paro. — nossa, até respiro aliviado, só que não, pois ela já começou novamente.
— Não! Como pode o senhor morrer? Tão jovem... — nossa, a escandalosa!
— NINA! — grito, e ela até que enfim engole o choro.
— Escuta, — digo, mostrando o contrato para ela.
— O que é isso? — pergunta ela, olhando para mim e para o contrato.
— Quer casar comigo? Prometo que pago todas as suas dívidas que sei que tem, e ainda te dou mais um pouco se assinar esse contrato! O que me diz, hein? — digo, sorrindo, mas ela parece pasma agora, e...
— Ai, sua maluca! — digo, alisando meu rosto lindo após ela me acertar um belo tapa.Pois o que deu nela?
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Silvana Schuwanz bernardo
sinto muito te dizer dudu, más você vai se apaixonar perdidamente pela nina 😍💘
2025-01-11
2
Sandra Santos
já quero ver ela perdendo a prisiosidade dela 🔥🔥🔥🔥🔥
2025-01-10
3
Sandra Santos
autora postar mais maís maís por favorzinho 🥰😘
2025-01-10
3