Um Contrato Mal Assinado

Um Contrato Mal Assinado

Capítulo 1

**Nina Garcia. 20 anos **

Colômbia, 20:30!

— Saia da minha casa agora, sua vagabunda! — grita minha mãe, enquanto me empurra para fora, apenas de pijama, e ainda joga meus documentos na minha cara. Eu imploro, com lágrimas nos olhos.

— Mãe, por favor, acredita em mim! Perdoa, mamãe! — Ela se aproxima, e eu estou ali, no asfalto, com todos os vizinhos me observando, e me sinto completamente humilhada. Sinto o lado esquerdo do meu rosto queimando pelo tapa que ela me deu.

— Nunca mais quero ver sua cara! Não sou sua mãe, Nina! Some da nossa vida! — Estou tão envergonhada que mal consigo olhar para ela enquanto a porta se fecha em meu rosto.

Reuni minhas coisas, me levantei daquele asfalto, cheia de vergonha, me sentindo um lixo. Todos cochicham e me olham com desprezo. Sinto que sou a pior pessoa do mundo sem ter feito nada de errado. Caminhei sozinha para a casa da minha amiga Flora, batendo na janela dela mesmo sendo tarde, pois ela é a única que pode me ajudar nesse momento; não tenho para onde ir.

— Nina, o que aconteceu? Já é tarde! Meus pais estão dormindo! — diz Flora, abrindo a janela do seu quarto, já que eu estava batendo na janela.

— Minha mãe me expulsou de casa! — choro, enquanto ela toca meu ombro, me puxando para dentro do seu quarto.

— Por que ela fez isso?

— Meu padrasto me encurralou na cozinha, e ela o pegou no flagra!

— E por que foi colocada a culpa em você?

— Porque ele disse que eu me ofereci a ele em troca de dinheiro. — Flora se revolta.

— Que Diablo,cara de pau! Como ele pode fazer isso com você!

— Ele sabe que eu quero ir embora daqui, por isso usou isso, e mamãe acreditou nele em vez de mim. — Fico triste, pois agora estou sozinha!

— Sinto muito, Nina!

— Pretendo ir embora daqui o mais rápido possível. Sempre quis ir para a Flórida e é para lá que vou!

— Tenho algumas economias. Posso ajudar!

Abraço Flora, que sempre foi uma boa amiga.

No dia seguinte, vestindo apenas a roupa do corpo, fui até o aeroporto. Com minhas economias e as economias da Flora, comprei uma passagem só de ida para a Flórida, onde recomeçaria a minha vida!

(...)

— Sentirei saudades, amiga! — abraço Flora forte.

— Eu também. Promete que quando terminar a faculdade vai me visitar? — pergunto.

— Vou sim! Cuide-se!

— Vou me cuidar! Não diga à mamãe para onde fui!

— Nem se ela me perguntar, pois acho que ela não vai se importar!

Flora tem razão. Se minha mãe não acreditou em mim, por que iria se importar onde estou ou como estou? Entro no embarque e, na classe econômica, sigo meu caminho rumo à Flórida, onde uma nova vida me aguarda.

(...)

Três anos depois...

Estou na Flórida, com vinte e três anos, trabalhando na maior empresa de design do estado, como assistente do renomado "Eduardo Miller". Há dois anos trabalho para ele, e é até engraçado, pois antes de me contratar, ele não conseguia manter uma assistente por mais de um mês, não porque elas fossem atrasadas, mas porque ele é um verdadeiro pesadelo! Ele é arrogante, grosso, exagerado e insuportável. E ainda por cima, possui um charme inegável, sempre usando ternos impecáveis. Ele não é muito de sorrir, mas às vezes consigo arrancar um sorriso dele, principalmente quando apareço com a blusa do avesso – um ritual que adoto quando me atraso!

— Nina, já faz uma hora que quero que leve esse relatório ao senhor Eduardo. Não quero saber da sua vida e dos seus pensamentos. Aproveita que ele chegou e vai lá, faz ele assinar tudo isso! — diz Diana, minha supervisora e amiga. Dividimos o mesmo apartamento, e foi ela quem me ajudou a conseguir esse emprego!

— Pode deixar, chefinha. Vou lá enfrentar a fera, e hoje estou até bonita. — Ajusto minha saia justa e meu decote em V, que adoro. Faço um belo coque no cabelo, porque o senhor Eduardo odeia mulheres ruivas e com coques. Diana me disse que eu deveria trabalhar assim, então pintei meu cabelo de ruivo, para que ele não sentisse nenhum interesse por mim. Odeio homens, e prefiro estar sozinha do que mal acompanhada.

— Oi, senhor Eduardo, posso entrar? — digo, já dentro do escritório dele.

— Já entrou, Nina! O que você quer? Hoje não estou nos meus melhores dias, então diga logo e suma! — Ele está numa verdadeira fúria! Mas eu sorrio, como uma boa menina!

— Preciso da sua linda letra nesses papéis. — Mostro os documentos, toda sorridente, e ele arranca meus papéis das mãos, assina rapidamente e me devolve com brutalidade.

— Obrigado, senhor Eduardo. Tenha um ótimo e feliz dia, você merece tudo de bom, porque é o melhor chefe! — Digo, dando passos leves enquanto vou em direção à porta. Eu sei que ele adora meus elogios, ou eu já estaria na rua.

— Nina! — ele me chama, bem sério! Eu respondo, sorrindo!

— Oi, senhor!

— Suma daqui! — Ele grita, e eu saio correndo. Acabo esbarrando na Ana. Eu realmente odeio a Ana. Ela é uma das chefes e ex do senhor Eduardo, e sempre humilha os outros. Odeio pessoas como ela!

— Olha por onde anda, Nina, sua cega! Nem sei o que o Eduardo vê em você ainda. Odeio tanto gente da sua 'raça'! — Quando ela diz "raça", quer dizer colombiana!

— Desculpa, dona Ana. Quando eu a avistar, mudarei de caminho, não se preocupe! — Ela me olha com desprezo e entra na sala do Eduardo, que também a odeia! Ele sempre pede que eu mantenha ela afastada, mas dessa vez que se vire com ela, porque só entro na sala se ele me chamar, claro.

— Aqui estão os documentos assinados por ele. — digo a Diana, entregando os papéis.

— Obrigada, mas que cara é essa?

— Como sempre, o senhor Eduardo está insuportável hoje. E a Ana, então, nem se fala!

— Esquece ela e vamos rezar para esse dia passar logo. Mas espera aí, você me deve uma bebida e hoje é dia de pagamento.

— Você tem razão, estou precisando sair e me divertir. Mas nada de farra, ouviu?

— Ok, ouvi. Mas prometo que vou te fazer rir!

— Sim! Odeio homens e estou muito melhor assim! Agora deixa eu voltar ao trabalho!

— sim,senhora ,mais lembre-se não pode morrer vingem!— dou as costas sem resposta!

Volto para a minha mesa, aliviada por a Ana não estar mais na sala do Eduardo. Fico fazendo meu trabalho até sentir uma dor de barriga. Droga, preciso ir ao banheiro! Levanto-me, sentindo meu estômago borbulhar. Quando passo enfrente a sala do Eduardo, ele me chama. Droga! Tinha que ser agora! Estou parada, sem saber para onde ir. Se eu não entrar na sala dele, serei demitida, e não quero perder esse emprego, pois ele me oferece ótimos planos de saúde. Mais se eu não for ao banheiro faço o número 2 na roupa!

— NINA! — ele grita novamente, e quase solto um grito.

— NINA! Você está surda? — diz ele da porta, e agora tenho certeza de que gaguejei na roupa, porque com o susto não consegui segurar. A raiva sobe, pois por que eu fui me atrever a comer tanta pimenta ontem!

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Comments

Silvana Schuwanz bernardo

Silvana Schuwanz bernardo

já cheguei aqui odiando a mãe, meu Deus como uma mãe pode não acreditar na filha, preferiu acreditar no homem dela do que na filha 😔

2025-01-09

4

Andreia Cristina

Andreia Cristina

isso q aconteceu com a Nina não foge da nossa realidade muitas mulheres hj quando arruma seus maridos e eles não respeitam as filhas delas muitas se faz de cega pra não perder o homem e culpa ad pobres e simplesmente as jogam na rua isso é uma triste realidade

2025-01-10

2

Flavia Oliveira

Flavia Oliveira

Já vi que não posso ler tomando café né dona@suelen😍 kkkkk

2025-01-30

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