#Capítulo 15

...Júlio...

(…)

Assim como no parque, não consigo desviar os meus olhos de Pâmela nem um minuto sequer, ela está tão entretida na história que não percebe que os meus olhares, ela está tão linda, mal presto atenção no filme, não consigo me concentrar em mais nada que não seja nela.

Quando o filme finalmente acaba, a pego secando os olhos com as pontas dos dedos, ela estava emotiva com a história do filme, e realmente foi um enredo muito forte, na vida real não sei se teria a mesma coragem que o Michael teve, mas de uma coisa eu sei, quando se ama, somos capazes de enfrentar qualquer obstáculo, pois nada é tão forte quanto o amor verdadeiro.

Júlio: Está chorando? — Pergunto me aproximando um pouco mais dela.

Pâmela: Eu sempre me emociono com esse filme, a Angel sofreu tanto, mas no fim conseguiu viver um grande amor ao lado do Michael.

Júlio: Você sonha viver um amor assim? — Indago bastante curioso aproveitando o momento.

Pâmela: Ahh, eu estaria sendo egoísta se dissesse que não, acredito que toda mulher sonha em encontrar um homem assim. — Ela se ajeita no sofá ao notar que estou mais próximo que antes.

Essa era a minha deixa, era agora ou nunca.

Júlio: Você é linda, deve ter uma fila de homens querendo ficar com você. — Me xingo mentalmente por ter dito isso, jamais suportaria vê-la com outro que não fosse eu.

Pâmela: Não, eu tenho certeza que não, sempre fui muito na minha, nunca fui de atrair os olhares masculinos para mim. — Ela estava toda vermelhinha pelo choro de minutos atrás, e agora deveria estar envergonhada com o meu comentário. Mas eu estava decidido a dizer-lhe tudo que estava sentindo desde a primeira vez em que a vi.

Júlio: Eu conheço um homem que daria a fortuna que tem, somente para ter uma chance com você! — Digo de modo que ela entenda que estou me referindo a mim mesmo, e se antes ela já estava vermelha, agora então, parecia um morango, mas estava tão linda, e pela nossa aproximação, eu podia sentir perfeitamente o cheiro do seu perfume adocicado, único e maravilhoso que estava me embriagando. .

Pâmela: Ahh...eeee.... — Ela parece perder a fala de tanto nervosismo, enquanto continuo a encarando profundamente me aproximando cada vez mais do seu rosto. — De quem você está falando? — Por fim ela diz.

Júlio: Tem certeza que você não sabe? — Toco o seu rosto delicadamente com a ponta dos meus dedos, ela estremece com o meu toque e fecha os olhos para sentir.

Pâmela: Júlio, eu.... — Interrompo-a.

Júlio: Eu gosto de você, Pâmela. — Confesso de uma vez. — Mais do que eu deveria gostar! — Ela encara-me de olhos arregalados por alguns longos segundos sem dizer uma palavra, parecia estar assimilando tudo o que acabara de ouvir, como se não tivesse acreditando.

Júlio: É doidera, eu sei, você é irmã da minha ex, e é anos mais nova do que eu, porém nada disso me impediu de sentir o que estou sentindo por você, Pâmela. — Falo tudo isso sem desviar os meus olhos dos seus, e no minuto seguinte, não consigo mais me segurar, os seus lábios estavam tão convidativos, que simplesmente toco eles com os meus num beijo doce e cheio de ternura, ela não recua.

A princípio era apenas um beijo leve e calmo, mas por incrível que pareça, ela começa a me corresponder, me dando total passagem para aprofundar o beijo.

Os seus lábios eram tão doces e macios, que não conseguia mais parar, passo uma mão por baixo dos seus cabelos até a nuca e com a outra, aperto a sua cintura. Ela começa a tocar o meu cabelo e num movimento rápido, a puxo para o meu colo, aprofundando ainda mais o nosso beijo.

De leve e calmo passou a ser mais urgente e voraz, as nossas línguas se misturavam uma na outra, numa perfeita sincronia, como se fosse uma dança. Pâmela estava tão entregue, ela puxava os meus cabelos com os seus dedos pequenos, enquanto eu apertava firme a sua cintura, no impulso do momento acabei descendo a mão até o seu bumbum, mas ela não reclamou. Já estávamos sem ar, mas nenhum dos dois queria parar.

Porém, como já diz o ditado, tudo que é bom dura pouco, e foi exatamente o que aconteceu, o meu iPad que estava na mesinha de centro mostrando as imagens do quarto de Steff com ela dormindo, de repente começou a mostrá-la chorando e chamando pela mamãe. Foi um verdadeiro balde de água fria ao nosso momento.

Pâmela se afastou do beijo e me encarou por breves segundos, antes de sair do meu colo feito um raio, toda vermelha, e com a sua respiração ofegante, depois disso, mal olhou para mim, e antes mesmo que eu pudesse dizer algo, ela saiu correndo.

Júlio: Droga, Júlio, o que você fez? — Passo as mãos pelos cabelos, os puxando para trás muito frustrado.

Olho para o iPad e a vejo entrar no quarto de Steff, rapidamente ela a tranquiliza, fico olhando aquela cena com o meu coração ainda acelerado pelo que acabara de acontecer. Por sorte, Steff logo voltou a dormir, parecia ter só se assustado com algo.

Continuo olhando para as imagens e vejo quando ela olha para a câmera no alto da parede pouco antes de deixar o quarto. Após longos minutos ela retorna.

Pâmela: Eu...eu preciso ir.... — É tudo que ela diz ao voltar. — Me levanto do sofá e encaro-a me aproximando devagar.

Júlio: Pam? Fala comigo, seja para brigar ou para dizer que gostou, mas fale comigo! — Eu estava quase enlouquecendo, ela parecia estar tão envergonhada, me senti péssimo por isso.

Pâmela: Isso é errado e não deveria ter acontecido! — As suas palavras não me convenceram nem um pouco.

Júlio: Não. Isso foi a coisa mais certa que aconteceu!

Pâmela: Você não deveria ter feito isso.... — Ela desvia os olhos dos meus.

Júlio: Diz olhando nos meus olhos, que não sentiu nada, porque não foi isso que me pareceu! — Me aproximo o suficiente para tocar o seu rosto fazendo-a me encarar novamente.

Pâmela: Por favor, não dificulte mais as coisas, isso foi um erro, Júlio, você é o meu cunhado, é o pai da minha sobrinha, entende a magnitude disso? — Ela estava com lágrimas nos olhos lutando contra si mesma para não deixá-las cair na minha frente.

Júlio: Ex cunhado! — A corrijo. — Já fazem meses que sou um homem livre e desimpedido. E eu gosto de você, gosto de verdade, não sei como e nem quando isso aconteceu, mas você é a última coisa que eu penso antes de dormir, e é a primeira coisa que penso ao acordar, estou louco por você, Pâmela, e o fato de você ser irmã da minha ex mulher, não tem nenhuma importância para mim, sou um homem adulto e dono do meu próprio nariz, sei muito bem o que eu quero, e nesse momento eu te digo com todas as letras, que é você que eu quero! — E após dizer tudo isso, sinto um enorme peso saindo das minhas costas, não aguentava mais guardar todo esse amor dentro de mim.

Pâmela: Júlio, isso é loucura, nós não podemos, isso nunca daria certo, pois existe um grande abismo entre nós! — Ela tenta se convencer, mas vejo nos seus olhos que ela sente o mesmo por mim, só está com medo de admitir.

Júlio: Dê-me um motivo, então? — Toco a sua cintura puxando-a para mais perto.

Pâmela: Somos de mundos completamente diferentes, olha a sua vida, a sua casa, você faz parte da alta sociedade, enquanto eu, sou só uma garota simples e humilde que ainda está tentando se formar. E além disso, não temos os mesmos costumes, você cresceu acreditando que tudo é normal, enquanto eu, fui criada com outros costumes, nos ensinamentos da palavra de Deus. Quantos motivos mais você quer?

Júlio: A minha vida e o meu status financeiro não são nada para mim, nada disso importa, nada está no meu coração, eu nunca permiti que isso subisse para minha cabeça, ou que, alimentasse o meu ego. Se me pedisse para doar tudo, eu assim o faria somente para ficar com você! — Sou tão sincero que nem mesmo eu acredito que estou dizendo isso.

Pâmela: Você é maluco, entende que a minutos atrás nós quase cometemos uma loucura? Eu não sou assim, tenho os meus princípios, não foi assim que eu aprendi, e não é assim que eu quero que aconteça!

Júlio: Ok, me desculpe, eu não deveria tê-la beijado daquela maneira, mas foi mais forte do que eu, não pude me controlar, você é tão perfeita, eu só queria que soubesse o que sinto. — Ela se afasta do meu toque.

Pâmela: Júlio, por favor, para o bem de nós dois, é melhor que isso não volte mais a se repetir, você deve ter confundido as coisas, provavelmente deve me achar parecida com a minha irmã, mas precisa entender que eu não sou ela, e nunca vou ser! — Então era isso, ela acreditava que eu via a Paloma nela, mas isso estava longe de ser verdade, Paloma não era mais nada para mim.

Júlio: Claro que não, você acha que eu vejo ela em você, é isso? A sua irmã não significa mais nada para mim, tudo que eu quero é você, Pâmela.....Você! — Me aproximo novamente.

Pâmela: Eu não sei, Júlio, isso tudo é muito confuso... — Ela reluta.

Júlio: O que eu tenho que fazer para acreditar que estou sendo sincero? Eu gosto de você, gosto muito, e não sabe como tem sido os meus dias desde que te conheci, lutei contra esse sentimento, tentei te tirar da minha cabeça, fiz o que pude, mas não foi tão simples como pensei, pois, toda a vez que te via, mais esse sentimento crescia e ganhava força dentro de mim.

Pâmela: Como isso é possível? Você está acostumado com outro tipo de mulher, Porque justo eu? Se está planejando me levar para a sua cama com esse papo, você está muito enganado, eu não sou esse tipo de mulher, aquele beijo foi um momento de fraqueza, eu....eu não gosto de você, isso é um erro!

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