...Júlio...
(…)
— Ao chegar em frente a casa de Pâmela, estaciono o carro do outro lado da rua, a chuva continua, ainda mais intensa do que antes. Volto a olhar o celular e constato serem quase sete da noite, ao voltar a minha atenção para a rua, vejo-a se aproximar, estava tão distraída que não notou o meu carro bem em frente a sua casa.
Não penso duas vezes, desço do carro e me aproximo dela, Pâmela parece congelar quando eu toco o seu ombro. Sinto a sua respiração ficando pesada, e as chaves balançando na sua mão.
Pâmela: P-por favor....eu....eu não tenho nada! — Vejo medo na sua voz.
Júlio: Pâmela, sou eu! — Digo a fim de tranquilizá-la. — Ela se vira bruscamente para mim, e poxa vida, não consigo deixar de encarar os seus lábios carnudos entre abertos soltando o ar com força.
Pâmela: Júlio? Que susto que você me deu… — Ela leva uma mão ao coração e parece soltar a respiração bastante aliviada após constatar ser eu. — Eu pensei que fosse um…
Júlio: Ladrão? — Completo a sua frase!
Pâmela: Desculpa, é que...
Júlio: Eu que peço desculpas, não devia tê-la tocado dessa maneira, perdão! — Falo sincero.
Pâmela: Não, não, tá tudo bem, fui eu que tava distraída demais....nem percebi o seu carro parado bem ali — Ela aponta na direção. — Bem, acho melhor a gente entrar, a chuva tá ficando mais forte.
Júlio: Você tem razão! — Ela destranca a porta e ambos entramos.
Pâmela: Bem, sente-se, fique à vontade, vou ver onde está todo o mundo. — Me sento e ela adentra o corredor dos quartos.
Algum tempo depois, ela retorna com uma toalha enrolada no cabelo, vestida num moleton cor de rosa. — Como pode ser tão linda desse jeito? Pâmela não se parece nada com a irmã, Paloma jamais usaria algo assim, mas Pâmela não é do tipo que se mostra para atrair um homem, ela é decente, sensível, uma moça cheia de princípios, e eu admiro muito isso nela.
Pâmela: Desculpe a demora, estava toda encharcada, achei melhor tomar um banho para não correr o risco de ficar doente...trouxe essa toalha para você se secar também! — Ela me entrega e logo desvia o olhar dos meus.
Júlio: Não precisava, mas obrigado. — Seco os meus cabelos. — Onde estão os seus pais?
Pâmela: O meu pai ainda não chegou, e a mamãe estava pondo a Steff na cama, ela disse que a nossa pequena chorou até adormecer tadinha... — Não consigo conter um pequeno sorriso ao ouvi-la se referir a Steff como "a nossa pequena". — Eu acabei demorando mais que o previsto na casa de uma cliente. — ela diz por fim se sentado no sofá de frente para mim.
Júlio: Entendo, ela está realmente muito apegada a você, né?
Pâmela: Bastante...mas, ela já se apegou muito a você também, hoje ela até perguntou de você! — Me sinto péssimo com isso, e, ao mesmo tempo, feliz em saber que a minha menininha aos poucos está se acostumando comigo novamente.
Júlio: Eu queria muito ter vindo antes, mas o meu fim de semana foi muito cheio, e hoje não foi diferente, pela manhã eu estava com os planos de passar aqui, mas meu assistente me ligou no meio do caminho me informando que eu já estava atrasado para uma reunião. Peço desculpas por isso e também por não ter respondido a sua mensagem, eu.... — ela me interrompe.
Pâmela: Tá tudo bem, não tem problema. Eu sei que é um homem muito ocupado, e não precisa se desculpar por isso. — ela parece chateada de alguma forma.
Júlio: E é por isso que eu quero compensar no próximo fim de semana, levarei você e a Steff para um passeio, o que acha? — Improvisei, mas espero que dê certo e que ela aceite o meu convite.
Pâmela: Um passeio? Ahhh, bem....você pode levá-la não tem problema, afinal vocês também precisam de um tempinho para pai e filha. Tenho certeza que ela ficará bem com você! — Definitivamente essa não era a resposta que eu esperava ouvir, mas não sou de desistir fácil.
Júlio: Você está certa, mas eu adoraria que você também viesse, devo confessar que ainda não me sinto totalmente pronto para passar o dia inteiro sozinho com ela, não me leve a mal, mas eu nunca aprendi a trocar uma fralda. — Essa foi a única resposta convincente que me surgiu para fazê-la vir conosco, espero que funcione. Se bem que não disse mais que a verdade, Stefany sempre teve uma babá a sua disposição, porém me sinto até um pouco culpado por isso, pois eu deveria ter me envolvido mais no que diz respeito a ela.
Pâmela: Bem... — Sorri. — Tudo bem, então. Mas se quiser, eu posso ensiná-lo, trocar uma fralda não é um bicho de sete cabeças, e muito em breve ela não precisará mais de fraldas, Steff já é uma mocinha de dois anos, esqueceu?
Júlio: Realmente. — Sorrio. — Mas, será muito bom para ela, ter você por perto. — Digo isso se referindo mais a mim, do que à minha filha.
Pâmela: Ok. Eu irei. — Ela se levanta. — Tá com fome? Porque eu tô faminta.
Júlio: E se eu disser que estou só com o café da manhã no estômago, você acreditaria? — Digo me levantando também.
Pâmela: Meu Deus, Júlio, você tá falando sério? — Não posso negar, a sua carinha de espanto faz alguém criar vida lá embaixo. Como pode alguém mexer tanto assim com você, ao ponto de nem conseguir dominar o próprio corpo?
Pâmela: Perdão Senhor! — sussurra.
Júlio: O que disse?
Pâmela: Só estou pedindo perdão por ter dito o nome do Senhor em vão. — Bem, vamos até à cozinha, vou preparar algo pra gente comer!
Júlio: Não se incomode comigo, eu como qualquer coisa em casa, já estou acostumado a passar da hora de comer! — Vejo Pâmela me encarar com o cenho franzido e logo em seguida sou surpreendido por ela ao praticamente me arrastar para a cozinha.
Pâmela: Isso não está certo, Júlio. O trabalho é importante sim, mas a sua saúde deve vir em primeiro lugar, não se esqueça disso. Uma alimentação saudável nos horários certos é fundamental para o funcionamento do nosso corpo! — ela falava com tanta firmeza, parecia entender do assunto. Foi então que eu tive uma certa curiosidade. — O que foi? Porque está me encarando assim?
Júlio: Qual era mesmo o seu curso na faculdade? — puxo uma cadeira e me sento, enquanto ela aquece o jantar.
Pâmela: Enfermagem!
Júlio: Sério? — Agora tudo faz sentido.
Pâmela: Sim, por quê? — ela me encara curiosa.
Júlio: Ahh, é que você falou sobre saúde como quem entende muito do assunto, fiquei curioso. Enfermagem é uma ótima profissão, quando pensa em voltar?
Pâmela: Bem, infelizmente eu ainda não tenho essa resposta. Mas, quem sabe não volte em breve? Talvez eu tente uma bolsa no próximo ano! — ela pôs os pratos e talheres à mesa, logo depois os copos, o suco, e uma deliciosa macarronada com almôndegas. — Gosta de macarrão?
Júlio: Sim. Gosto bastante! — ela se senta de frente para mim. — Não vai esperar pelos seus pais?
Pâmela: Na verdade, acho que não consigo, passei a tarde inteira sem comer nada, e o meu pai não tem hora pra chegar. — Dona Paulina adentra a cozinha.
Paulina: Júlio, como vai? — ela me cumprimenta carinhosamente como sempre.
Júlio: Muito bem, e a senhora?
Paulina: Estou bem, obrigada!
Pâmela: Vai jantar agora, mãe?
Paulina: Não, querida, vou esperar pelo seu pai, mas vocês podem se servir. Espero que gostem do meu macarrão.
Júlio: O cheiro tá muito bom, imagino que o gosto esteja melhor ainda! — digo já me servindo.
Pâmela: A que horas o meu pai chega?
Paulina: Já deve estar chegando... — Não sei se é impressão minha, mas consigo notar os olhares que mãe e filha trocam. — Bem, não vou atrapalhar vocês, vou tomar um banho e esperar o Georges. — ela diz e sai.
Júlio: O seu pai trabalha muito, né? Ele já devia estar aposentado, não?
Pâmela: Sim, mas infelizmente a empresa onde ele trabalha se recusa a aposentá-lo pela idade, dizem que ele precisa contribuir mais alguns anos ainda!
Júlio: Isso está errado, o seu pai precisa procurar os direitos dele. — Digo sem sombra de dúvidas.
Pâmela: Você não conhece o papai — sorri — Ele não gosta de se envolver com a justiça e nem nada do tipo. Além disso, ele ama o que faz, o chefe dele não é lá essas coisas, mas o salário até que é bom.
Júlio: Posso repetir? — sorrio sem jeito.
Pâmela: Claro, fique à vontade.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Marcia Patette
Nossa vai comer o macarrão todo kkkkk, pode comer pois sua sogra vai amar fazer mais se precisar kkkkkkl
2025-02-26
2
Fátima Ribeiro
Autora ⚘️ ⚘️ ⚘️ 👏👏👏👏🫶🫶
2025-03-02
0
Jeneci Nunes
os dois conversam de uma forma tão boa,que nem percebem a hora passar 🥰
2025-01-22
2