#Capítulo 10

...Pâmela...

(…)

A noite chegou trazendo consigo um vento frio e uma neblina fina, o papai ainda não havia chegado, estávamos apenas nós três em casa.

Mamãe estava no seu quarto lendo a Bíblia, enquanto eu e Steff assistíamos à um filme infantil que ela amava, juntas dávamos boas risadas. Mais cedo, tinha enviado uma mensagem ao Júlio, mas até o momento ele ainda não respondeu, tentei não ficar pensando muito nisso, mas olhava o celular a cada cinco minutos, ansiosa pela sua resposta.

De repente, ouço batidas firmes na porta, o meu coração se encheu de esperanças, achando eu que poderia ser o Júlio, me levanto rapidamente para atender. Mas para minha grande frustração, não era ele, mas sim um homem alto, forte, com um olhar muito esquisito, bastante intimidador que me deu até medo.

Pâmela: Pois não? Em que posso ajudar? — Pergunto um tanto amedrontada.

— É aqui que mora Georges Fonseca? — A sua voz era ainda mais assustadora, senti um arrepio ruim na espinha.

Pâmela: Sim, ele é o meu pai, quem deseja?

— Hum...não sabia que ele tinha filhos, muito menos uma filha tão linda como você! — engulo em seco. — O seu pai está?

Pâmela: N-não senhor.... — gaguejo. — Ele ainda não chegou! — o olhar desse homem era sombrio, algo nele não me passava confiança, de onde o meu pai poderia conhecê-lo? — me pergunto.

— Tá certo, diga a ele que Robson esteve aqui! — Dito isso, ele entra num carro preto e vai embora. — Respiro aliviada e fecho a porta, trancando-a imediatamente.

Paulina: Quem era, filha?

Pâmela: Não sei, era um homem procurando pelo papai, mas não o conheço! — sento-me novamente no sofá ao lado de Steff.

Paulina: Não disse o nome?

Pâmela: Sim, Robson, conhece? — ele fica pensativa, como se estivesse buscando alguém com esse nome no seu subconsciente.

Paulina: Não conheço, mas o que será que ele queria? Disse alguma coisa?

Pâmela: Não faço ideia, mas era um homem muito estranho, mãe, o seu olhar me deu até calafrios...

…

Terminamos o filme e fomos jantar, já eram oito da noite e nada do papai, continuava verificando o meu celular a cada meio minuto na esperança do Júlio me responder, mas até o momento nenhum sinal dele, isso já estava me deixando encabulada, talvez não houvesse nem passeio amanhã como ele havia prometido.

Após o jantar ajudo mamãe a arrumar a mesa e também lavo as louças sujas, depois de lavar, secar e guardar tudo, peguei Steff que já estava cochilando no sofá e a levei para o quarto.

Pâmela: Vamos dormir, meu amorzinho! — Coloco-a no canto da cama como sempre e a cubro com o cobertor, logo em seguida visto o meu pijama, escovo os meus dentes e me recolho também, antes de dormir, medito um pouco na bíblia sagrada e logo após me deito ao lado do meu anjinho precioso.

Como sempre, eu deixo a luz do abajur aceso com a luz bem fraquinha, apenas para o ambiente não ficar totalmente escuro, Steff ainda acordava a noite de vez em quando, assim já ficaria mais fácil.

Fico alisando o seu rostinho angelical até o sono começar a chegar, quando estava quase me entregando ao cansaço, ouço o apito do meu celular informando que havia chegado uma mensagem, forço-me a ficar de olhos abertos para pegá-lo na mesinha ao lado da minha cama, e olho o visor. Era ele, finalmente respondeu a minha mensagem, eu pensei bastante antes de visualizar, confesso que estava chateada por ele ter demorado tanto a me responder, mas por fim, a curiosidade foi maior que o meu orgulho.

Júlio 📥

— Oi! me desculpe o sumiço, estive muito ocupado durante o dia, mas o nosso compromisso de amanhã ainda está de pé, passo bem cedo para pegá-las.

— Espero que estejam bem, dê um beijo em Steff por mim, estou morrendo de saudades, prometo recompensá-las amanhã!

— Tenham uma ótima noite, abraço!

Não consigo evitar um sorriso, será que ele também sentia a minha falta? Mil coisas se passam na minha mente.

Ele continuava online, talvez esperando pela minha resposta, ou talvez estivesse falando com outra pessoa, quem sabe uma mulher... fiquei na dúvida se o responderia ou não.

Digito várias vezes e apago, mas por fim o respondo.

Pâmela 📤

— Ok, estaremos prontas. Até amanhã!

E por incrível que pareça, ele visualiza assim que a mensagem chega, seria possível ele estar no meu perfil? — Sorrio balançado a cabeça em negativo.

Ele começa a digitar, meu coração acelera.

Julio 📥

— Desculpe ter estado tão ausente essa semana, tive alguns imprevistos...

Pâmela 📤

— Tudo bem, eu entendo, sei que é um homem muito ocupado....mas Steff não para de perguntar por você!

Júlio 📥

— Passaremos o dia juntos amanhã, prometo, só nós três ☺️ !!!

Eu poderia jurar que estou toda corada agora. — penso.

Pâmela 📤

— Será bom para ela ter esse tempo com você, vocês precisam disso.

Júlio 📥

— Sim, eu prometo que me dedicarei mais a ela a partir de agora, aliás, o quarto dela já ficou pronto, o pessoal que eu contratei finalizou tudo hoje, e ficou perfeito, espero que ela goste!

Pâmela 📤

— Que ótimo, tenho certeza que ela irá amar 🥰

Júlio 📥

— Vou te deixar dormir agora, tenha uma boa noite, Pam. Um beijo...

Pâmela 📤

Boa noite! ❤️

…

Durante a noite, acabei sonhando com ele, foi um sonho tão lindo, e tão real.

Estávamos num jardim todo florido, com flores de todas as cores e espécies, Júlio me abraçava por trás e beijava o meu pescoço, ao olhar para baixo constatei que estava esperando um bebê, e pelo visto ele era o pai, pois não parava de fazer carinho na enorme barriga.

Acordei e passei um longo tempo me recordando do sonho, parecia tão real, teve um momento em que olhei para o horizonte e vi Stefany correndo pelo campo colhendo flores.

Stefany: Mamãe... — Volto a mim e me viro para a minha linda menininha que sorria para mim.

Pâmela: Bom dia, minha princesinha, como você está? - Ponho uma mechinha do seu cabelo atrás da orelha.

Stefany: Tefany bem, e a mamãe? — simplesmente não resisto a tamanha fofura, a encho de beijos pelo seu rostinho.

Pâmela: Estou muito bem, meu amor, melhor ainda por ter você aqui comigo, meu anjinho lindo!

Ouço batidas na porta e peço para entrar.

Paulina: Querida, o Júlio está na sala, disse que veio buscá-las para um passeio! — Dei um pulo da cama bastante surpresa.

Pâmela: Caramba! Ele disse que viria cedo, mas não achei que fosse tão cedo, que horas são? — olho o meu celular e vejo que passa um pouco das oito da manhã.

Paulina: É melhor se apressar, quer ajuda? — Assinto com a cabeça.

Pâmela: Pode dar banho em Steff para mim? Vou organizar uma bolsa com algumas coisas dela, não sei quanto tempo vamos demorar, então, acho melhor levar algumas mudas de roupa caso ela se suje.

Paulina: Faça isso, querida, pode deixar que cuido do banho dela, vem com a vovó, meu amor! — Steff pula nos seus braços.

Pâmela: Quem ficou na sala com o Júlio? — pergunto curiosa.

Paulina: O seu pai está lá com ele, mas está com aquela cara de quem comeu e não gostou! — Ela tira as roupas de Steff e a leva para o banho. — Enquanto eu fico com um certo receio ao ouvir o que a minha mãe disse sobre o meu pai, ainda estou tentando entender o porquê dele estar tendo esse tipo de comportamento com o Júlio. Mas enfim, forço-me a deixar esses pensamentos de lado e volto a minha atenção no que ia fazer.

Arrumo a bolsa de Stefany com tudo que ela possa precisar, e escolho também uma roupinha para lhe vestir, logo depois escolho também a minha roupa e pego um tênis.

A minha mãe finaliza o banho de Steff, e eu arrumo-a, visto a sua roupinha, e faço um penteado bem fofinho nela.

Pâmela: Ficou uma princesinha, minha menina linda!

Após arrumá-la, deixo-a no quarto com minha mãe, enquanto também tomo um banho bem rápido e lavo os cabelos.

Não demorei muito para me arrumar, após me vestir de maneira casual e confortável, calço os meus tênis e penteio os meus cabelos, atualmente estavam no meio das costas, os deixo soltos mesmo, para se secarem naturalmente, finalizo com perfume, creme de pele, desodorante, e um batomzinho.

Paulina: Uau, que linda! — Sorriu. — Se bem que o Júlio também está muito bonito hoje, e cheiroso, senti o perfume dele, da cozinha. — Isso fez o meu coração palpitar no peito. — Olhe só amorzinho, como a sua mãe está bonita! — Dessa vez, sou eu quem dou um sorriso de orelha a orelha, preciso admitir que amo quando se referem a mim como "mãe" de Stefany.

Stefany: Mamãe buita... — Sorrimos juntas.

Pâmela: Ah, nem estou tão bonita assim, vocês estão exagerando!

Paulina: Não estamos não, você está muito linda, minha filha. O Júlio vai amar! — Minha mãe não tinha papas na língua.

Pâmela: Não diga bobagens, mamãe. Isso não é um encontro, só estou indo com eles, porque ele não sabe trocá-la caso precise!

Paulina: Urum, sei. — Ela sorriu disfarçadamente enquanto colocava mais algumas coisas na bolsa de Stefany.

Pâmela: Bem, acho melhor irmos, ainda tenho que dar café pra ela. — Tento mudar o rumo da conversa.

E antes de sairmos do quarto para a sala, dou uma última olhada no espelho, não queria me arrumar demais, mas também não queria ir desarrumada, sempre fui muito prática, a roupa que eu escolho, geralmente eu a uso, mas hoje, justo hoje eu estava com duvidas em relação a isso. Não estava lá essas coisas, mas essa era eu, simples e discreta, não gostava de me mostrar com nada, o meu estilo sempre foi bem básico, calça jeans, tênis, blusinha, vestido.

O meu corpo até que era bonitinho, tenho belas curvas, um bumbum redondinho, uma cinturinha fina com quadris um pouco mais largos, e seios mais fartos que o comum. Na adolescência isso me incomodava muito, principalmente na época da escola, cheguei até a sofrer bullying por conta disso, mas hoje em dia eu gosto bastante deles, e me acho bonita do jeito que eu sou.

Pâmela: Vamos, meu amor, o papai está nos esperando! — Pego Steff no colo e ponho a bolsa do lado, por fim saímos do quarto, e não sei porque, mas o meu coração estava exageradamente acelerado.

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