#Capítulo 03

...Pâmela...

(…)

Acordo com pequenas mãozinhas tocando o meu rosto, sinto o seu toque suave e sorrio ao abrir os olhos, quando vejo a pessoinha mais preciosa me encarando com aquele olhar de amor e carinho que só ela tem.

Por um momento, eu me perco nos olhos de Steff, me lembrando da pessoa na qual tem os mesmos olhos, eu o vejo ali através do olhar doce e ingênuo de minha sobrinha.

Pâmela: Bom dia, minha lindinha.... — A puxo para mais perto de mim e a beijo, fazendo-a dar boas gargalhadas que aquecem o meu coração, essa é a parte mais gostosa do meu dia, tê-la comigo todas as manhãs nos últimos meses tem sido a melhor experiência da minha vida.

Stefany: Mamãe… — Ela sorri.

Pâmela: Como você está, minha gatinha? Dormiu bem? — Lhe dou vários beijinhos pelo seu rostinho angelical, ela ama.

Stefany: Mimiu, mamãe! Voxe mimiu também? — Não consigo conter o sorriso ao vê-la interagindo comigo, ela está tão esperta, pronuncia várias palavras e o seu linguajar já é bastante compreensível.

Pâmela: Dormi muito bem, também, meu anjinho. Agora, o que acha de levantar, tomar banho e ficar bem bonita para esperar o papai? — Sinto uma leve ansiedade só em lembrar que ele deve passar aqui antes de ir para o trabalho. Nesse final de semana, ele andou bastante ocupado, não conseguiu ver a Steff, ela já está com saudades dele. O que significa que muito em breve ele a levará para morar com ele.

Após dar banho nela, e tomar o meu também, nós seguimos para a cozinha juntas, era assim todas as manhãs. Steff estava muito apegada a mim, assim como eu a ela, e confesso que toda essa aproximação de nós duas chegava a ser como mãe e filha. Mas, a verdade, é que eu me sinto como mãe dela, a amo como tal, e não sei se vou conseguir viver longe dela. A ideia de que a qualquer momento o Júlio pode levá-la de mim chega a ser assustadora, compreensível, mas muito assustadora.

Essa garotinha se tornou o meu mundo inteiro, por ela acho que sou capaz de dar a minha vida sem nem pensar. Mas, por outro lado, eu me sinto até meio mal, pois Júlio tem muito mais direitos do que eu sobre ela, afinal ele é o pai. O progenitor dela.

Contudo, isso não deixa de ser doloroso para mim, mas de maneira nenhuma vou me opor, eu sei que ela precisa do pai, assim como ele também precisa dela. Por mais que eu a ame profundamente, reconheço também, que ela necessita de uma família completa, com mãe e pai, mesmo que não seja eu, espero de coração que Júlio encontre alguém para cuidar da minha pequena como ela merece.

Pâmela: Bom dia, mãe, pai! — Dou um beijo em cada um deles e me sento à mesa, com Steff ainda no meu colo.

Paulina: Bom dia, queridas!

Georges: Bom dia, meninas. Dormiram bem?

Pâmela: Dormimos sim, pai. — Começo a me servir e a servir Steff também.

Stefany: Mamadeila mamãe!

Pâmela: Na-não, meu anjo, vamos tomar um nescauzinho com bolinho, mamadeira só mais tarde. — Ela faz um lindo biquinho, mas logo volta a sorrir com toda a sua inocência de criança.

Paulina: O Júlio vem hoje? — Noto um sorriso nos lábios da mamãe ao me perguntar isso.

Pâmela: Não sei, mas acho que sim! — Digo sincera, pois realmente não tenho certeza se ele vem, mas de coração, eu espero que sim.

Georges: Você acha que ele vai tirar a Steff da gente?

Pâmela: Ele não vai tirá-la de nós, pai. O Júlio é o pai dela, ele tem todo o direito.

Georges: Sei não viu, filha, você acha mesmo que ele vai permitir que nós continuemos vendo ela, após ele levá-la? Esse homem é muito rico, deve ser um sacrifício enorme para ele continuar vindo até aqui, quem dirás nos receber na sua mansão. — O meu pai diz num tom que não me agrada nenhum pouco, mesmo após ver e falar com o Júlio diversas vezes, o papai ainda não confia nele.

Paulina: Eu gosto dele, e não acho que ele seja esse tipo de homem! — Mamãe sorri para mim, e eu desvio no mesmo instante.

Georges: Bom, eu só acho que não deveriam confiar tanto assim, principalmente você Pâmela! — Engasgo com o café e acabo atraindo os olhares dos meus pais para mim.

Pâmela: Pai, porque está dizendo isso? — Pergunto ao me recompor.

Georges: Como seu pai, eu só quero o seu bem, filha, Júlio é um homem mais velho, com um nível social muito mais elevado que o nosso, e ainda por cima, é o ex-marido da sua irmã. Não quero que o veja de outra forma, lembre-se disso!

Paulina: Georges, você está constrangendo a menina, falando desse jeito. Até parece que ela está tentando roubar o marido da irmã, o que não é verdade, ela só está o ajudando com a nossa neta, você sabe disso. — Mais um motivo para não alimentar esse sentimento dentro de mim, saber que o meu pai é contra uma possível aproximação entre nós, é mais que o suficiente para me colocar no meu lugar. Até porque o tipo de mulher que o Júlio se interessa não chega nem perto de ser alguém como eu. — Se enxerga Pâmela, ele gosta de mulheres experientes, e não de meninas como você, digo a mim mesma.

Georges: Espero que entenda que só quero o seu bem, filha. E definitivamente, o Júlio não é homem pra você!

Pâmela: Não se preocupe, papai. Ele é apenas o pai de Steff, nada mais que isso! — Digo tentando me convencer das minhas próprias palavras.

Georges: Bem, agora preciso ir trabalhar, vejo vocês mais tarde. Querida, você está bem né?

Paulina: Claro, não se preocupe. — A minha alergia era ver a minha mãe assim, após a chegada de Steff, a minha mãe apresentou uma grande melhora, de quatro remédios que tomava por dia, o médico reduziu para apenas dois. Bendito seja Deus!

Georges: Me ligue se precisarem de algo! — Ele se despede de nós com um beijo em cada uma, e logo segue o seu caminho para o trabalho. — O meu pai trabalha como contador a vida inteira, foi assim que ele conseguiu nos sustentar. Eu sempre reconheci o seu esforço, fazendo o possível para nunca desperdiçar nada em casa, pois sabia que tudo vinha do bolso dele. Mamãe sempre trabalhou, mas devido a todos os infortúnios da vida, precisou se afastar, a única que nunca deu valor a nada disso foi Paloma, aquela ali sempre foi uma exploradora, nunca economizava nada, vivia extorquindo o nosso pai.

Finalizamos o café e vejo que já passou da hora do Júlio vir, provavelmente deve ter ido direto para o trabalho.

Stefany: O papai, mamãe?

Sou surpreendida pela minha sobrinha ao perguntar pelo pai. Agora tenho total certeza que ela está sentindo a falta dele, decido mandar uma mensagem.

Paulina: Filha, você está gostando do Júlio? — Pergunta sem nenhuma cerimônia.

Pâmela: Até você, mãe? — Pego Steff no colo e me sento no sofá, mamãe faz o mesmo.

Paulina: Quero que saiba que não concordo com o seu pai, eu acho que o Júlio seria o homem perfeito para você, querida. — Não consigo evitar, simplesmente fico toda corada com a revelação de minha mãe.

Paulina: E então, você gosta ou não? — Desvio os olhos para o aparelho celular na minha mão em busca de alguma resposta dele, mas para minha tristeza ele nem visualiza a mensagem.

Pâmela: Mãe eu..... — para minha sorte, sou salva pelo gongo quando a campainha toca, não queria ter essa conversa com a minha mãe, pelo menos não agora. — Eu atendo! — Digo me levantando apressada, feliz da vida pensando ser ele, mas me frustro ao constatar que é a minha melhor amiga na porta. — Louise?

Louise: Bom dia!! — Ela me abraça.

Pâmela: Oii...entra! — dou espaço para ela passar.

Louise: Obrigada. — Louise e eu nos conhecemos na faculdade, onde por dois anos fizemos o curso de enfermagem juntas, porém ela continuou, e eu tive que trancar devido às condições que não eram tão favoráveis no momento.

Louise: Cadê a menina linda da tia Lu? — Steff adora ela. — Como vai, dona Lina? — Ela chamava a minha mãe pelo seu apelido.

Paulina: Estou ótima, e você, querida? — Ambas se cumprimentam com um beijinho em cada lado do rosto. — E a sua avó?

Louise: Estou bem, e a vovó, a senhora sabe, continua reclamando de dor nas costas como sempre, mas está bem, graças a Deus!

Pâmela: A que devo a honra de uma visita sua assim tão cedo? Não devia estar no trabalho?

Louise: Hoje só entro às dez... — Ela se senta com Steff no seu colo.

Paulina: Aceita um café, Lou? — A minha mãe se levanta do sofá.

Louise: Tomei em casa antes de vir, obrigada. Na verdade, eu queria saber se a minha melhor amiga tá com um tempinho livre hoje? — Sorri enquanto fazia carinho nos cabelos de Steff.

Pâmela: Estou sim, por quê? — Ultimamente estou parada em casa, quase enlouquecendo por não conseguir nenhum emprego.

Louise: Uma colega do trabalho se casa hoje no civil, e se lembrou de tudo, menos das unhas. Daí ela me perguntou se eu conhecia alguma manicure..

Pâmela: Daí você falou de mim? — Arqueio uma sombrancelha e cruzo os braços.

Louise: Sim, desculpa amiga, eu devia ter ligado antes te perguntando...

Pâmela: Me passa o endereço e o horário! — Um dinheirinho extra agora cairia muito bem, as contas de casa estão atrasadas, vai ser bom poder ajudar o papai.

Louise: Tá falando sério? — Ela sorriu animada.

Pâmela: Claro! — Sorrio de volta.

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Comments

Marcia Patette

Marcia Patette

Acho que o pai ainda pensa que a filha vai voltar e ficar com o marido e a bebê. Coitado tá se iludindo

2025-02-26

1

Fátima Ribeiro

Fátima Ribeiro

Está muito bom o início autora.
gostando.
Está com gostinho de amor, felicidade Deus!

2025-03-02

0

Fátima Ribeiro

Fátima Ribeiro

a Deus toda honra glória e poder

2025-03-02

0

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