#Capítulo 13

...Pâmela...

(…)

Assim que passei pela porta da sala, os meus olhos foram direto ao seu encontro, foi quase impossível desviar, Júlio me olhava com tanta intensidade, que provavelmente já estava toda corada. Ele estava bonito como sempre, menos formal do que de costume, porém não menos lindo, a barba e o cabelo estavam perfeitamente alinhados, além da sua elegância, ele também era um homem de muita classe. O perfume então, nem se fala, mamãe tinha razão, ele estava muito cheiroso, esses sem dúvidas, são detalhes que não passam despercebidos por nenhuma mulher.

Stefany assim que o vê, praticamente pula do meu colo e corre ao seu encontro.

Stefany: Papaiiii - A alegria contagiante.

Júlio: Oi, minha vida. Que saudades! — ele a pega nos seus braços e beija a sua bochecha!

Pâmela: Bom dia! — Cumprimento timidamente, ainda presa no seu olhar.

Júlio: Bom dia, Pâmela! — O meu nome soava tão bem nos seus lábios.

Stefany: Sadade papai.... — O seu olhar agora é direcionado a nossa menina.

Júlio: Perdoa o papai, meu amor? Papai promete que não vai ficar mais tanto tempo longe de você. — O seu olhar volta para o meu. — Então, vamos? — Ele se levanta com ela agarrada no seu pescoço.

Pâmela: Ainda não tomamos café, mas prometo que será rápido.

Júlio: Passaremos numa cafeteria no caminho, assim ganhamos mais tempo, quero aproveitar cada minuto do dia de hoje!

Pâmela: Ahh, tudo bem, sendo assim, podemos ir. — Júlio pareceu ler a minha mente, eu queria sair o mais rápido possível do olhar julgador do papai.

Georges: Não chegue tarde, filha, tenha cuidado! - A sua voz era áspera, provavelmente estava muito mais irritado do que pensei.

Paulina: Não seja chato, homem, deixe a menina se divertir, ela mal sai de casa. Aproveite o dia, querida! — Me abraça ignorando completamente o mau humor do papai.

Júlio: Não se preocupem, cuidarei bem delas, prometo! — Vejo o meu pai amassar os lábios um no outro, com profunda indignação ao ouvir Júlio falando assim, para nossa sorte, mamãe intervém rapidamente e nos despedimos.

......................

...Georges...

(…)

— Não gosto nem um pouco dessa aproximação do Júlio com a minha caçula, vejo nos seus olhos o seu interesse pela Pâmela, ele ao menos disfarça o encanto que tem por ela, os seus olhos brilham quando a vê. Mas não irei permitir que ele a corrompa como fez com Paloma, isso nem pensar.

Paulina: O que você tanto olha, homem? — Diz se aproximando de mim.

Georges: Veja só o jeito como ele a trata, e olha para ela, eu não estou gostando disso, Lina, não quero Pâmela envolvida com esse homem. Será que já não foi suficiente ter corrompido uma delas, agora quer fazer o mesmo com a outra? — Digo irritado observando os dois pela janela, Júlio até abre a porta do carro para ela como um verdadeiro cavalheiro, isso me dá nos nervos.

Paulina: Do que você está falando, Georges? Quem disse que o Júlio teve algo haver com o comportamento da nossa filha? Paloma fez as escolhas dela, ninguém teve nada haver com isso, tire essas ideias da sua cabeça, isso é um absurdo!

Georges: Querida, você é boa, não vê maldade nas pessoas, mas eu sou um homem vivido, e sei muito bem as intenções de um sem vergonha quando vejo um! — Bufo ainda mais irritado, não suporto o jeito como ela o defende.

Paulina: O Júlio é um excelente homem, muito honesto e trabalhador, está dando o seu melhor como pai, se ele realmente se interessar pela Pam, farei muito gosto dessa união. Não vejo problema nenhum nisso, e você deveria pensar o mesmo.

Georges: O quê? Eu jamais vou permitir essa sem vergonhice na minha casa, Pâmela é uma menina direita, não é para o bico de um homem como o Júlio. Em hipótese alguma serei a favor desse pecado!

Paulina: Pecado seria se a Pâmela tivesse roubando o marido da irmã, mas até onde eu sei, eles nunca foram oficialmente casados, tinham um relacionamento, mas nunca tiveram nada registrado em cartório, além do mais, já fazem meses que se separaram. — Ela faz uma pausa. — Ou melhor, ela o abandonou, lhe virou as costas quando mais precisou. O Júlio agora é um homem livre e desimpedido, assim como Pâmela!

Georges: Eu não vou discutir isso com você, Paulina, sei que ainda não está totalmente recuperada, mas quando estiver no seu juízo perfeito, verá que isso é uma abominação que jamais deverá acontecer. — Acabo falando mais do que devia.

Paulina: É isso que você acha? Que não estou bem da cabeça? — Ela ri. — Pois fique você sabendo que estou melhor que nunca, ainda não contei isso a ninguém, mas já fazem dois meses que não tomo mais nenhum remédio, e nunca me senti tão bem como estou agora. O Senhor já me curou daquela doença maldita, sou uma nova mulher, Georges!

Geoeges: Lina, meu amor, não foi isso que eu quis dizer, me desculpa, estou de cabeça quente e acabei descontando em você, ultimamente tenho andado muito estressado. Mas estou muito feliz que não esteja mais tomando os remédios, essa é a melhor notícia que poderia receber! — Falo me aproximando dela, tentando contornar a situação, mas ela recua veementemente.

Paulina: Posso saber com o que você anda tão estressado? Será que tem a ver com um homem chamado Robson? — Engulo seco, como ela sabia sobre esse homem?

Georges: O que? An....não sei do que você está falando... — tento agir normalmente, mesmo estando muito nervoso.

Paulina: Eu só não disse nada ontem, porque você chegou muito tarde, mas um homem por nome Robson veio procurá-lo. Pâmela quem atendeu a porta, e ela achou o homem muito esquisito, pela cara de pavor dela, parecia ter visto até um fantasma. Posso saber de onde você o conhece, Georges? — Eu não podia acreditar que esse cara tenha vindo até a minha casa, cobrar aquele maldito dinheiro, e o pior, é que agora ele sabe que tenho uma filha. Estou perdido!

Georges: Eu...eu... - Era difícil mentir para Paulina, pois ela sempre descobria a verdade.

Paulina: Porque está tão nervoso? Quem é esse homem? Diga a verdade, Georges!

Não adianta, a verdade é a que sempre prevalece, como dizia a minha falecida mãe, a mentira só dura enquanto a verdade não chega. E para mim chegou, é hora da Paulina descobrir o segredo que venho tentando esconder durante meses.

...----------------...

...Pâmela...

(…)

No caminho até a cafeteria fomos em silêncio, só se ouvia Steff falando coisas que eram inelegíveis para nós no banco de trás. Júlio era extremamente gentil e atencioso, sempre abria a porta do carro para mim e fazia questão de carregar Stefany, ela estava amando a presença do pai.

Júlio: Essa cafeteria é ótima, vocês vão gostar! — Comenta assim que passamos pela entrada, e realmente era bonita, muito chique por sinal, havia vários tipos de doces e salgados, pães e bolos.

Pâmela: É lindo aqui, e deve ser tudo muito caro também... — Olho diretamente para a vitrine dos bolos.

Júlio: Ah, por favor, não se preocupe com isso, escolha o que quiser. Vamos nos sentar! — Apenas o acompanho até uma mesa próxima à janela, logo um atendente nos traz os cardápios, o lugar era muito sofisticado, e o atendimento era ótimo.

Me sento de frente para ele, Steff continuava no colo dele toda feliz.

Pâmela: Júlio? — ele encara-me e nossa, que olhar era aquele? Tive que me concentrar bastante no que iria dizer a seguir, para não errar as palavras e acabar passando vergonha na frente dele. — Desculpe pelo meu pai, ele não tem sido muito gentil com você nos últimos dias, ele tem trabalhado muito, quase não para em casa.

Júlio: Tudo bem, não se preocupe. Ele só está preocupado com você, é compreensível, também sou pai, o entendo.

Pâmela: Mesmo assim, peço desculpas!

Júlio: Não estou bravo, fique tranquila, o seu pai é um homem bom, no lugar dele provavelmente estaria do mesmo jeito. — Ele sorri e beija os cabelos de Steff.

Pâmela: Ela está tão feliz, olhe só esses olhinhos brilhantes...

Júlio: Sim, é incrível como em tão pouco tempo ela tenha se apegado a mim dessa forma.

Pâmela: O laço de sangue é muito forte, não importa o tempo e nem a distância, o elo que os une é mais forte que tudo.

Júlio: Pam, também quero me desculpar com você, esses dias longe de vocês foram torturantes para mim! — Engulo seco, o que será que ele quis dizer com isso?

Permaneço em silêncio, não fazia ideia do que responder.

Stefany: Mamãe....colo — Sou salva pela Steff.

Júlio: Parece que agora ela quer você. — Sorriu.

Pâmela: Vem, meu amor! — Pego ela no colo e logo em seguida fazemos os nossos pedidos, não demora muito para trazerem, pedi o mesmo para mim e Steff, bolo de cenoura e café com leite. Já o Júlio, pediu algo mais sofisticado, capuccino com croissant, o que me fez perceber que somos de mundos completamente diferentes, ele é rico e está acostumado a ter tudo, e eu, bem, eu sou pobre, simples demais para ele.

Após finalizarmos o delicioso café da manhã na cafeteria super chique, seguimos para o carro. Eu não fazia ideia de onde estávamos indo, ele não havia dado muitas informações, confesso que a curiosidade já estava me fazendo roer as unhas.

Pâmela: Onde estamos indo? — pergunto após algum tempo. — Vejo-o sorrir de lado.

Júlio: Daqui a pouco você vai saber, mas acho que irão gostar, faz tempo que não vou há um, vai ser bom ter esse tempo de lazer com vocês.

Pâmela: Você saía muito com a Paloma? — Pergunto tentando não demonstrar o quanto estava curiosa para saber como era o relacionamento deles, e principalmente se ele ainda a amava.

Júlio: Não muito, íamos jantar fora de vez em quando, ela sempre escolhia os restaurantes mais caros de Buenos Aires. — A sua voz é de desinteresse.

Pâmela: Entendi....a minha irmã sempre almejou ter essa boa vida, fico me perguntando onde ela pode estar agora, e o está fazendo para viver. Você teve alguma notícia?

O silêncio reina por algum tempo, até ele finalmente responder.

Júlio: Bem, eu tive sim, mas não sei se você vai querer saber... — De repente a sua expressão muda, e pude notar um certo receio na sua voz.

Pâmela: É tão ruim assim?

Júlio: Um pouco, mas acho que você merece saber...a última coisa que eu soube, é que a sua irmã está morando em Curitiba, e atualmente tem ganhado a vida como acompanhante de luxo. — É pior que eu imaginei. — Esse trabalho rende muito dinheiro, principalmente se.... — ele para, buscando a palavra certa para dizer a seguir.

Pâmela: Se ela se prostituir? — Completo com a voz entrecortada.

Júlio: Desculpe, eu não quero que pense que estou insinuando que ela esteja fazendo esse tipo de coisa, mas é difícil ser só a acompanhante, principalmente quando os clientes são homens com muito dinheiro e poder aquisitivo.

Pâmela: Não consigo nem imaginar uma coisa dessas, espero de coração que ela não esteja se vendendo dessa forma, justo ela que teve tantos exemplos bons em casa. Não sei se os meus pais aguentariam! — Fecho os meus olhos, triste só de pensar na decepção nos olhos da mamãe.

Júlio: Bom, acho melhor mudarmos de assunto, pois hoje será um dia para se alegrar, quero que as duas se divirtam muito!

.

.

.

.

Mais populares

Comments

MARIA RITA ARAUJO

MARIA RITA ARAUJO

arrasou mais uma vez em cada capítulo autora, é o que eu sempre digo, valeu apena a esperar🥰🌻💐🌺🌹

2025-01-26

3

Osny

Osny

Se ele consegue ver um homem sem vergonha de longe, será que consegue ver uma mulher sem vergonha de perto, no caso a Paloma?
Paloma sim, uma mulher que gosta de vida fácil.

2025-01-30

0

Marcia Patette

Marcia Patette

Essa Paloma vai voltar para atrapalhar eles e espero que o pai não apoie ela

2025-02-27

1

Ver todos
Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!