...Júlio...
(…)
Cheguei em casa muito pior do que quando saí, estava me sentindo um me*da, como é possível que um homem de trinta e sete anos haja com tanta imaturidade?
Eu não estou me reconhecendo, aquele homem de momentos atrás literalmente não era eu, por pouco não fui parar na cama com uma desconhecida, apenas para tentar ofuscar um sentimento que já tomou conta de todo o meu ser. Ahh....mas que grande idiota eu sou!
Como posso me imaginar ficando com Pâmela, agindo dessa forma? O que ela diria se me visse agora?
O pior é que nem sei se ela sente o mesmo, talvez me veja apenas como o ex-marido da irmã, ou pai da sua sobrinha, um homem com quem deva manter somente uma boa relação de amizade. Essa incerteza é o que me mata, nunca fui um covarde, sempre enfrentei tudo com muita sagacidade, porém se tratando de Pâmela, eu fico perdido, não sei como agir, e nem como dar os próximos passos.
Júlio: Senhor, eu nunca fui um homem religioso, e nem tão pouco de frequentar a igreja, mas se realmente o Senhor olha para mim, me ajude com a Pâmela...pois sinceramente não sei o que fazer, tenho tanto medo de perdê-la, e nem sequer a tenho! — Nunca orei antes por nenhuma mulher que fosse, mas Pâmela é diferente, ela mexe comigo de um jeito que poderia até dizer ser uma obsessão.
…
Novamente entro em baixo do chuveiro, me sentia sujo por ter tocado em outra mulher, não sabia nem como olhar para Pâmela no dia seguinte, talvez fosse melhor evitar vê-la por esses dias, pelo menos até o próximo final de semana.
Após o banho, visto apenas uma boxer e me jogo na cama, o cansaço físico e principalmente mental me vencem rapidamente e logo me entrego ao sono.
(…)
...Pâmela...
(…)
A semana praticamente voou, hoje já era sexta-feira, a rotina seguiu normalmente, mas durante esses dias não tive mais nenhuma cliente, então dediquei o meu tempo somentenos cuidados com Stefany.
A levei na pracinha perto de casa algumas vezes, ela amava brincar por lá com algumas crianças do bairro, também ajudava a mamãe nas tarefas domésticas e no preparo da comida. Fui à igreja dois dias dessa semana, estava tentando me aproximar mais do Senhor, tentando me redimir de todo o tempo em que estive distante de sua presença.
No entanto, eu poderia até dizer que tudo estava devidamente no seu lugar, mas se dissesse isso, eu estaria mentindo para mim mesma, depois que o meu pai praticamente expulsou o Júlio naquele dia, ele não havia mais voltado, apenas trocava mensagens comigo ocasionalmente perguntando pela Steff. Poderia ser coisa da minha cabeça, mas ele parecia mais distante que o normal, talvez fosse só o trabalho, pois com certeza essa parte da sua vida exigia muito do seu tempo. Mas não sei porque, algo em mim, dizia que ele estava me evitando de alguma forma.
Eu só espero que, quando ele estiver morando com Stefany, se dedique mais a ela, a minha menina é uma criança muito esperta, eu vejo o quanto ela sente a sua falta. Os laços de sangue entre pai e filha são mais fortes que a distância.
Stefany: Mamãe.... — Ela pula em cima de mim, estávamos brincando de bonecas no nosso quarto.
Pâmela: O que foi, minha gatinha? — A pego no meu colo e não resisto aqueles olhinhos azuis me encarando com tanta serenidade, lhe dou tantos beijinhos que a sua bochechinha fica toda vermelha.
Stefany: papai não quer blincar.... — E isso me atinge em cheio, ela era só uma criança que sentia muita falta do pai.
Pâmela: Meu anjinho, o seu pai está trabalhando muito, mas eu prometo que logo ele vem brincar com você, está bem? — ela continua me encarando. — Agora o que acha da gente almoçar?
Stefany: Papai vem?
Pâmela: Sim, meu amor, ele vem! — É o que eu espero. — Continuo ali abraçada com ela, Steff é uma criança muito sentimental, não me admira ela ter se apegando tanto a mim, provavelmente Paloma nunca lhe deu a atenção devida que uma criança necessita, e isso me parte o coração, mais ainda é saber que logo ela irá com o pai, confesso que só de pensar nisso o meu peito se aperta, não sei se vou conseguir ficar longe.
…
Almoçamos eu, Steff e a minha mãe, o meu pai como sempre estava no trabalho.
Pâmela: Está gostoso, meu amor? — pergunto ao levar uma colher de comida a sua boquinha. — Ela faz sim com a cabeça de boca cheia.
Paulina: Filha, estou achando o seu pai tão estranho ultimamente...
Pâmela: Estranho como, mãe? — Continuo com a minha atenção no prato de Steff preparando mais uma colherada de comida.
Paulina: Não sei, ele parece estar escondendo alguma coisa de mim, mas não sei o que é. — Dessa vez encaro-a e vejo preocupação nos seus olhos.
Pâmela: Bem, eu não queria dizer nada, porque achei que fosse só coisa da minha cabeça, mas como a senhora reparou, eu também tenho notado o comportamento dele nos últimos dias, está quieto, chegando mais tarde que o normal, sinceramente não sei o que pode ser. — E tinha até medo de descobrir.
Paulina: Não que eu esteja desconfiada em outro sentido, sei que o seu pai é fiel a mim, caso contrário teria me abandonado quando fiquei doente, acho que o assunto pode ser um pouco mais sério!
Pâmela: Fale com ele, mãe, tente descobrir o que é, somos uma família, seja o que for, ele não precisa passar por isso sozinho!
Paulina: Obrigada, minha querida. Você é sempre tão sábia, tenho muita sorte em ter você! — ela toca a minha mão com um leve sorriso no rosto.
Pâmela: Eu que tenho muita sorte de ter você, te amo, mãe! — Retribuo o sorriso.
Paulina: Também te amo muito, florzinha do meu jardim! — eu amava quando ela me chamava assim na infância, e por incrível que pareça ela ainda se lembrava.
Pâmela: Você ainda se lembra?
Paulina: Mas é claro que eu me lembro, era assim que eu te chamava, jamais poderia me esquecer.
Pâmela: Um dia quero ser uma mãe tão boa como você, mãezinha! — Digo de todo o coração.
Paulina: Você já é, filha. Stefany não poderia ter uma mãe melhor que você, olhe só como essa bebê te olha... você é a mãe dela e ninguém pode dizer o contrário, nem mesmo a sua irmã. — O medo de um dia a Paloma voltar e levar a Steff embora, pairava no meu coração, eu não sei se suportaria.
Pâmela: A senhora acha que ela vai voltar?
Paulina: Eu não sei, filha, a sua irmã mudou tanto, não a reconheço mais, ela não é mais aquela menininha que eu criei com tanto amor e dedicação! — agora tudo que eu via era a decepção nos olhos da minha mãe, confesso que se eu tivesse esse poder, a faria esquecer de todo o sofrimento causado pela sem vergonha da Paloma.
Pâmela: Mãe, eu tenho medo que ela volte e queira levar Steff com ela! — confessei.
Paulina: Filha, se a sua irmã voltasse eu seria a mãe mais feliz desse mundo, apesar de toda a decepção, ela ainda é minha filha e eu a amo demais. Porém, não acho que ela vá querer retomar a guarda da nossa pequena, a sua irmã estava muito decidida quando a entregou para nós, abdicou de todas as responsabilidades como mãe sem nem hesitar, e também tem o Júlio, em breve a guarda será definitivamente dele, e não acredito que ele irá abrir mão da filha para viver com alguém como Paloma.
Pâmela: Tem razão! — Me tranquilizo um pouco, a minha mãe tinha esse dom de sempre nos passar confiança.
Stefany: Mamãe, acabou...
Pâmela: Verdade, meu amor, você comeu tudinho, está de parabéns! — sorrio animada.
Paulina: O Júlio sumiu esses dias, tem falado com ele?
Pâmela: Pouco, acho que ele está ocupado com o trabalho... — me levanto e começo a recolher os pratos e copos da mesa, os levando até a pia.
Paulina: Ele é um homem muito rico e com certeza tem muitas responsabilidades! — apenas concordo com a cabeça.
Paulina: Deixe que eu lave, querida, você já fez todo o resto, porque não vai se deitar um pouco com a Steff?
Pâmela: Na verdade, acho que vou organizar o meu guarda roupas, pois está uma zona.— sorrio. — Depois dar banho nessa mocinha. — Digo pegando-a no colo.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Marcia Patette
Ela vai voltar para infernizar a vida deles, pq o que ela acha que tem como relacionamento é apenas uma ilusão. Mas eles estarão firmes juntos e na presença do Senhor, que ela não vão conseguir abalar
2025-02-26
1
Claudia
O que será que Georges está escondendo?????🤔🤔🤔🤔🧿♾
2025-01-23
2
Marta Iglesias 📚
Sei bem como é isso. 🤣🤣🤣
2025-01-25
1