...Júlio...
(…)
Ao entrar no meu quarto, fui logo tirando todas as minhas peças de roupas e entrando no banheiro para uma ducha bem caprichada. Após um dia longo e exaustivo, nada melhor que um banho para relaxar, porém, logo os meus pensamentos são invadidos pelo lindo rosto de Pâmela, com aquele olhar encantador, os furinhos nas suas bochechas ao sorrir. Pode parecer ridículo, mas aquele simples gesto dela me derrete por inteiro.
Conforme a água ia caindo sobre mim, mais pensamentos vinham à minha mente, como por exemplo, o dia em que a conheci há alguns meses atrás, quando fui procurar pela minha filha. Aquele dia ficou gravado da minha memória como um dos melhores dias da minha vida, aquele par de olhos verdes tão intensos me encarando, aquela boca perfeitamente desenhada. Sinceramente, eu preciso confessar, não sei se algum dia já senti por Paloma o que estou sentindo agora pela Pâmela, é forte e ao mesmo tempo me torna tão vulnerável, não sei dizer ao certo o que é, mas a cada dia que passa, mais certeza eu tenho!
Quando volto a mim, noto que estou sorrindo igual um bobo apaixonado com cara de pateta, e para piorar ainda mais a minha situação, alguém lá em baixo parece ter vida própria, isso me deixa demasiadamente irritado. Com raiva de mim mesmo por ter esses tipos de pensamentos, eu soco a parede de azulejo à minha frente sem nem me importar com a dor física que isso me causa. No fim das contas, talvez Ricky tenha razão, eu preciso relaxar um pouco, ou vou acabar ficando maluco.
Mudo a água de morna para gelada, para ver se assim esse fogo que está me consumindo por dentro se apaga um pouco, mas é em vão, pois a cada segundo piora.
Júlio: Droga! — Bufo inconformado.
Fui obrigado a fazer algo que odiava, para simplesmente conseguir sair do banheiro.
Júlio: Eu não posso... porque tinha que ser justo ela? Estou tentando, mas não consigo entender porque justamente fui me apaixonar logo pela irmã da minha ex. Poderia ser qualquer uma, mas não, esse coração traiçoeiro tinha que bater mais forte logo pela mulher que deveria ser proibida para mim, e que provavelmente nem sente o mesmo.
— Você é um idiota, Júlio! É isso que você é. — Me xingo diante do espelho.
…
Por fim troco de roupa e decido sair, a noite estava nublada, mas a chuva havia dado uma trégua, ao menos era o que eu esperava, torci para não encontrar mais o Ricardo na minha sala, a última coisa que eu queria era ser motivo de mais chacota para ele, não preciso lhe contar tudo que faço ou deixo de fazer, Ricky é meu melhor amigo e um advogado excepcional, mas odeio as suas piadinhas. Por sorte ele já havia ido embora.
Pego as chaves de um dos meus carros e sigo para um clube noturno, cujo dono é um velho conhecido meu, ele vive me convidando para conhecer o lugar, mas depois que voltei da Argentina não havia focado em mais nada que não fosse o trabalho. Hoje seria o dia perfeito para dar uma extravasada, sim, ainda era segunda-feira, mas quem liga? Eu sou o meu próprio chefe, eu faço os meus horários.
Hoje sairei com a primeira mulher que der mole pra mim, só assim vou conseguir tirar Pâmela da minha cabeça, pelo menos é isso que eu espero. Ao chegar no local fico bastante surpreso, pois para uma segunda-feira, o lugar estava lotado, havia uma fila imensa do lado de fora, com pessoas esperando para entrar, mas como sou vip, entro de primeira.
Sigo direto para o bar, o salão estava muito cheio, a música estava exageradamente alta, haviam muitas mulheres dançando, assim como muitos homens também. Me arrependo assim que entro, a vontade que tive foi de dar meia volta e sair dali o mais rápido possível, parecia que aquele não era mais o meu mundo, nada daquilo me agradava mais como antes, me senti como um peixe fora d'água.
— Júlio?
Me viro ao ouvir alguém me chamar. Era o Fred, dono do lugar, um amigo de longa data.
Júlio: Fred, como vai? — o cumprimento cordialmente com um aperto de mãos seguido de um abraço com típicas batidinhas nas costas.
Fred: Estou ótimo e você? — ele faz sinal ao barman e logo o mesmo prepara dois copos de uísque com gelo para nós. — Esse é por conta da casa! — pego o copo da sua mão e agradeço.
Júlio: Obrigado! — Bebi e quase ponho tudo para fora, realmente não sabia o que estava acontecendo comigo, primeiro estava detestando estar ali e agora odiando a bebida que até então era uma das minhas preferidas.
Fred: Pensei que nunca iria fazer uma visita, o que está achando?
Júlio: Impressionante! — O espaço era ótimo e muito bem planejado, provavelmente lhe daria muito retorno financeiro, mas fora isso nada ali me chamava atenção. — Você prosperou bastante, meus parabéns! — Digo por fim.
Fred: Foi difícil, mas enfim consegui realizar o meu sonho, e você, como vai os negócios? Eu soube o que aconteceu e de verdade, sinto muito!
Júlio: Foi um grande golpe, mas felizmente consegui me reerguer! — forço-me a virar mais um gole da bebida na boca.
Fred: Já vivi algo parecido no passado, não chegou a ser tão grave, pois não fui preso na época, mas ainda assim foi um grande golpe, quase perco tudo. — confessa.
Júlio: Que bom que conseguiu se reerguer!
Fred: É, e de certa forma aprendi uma lição com tudo isso..
Júlio: E qual seria essa lição? — Pergunto curioso.
Fred: Nem sempre as pessoas são o que aparentam, nesse mundo dos negócios, as pessoas se tornam muito ambiciosas, devemos tomar cuidado com todos aqueles que se dizem os nossos amigos! — Ele finaliza a bebida.
Júlio: Sim, é verdade, eu que o diga! — Quando me lembro de todos os traidores que me cercavam eu ainda fico p*to. — Penso.
Fred: Bem, preciso ir, espero que aproveite a noite, foi um prazer revê-lo, Júlio, nos vemos por aí. — Nos despedimos.
Júlio: Até mais!
Assim que ele sai, peço água com gás ao barman, mas não sei se é devido ao barulho alto da música ou se ele confundiu o meu pedido com o de outra pessoa, pois no lugar da água, ele acaba trazendo outro copo de uísque para mim.
Júlio: Não foi isso que eu pedi! — Reclamei.
Barman: Desculpe, senhor, mas foi aquela moça ali, que mandou entregar! — ele aponta.
Olho na direção e vejo uma linda morena de cabelos longos erguer o copo para mim, dou um sorriso forçado e ergo o copo também.
Barman: Ela está completamente na sua. — riu.
Baixo a cabeça e fecho os olhos, tudo que me vem à cabeça é o rosto de Pâmela.
Júlio: M*rda!
Barman: Disse alguma coisa, senhor?
Júlio: Não, nada!
Se eu quisesse esquecê-la, teria que me jogar com tudo em outra mulher. Decidi então me aproximar da morena que havia me oferecido à bebida, ela era sim muito bonita, não posso negar, mas ainda assim nada nela, me atraía.
Júlio: Olá! — Digo bastante próximo a ela.
— Olá, espero que tenha gostado da bebida!
Júlio: Sim, obrigado, gostei bastante, quer sair daqui e ir para um lugar mais tranquilo? — vou direto ao ponto.
— Adoraria! — O seu sorriso era de pura luxúria.
Por fim saímos do lugar, a levo até o meu carro e a agarro ali mesmo na rua.
— Uau, que pegada! — diz entre os beijos.
Júlio: O que acha de irmos a um hotel?
— Eu acho ótimo, e a propósito o meu nome é.... — A interrompo.
Júlio: Não precisa dizer o seu nome! — seria apenas o caso de uma noite e nada mais, não havia nenhuma necessidade de apresentações.
…
Minutos depois, paro no primeiro hotel que encontro, pois jamais a levaria para minha casa. Já no quanto, eu a jogo na cama e começo a despi-la sem nenhuma cerimônia, sabia que ela queria tanto quanto eu, e sem parar com os beijos, ela faz o mesmo comigo, mas algo martelava dentro de mim.
— Você é muito sedutor....adoraria saber o seu nome, assim poderia até te dar mais prazer. — A sua voz era se*y, o corpo moldado, e o modo como agia, levaria qualquer homem a loucura, mas infelizmente isso não acontecia comigo, não havia química nenhuma, nem mesmo desejo de minha parte. — O que acha bonitão? — Mal prestava atenção no que ela falava.
Júlio: Isso não importa agora, ou importa?
— Não, claro que não. — Avanço mais uma vez nos seus lábios, dando o meu máximo para sentir alguma coisa.
Quando estava prestes a iniciar o ato com a desconhecida, sou sabotado mais uma vez por uma enxurrada de pensamentos, que me levam direto ao dia em que conheci Pâmela. — Não é possível...O que essa menina fez comigo? — Murmuro baixo.
— O que disse, gato?
Paro imediatamente, antes mesmo de começar e saio de cima da mulher, ela me olha com o cenho franzido e a sobrancelha erguida, completamente sem entender.
Mas, se eu não entendia, imagina ela.
— O que houve? — Pergunta.
Júlio: Desculpa, mas não consigo! — começo a me vestir novamente.
— Como é? Isso só pode ser alguma brincadeira, segundos atrás você estava praticamente me devorando, e agora me diz que não consegue? — Ela bufa.
Júlio: Não é você, sou eu. Você é muito bonita e atraente, mas de verdade, não posso fazer isso, é melhor você se vestir, vou levá-la de volta ao clube!
— Você é um idiota, como ousa me rejeitar dessa maneira? E não precisa se dar ao trabalho de me levar, eu posso muito bem pegar um táxi. — Ela começa a se vestir rapidamente com muita raiva. — Pode voltar para a sua esposinha, porque com certeza você é um cretino casado que não teve coragem de traí-la na hora H.
Ela termina de se vestir e sai batendo a porta, logo em seguida eu faço o mesmo.
(…)
.
.
.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 69
Comments
MARIA RITA ARAUJO
ele já estar separado para a mulher que ocupa o pensamento dele e agora é só se entregar a Jesus
2025-01-23
2
Cida Lima
vai Júlio procurar o pastor Ezequiel ele vai te ajudar a seguir o caminho de Deus
2025-03-31
1
Fátima Ribeiro
deveria ter ficado em casa , descansado pro dia seguinte.
2025-03-11
0