A Verdadeira Natureza de Nirai

No sonho de Kaela, ela encontra Nirai. Ele a envolve em seus braços, enquanto um sorriso terno ilumina seu rosto, como se o tempo tivesse parado apenas para aquele abraço.

Kaela sentia o calor do abraço de Nirai, mesmo sendo apenas uma projeção. Ele a envolvia com suavidade, enquanto sua voz, quase um sussurro, ecoava no silêncio:

— Kaela, preciso que você me faça um favor.

Ela ergueu os olhos para os dele, profundos e enigmáticos, sua curiosidade acendendo como uma chama silenciosa.

— Quero que me proteja, Kaela, a qualquer custo. É isso que deseja, não é? Cuidar de mim, querer o meu bem? — disse Nirai, sua voz carregada de uma doçura quase cruel.

Kaela apenas assentiu, submissa ao peso das palavras. Nirai respondeu com um sorriso que carregava a arrogância de quem sabia o poder que exercia sobre ela. Para Kaela, porém, aquele sorriso era irresistível.

Não importava o preço. Seu corpo, sua alma, sua própria vida—tudo ela entregaria, se fosse para o bem dele.

— Não se preocupe, eu farei isso por você. Sempre estarei ao seu lado, não importa o que aconteça — murmurou Kaela, envolvendo Nira em um abraço caloroso. Seu coração transbordava de gratidão, lembrando-se do dia em que ele se tornou sua força após perder tudo. — Você me resgatou quando mais precisei. Nunca esquecerei isso. —

— E se fosse o contrário? — murmurou a simulação de Nirai, seu olhar cravado em Kaela. — Se eu tivesse feito tudo isso com você, o que faria? Me mataria ou escolheria permanecer ao meu lado, ignorando quem eu sou... e o que fiz à sua vila?

Por trás de sua máscara de seriedade, um sorriso quase imperceptível cintilava, insinuando a vileza de sua verdadeira natureza.

— Por que pensa assim? — perguntou Kaela, seus olhos presos aos de Nirai. Ela buscava a beleza na profundidade daquele olhar, como se o mundo ao redor não existisse ou, talvez, como se escolhesse não vê-lo.

Nirai olhou para Kaela, seus dedos tocando suavemente o rosto dela, como se quisesse dissipar a dúvida que a atormentava. Sua voz foi baixa, quase um sussurro:

— Dúvidas, não é? Esse peso em sua mente... Você realmente acredita que eu teria algo a ver com o ataque à sua vila?

Seu toque era suave, como uma brisa, mas carregado de um mistério que pairava no ar.

Kaela olhou nos olhos de Nirai, seu olhar carregado de um misto de incerteza e afeição. Ela respirou fundo, tentando dissipar as sombras da dúvida em sua mente, antes de falar com uma suavidade quase imperceptível:

— Não… na verdade, sim, isso passou pela minha cabeça. Mas, para ser sincera, não me importa mais. O que realmente importa, para mim, é estar ao seu lado.

Um sorriso tímido surgiu em seus lábios, frágil, mas com um brilho que parecia iluminar o momento, como a luz de uma estrela em uma noite tranquila.

Nirai olhou para Kaela, com uma expressão de profunda admiração, como se cada palavra dela fosse uma revelação. Seus olhos brilharam, e ele disse com um tom grave e cheio de significado:

— Essa resposta me impressionou profundamente. Isso é o que chamo de verdadeira parceria: alguém que não me abandonará. Eu penso assim... e, pelo jeito, você também.

Com essas palavras, ele se aproximou, e seus lábios se encontraram com intensidade, um beijo que parecia carregar todas as promessas não ditas. Kaela, surpresa no início, se deixou levar pelo momento, aceitando aquele beijo como uma resposta ao elo que se formava entre eles.

Kaela despertou com uma leveza estranha, sentindo o silêncio da noite ao seu redor. Seus olhos se abriram devagar, e ela percebeu que estava em um quarto desconhecido, envolta pela penumbra da noite. Apenas a luz suave da lua se infiltrava pela janela, desenhando sombras delicadas no ambiente, criando um cenário tranquilo e misterioso.

Sentiu um calor em sua mão e, ao olhar para o lado, encontrou Nirai dormindo à beira da cama. Seus dedos estavam entrelaçados com os dele, um gesto simples, mas que carregava uma conexão silenciosa entre eles. O som suave da respiração dele parecia se misturar ao sussurro da noite, e Kaela, em um misto de surpresa e conforto, permaneceu ali, imóvel, absorvendo o momento.

Kaela sussurrou o nome dele, quase como uma oração, enquanto seus olhos se fixavam no rosto tranquilo de Nirai. As sombras da noite dançavam suavemente ao redor deles, mas em sua mente, as lembranças de um passado distante começaram a surgir, como ecos de um tempo que agora parecia tão distante e irreal.

Ela o observou com a dor do amor perdido e do tempo que não podia voltar. Seu peito apertava, e as palavras que surgiram de seus lábios eram carregadas de uma saudade profunda:

— Nirai...

Um silêncio se estendeu, enquanto ela absorvia a diferença no olhar dele, a frieza que antes não existia. Ela fechou os olhos por um momento, deixando as lembranças tomarem conta de si. Quando falou novamente, sua voz tremia, quase inaudível:

— Por que... por que você se esqueceu do seu passado, Nirai? Eu... eu gostaria que você se lembrasse de mim.

A dor era palpável, mas havia também uma esperança silenciosa, como se, de alguma forma, as palavras dela pudessem alcançar o que estava perdido nele.

Com um suspiro suave, Kaela retirou a mão das de Nirai, sentindo a perda do contato, mas também a necessidade de seguir. Com delicadeza, ela se levantou da cama, evitando fazer qualquer movimento brusco que pudesse interromper o sono tranquilo dele. Caminhou em direção à porta, a mente ainda vagando entre as lembranças e o que o futuro poderia reservar.

Ao sair do quarto e adentrar o corredor, o silêncio da casa a envolveu como uma capa. Seus passos ecoavam suavemente nas paredes vazias, e ela seguiu, como se fosse atraída por algo desconhecido. Quando quase alcançou o fim do corredor, algo lhe chamou a atenção. Uma porta à sua direita, discretamente entreaberta, despertou sua curiosidade.

Sem hesitar, ela a abriu, e o aroma acolhedor de algo familiar a envolveu. Lá estava a cozinha, iluminada suavemente pela luz da lua que entrava pela janela, criando sombras tranquilas. Era um espaço simples, mas que, de alguma forma, trazia conforto à sua alma inquieta. Kaela deu um passo à frente, respirando fundo, tentando dissipar as incertezas que ainda pesavam em seu coração.

Enquanto Kaela se aproximava da mesa da cozinha, um som suave, quase imperceptível, chamou sua atenção. Um ruído baixo, como o de algo sendo mexido ou cortado, vinha do outro lado do cômodo. Intrigada e com uma leve cautela, ela seguiu na direção do som, seus passos silenciosos no piso frio.

Ao virar a esquina da cozinha, Kaela se deparou com uma mulher desconhecida, que parecia completamente à vontade em seu trabalho. A mulher estava de costas, concentrada, preparando um lanche com gestos rápidos e graciosos, sem notar a presença de Kaela. O aroma de comida caseira começava a preencher o ambiente, trazendo uma sensação reconfortante, mas também um toque de mistério à situação.

Kaela observou por um momento, hesitando. Quem era aquela mulher? Como ela estava ali, sem que Kaela a tivesse visto antes? O silêncio no ar parecia amplificar sua curiosidade, mas, ao mesmo tempo, algo na cena parecia despretensioso, como se a mulher fosse parte daquele lugar, tão natural quanto a cozinha em que estava.

Kaela, ainda um pouco surpresa, quebrou o silêncio com uma pergunta simples, mas carregada de curiosidade:

— Hum, quem é você?

A mulher, que parecia completamente envolvida no que fazia, deu um pulo leve, visivelmente assustada pela voz que interrompeu o silêncio da cozinha. Ela virou-se rapidamente, e ao ver Kaela à sua frente, seus olhos se arregalaram, como se finalmente reconhecesse a presença dela.

— Ah, é você, Kaela... — respondeu a mulher, sua voz carregada de surpresa e alívio, como se já esperasse que aquele encontro acontecesse de alguma forma. O reconhecimento era claro, mas Kaela não conseguia entender como a mulher sabia seu nome. O mistério pairava no ar, mais denso agora do que antes.

Kaela franziu a testa, ainda atônita com a situação. Seu olhar se fixou na mulher à sua frente, tentando entender o que estava acontecendo.

— Como você sabe meu nome? — perguntou, a voz carregada de intriga.

A mulher, aparentemente desconcertada com a pergunta, sorriu de forma suave e deu um leve passo à frente, como se quisesse quebrar qualquer tensão no ar.

— Bem, o Nirai mencionou você na nossa conversa — explicou Satella, com um tom tranquilo, como se isso fosse algo simples e natural.

Kaela não sabia o que pensar, mas antes que pudesse questionar mais, Satella se corrigiu, como se finalmente se lembrasse de uma formalidade.

— Ah, desculpe, eu não me apresentei. Meu nome é Satella. — Ela sorriu novamente, um gesto amigável, mas que só aumentava as dúvidas na mente de Kaela.

Satella parecia conhecida de alguma forma, mas Kaela não conseguia entender como ou de onde.

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