A Portadora da Luz Branca

Nirai, por sua vez ficou surpreso pela resposta daquela garota misteriosa que agora é chamada de kaela. Ele perguntou como sabia o nome dele e ela respondeu.

— Suas histórias são conhecidas por todo o reino, mas o que realmente se destacava em você era a sua arrogância — comentou Kaela. Nirai se ergueu, encarando-a, curioso para descobrir mais sobre como ele foi no passado.

— Conte-me tudo, tudo sobre essas histórias… Por favor, quero saber quem eu fui no passado — disse Nirai, sua voz transbordando um desespero por compreender sua verdadeira identidade.

— Calma. Nem todas as histórias que ouvi podem ser verdadeiras, e eu mesma não tenho certeza do que é real — respondeu Kaela. — Você realmente não se lembra de nada do seu passado?

Nirai acenou com a cabeça, confirmando que não se recordava de nada da sua vida anterior.

— Hum, entendi. Bom, venha comigo. Aposto que você está com fome — disse Kaela, esboçando um leve sorriso. Nirai acenou em resposta e a seguiu.

Era já tarde quando entraram em uma taberna, onde diversos humanos e semi-humanos se reuniam, saboreando suas cervejas. O aroma denso que permeava o ambiente deixava Nirai um pouco inquieto; sentia que algo poderia ocorrer a qualquer momento.

Kaela o conduziu até uma mesa afastada dos homens que bebiam em volta. Em seguida, chamou a atendente da taberna e pediu duas cervejas, além de algo para comer para Nirai.

— Bem, já que você não se lembra de seu passado, gostaria de saber como chegou até aqui — perguntou Kaela, enquanto fixava o olhar em Nirai.

— Eu cheguei aqui em uma carroça, mas não consigo me lembrar de como cheguei até ela. Um homem que estava naquela carroça me trouxe até este reino, sem que eu soubesse o motivo — disse Nirai, recordando-se do homem rude que o deixou no reino da lua.

Kaela sussurrou a palavra "homem da carroça". Em seguida, pegou um caderno e começou a folhear suas páginas, revelando uma série de letras que eram desconhecidas para Nirai.

— O que é isso? — perguntou Nirai, olhando com interesse para Kaela, que folheava as páginas à procura de algo.

— Este caderno é o meu caderno de lendas. Aqui tenho histórias sobre lobisomens, vampiros como Drácula, e até mesmo o homem da carroça que você mencionou, que talvez seja uma lenda — respondeu Kaela, concentrando-se em cada página do seu caderno.

— O homem da carroça — repetiu Nirai, surpreso ao descobrir que aquele homem poderia ser uma lenda, uma lenda que realmente existia. — O que diz. . . —

Sua fala foi cortada por Kaela, que bateu na mesa com frustração, exclamando um “Que merda! ” ao perceber que não encontrara nada em seu caderno.

— Tem algum problema? — perguntou Nirai, lançando um olhar preocupado para ela. Porém, antes que ela pudesse responder, um homem se aproximou da mesa, focando a atenção em Nirai.

— Ora, ora. O que temos aqui? Nirai, o aventureiro arrogante — disse o homem, esboçando um sorriso provocador. Em seguida, ele se virou para a mesa de seus comparsas, que se encontrava à frente, e gritou: — Olhem, pessoal! O próprio aventureiro arrogante está aqui nesta taberna!

Nirai sentiu um nó na garganta e seus olhos se arregalaram de medo. O homem agarrou a gola de sua camisa e o lançou para longe, fazendo-o colidir contra uma mesa vazia. Instantaneamente, todos na taberna se levantaram, prontos para deferir chutes e socos. No entanto, Kaela se interpôs entre Nirai e a turba de homens.

— Se tocarem nele, não vou falar por mim! — disse Kaela, com um tom ameaçador.

Nirai observou a cena e sentiu uma emoção indescritível ao perceber que alguém estava ali para defendê-lo. Naquele instante, ele começou a idealizar Kaela como a heroína de sua história.

O homem que estava à frente de Kaela a reconheceu pelo rosto. Surpreso, deu um passo para trás.

— E… esta é Kaela, a portadora da luz branca — afirmou ele, a voz trêmula diante dela. Ao ouvir o título “portadora da luz branca”, os outros homens presentes se afastaram, assustados ou atônitos, enquanto alguns poucos se mantiveram firmes, decididos a continuar a luta contra Kaela.

— Que chato. Eu realmente não gosto de chamar atenção, mas esse título… me dá uma certa raiva. E o pior é que alguns homens de verdade estão querendo lutar contra mim — disse Kaela, com um sorriso provocador, enquanto seus olhos percorriam os poucos homens à sua frente.

A tensão pairava no ar. Os homens corajosos estavam prontos para atacar Kaela e, para isso, um deles não hesitou em ir para cima dela, tentando lançar um soco. No entanto, Kaela, com sua rapidez impressionante, desferiu um gancho de direita que atingiu o queixo do atacante, deixando-o inconsciente no chão.

Os outros homens, furiosos, avançaram em direção a Kaela, desferindo uma série de socos. Mas Kaela, ágil como sempre, desviava de cada golpe com destreza. Sem recorrer aos seus poderes da luz branca, ela nocauteou todos os homens com maestria, enquanto Nirai observava a cena, impressionado com a habilidade de Kaela.

— Um bando de inúteis! Eu paguei para passar por essa humilhação! — exclamou um homem, enquanto Kaela, Nirai e outros que não haviam lutado por temor observavam-no com atenção. Ele estava sentado em um banco próximo ao balcão da taberna, vestido como um cowboy do velho oeste.

— Quem é você? — perguntou Kaela, direcionando sua voz ao cowboy. Assim que ele se virou para encará-la, uma onda de energia fluiu em direção a Kaela e Nirai. Imediatamente, Kaela ativou seu poder da luz branca, criando uma barreira luminosa que os protegia.

Quando a onda colidiu com o escudo, o impacto foi devastador, destruindo metade da taberna. Aqueles que estavam próximos, tanto os conscientes quanto os inconscientes, não conseguiram escapar da explosão mortal.

No meio da densa nuvem de poeira, estavam Kaela e Nirai. Kaela desativou seu escudo de luz, observando a cena de destruição que se desenrolava à sua frente, despertando lembranças dolorosas de seu passado.

— Não… de novo não… — sussurrou Kaela, enquanto uma lágrima escorria por sua bochecha. Nirai, por sua vez, se levantou do chão, atordoado pela força da explosão que destruíra a taberna. Ao ouvir aplausos entre a poeira, Kaela balançou a cabeça, inquieta.

— O que está acontecendo aqui! ? — indagou Nirai, e, sem desviar o olhar, Kaela, ainda em alerta, respondeu que não tinha a menor ideia.

Nirai logo percebeu que não estava armado com sua espada. Movido por um impulso, ele correu em direção àquela nuvem de poeira. Kaela tentou detê-lo, mas sem sucesso. Agora, ela se encontrava sozinha, cercada pela poeira que começava a se dissipar. Foi então que avistou uma silhueta, mas não era Nirai; era o cowboy.

Ele exibia um sorriso horripilante enquanto caminhava tranquilamente em direção a Kaela. De repente, o cowboy avançou em sua direção, tentando aplicar um chute giratório.

Kaela, por sua vez, estava preparada. Com um movimento ágil, ela se abaixou rapidamente, esquivando-se do ataque. O cowboy, em um instante, sacou sua arma e disparou em direção ao seu ombro. Um grito de dor escapou de seus lábios enquanto ela tombava no chão, segurando o local ferido.

Nirai procurava sua espada entre os escombros quando, ao ouvir os gritos de Kaela, voltou-se rapidamente. A cena que se desenrolava diante dele o paralisou: Kaela estava caída no chão, segurando o ombro ferido, enquanto o cowboy apontava sua arma diretamente para sua cabeça.

Ignorando a busca frenética por sua espada, ele lançou-se em direção ao cowboy. Com todas as suas forças, Nirai gritou, fazendo com que o cowboy se virasse, apontando a arma em sua direção e disparando.

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