Capítulo 10

Gisele…

Em meio ao choro e à dor, acabei adormecendo e sonhei…

“Era uma noite chuvosa na fazenda, ouvia as gotas caindo na calha e aguardava a sua chegada. 

Ouvi pedrinhas batendo em minha janela e já sabia de quem se tratava.

Corri até a janela, ele fez sinal para eu descer e assim que desci pelas escadas na parede do lado de fora, saímos correndo em direção ao bosque de mãos dadas, debaixo daquela chuva fina que nos molhava.

Ele me levou para uma espécie de caverna, entramos no local que estava todo iluminado com velas, um pano forrado no chão e pétalas de rosas.

Eu estava nervosa, mas, ao mesmo tempo, ansiosa. Era a minha primeira vez e todas as emoções me envolviam como um manto quente, um misto de ansiedade, excitação e amor. Ele me observava com carinho, percebendo cada pequeno tremor em meu corpo. O olhar dele era doce e protetor, fazendo com que me sentisse segura.

Ele segurou a minha mão, seus dedos entrelaçam aos meus, como se estivéssemos criando uma conexão invisível entre nossas almas. O toque era suave e reconfortante, e senti o meu coração acelerar. Nos sentamos sobre aquele pano, a conversa fluiu naturalmente, repleta de risadas e olhares apaixonados. Com aquela conversa, a tensão no ar aumentava, mas não era apenas nervosismo, tinha uma expectativa deliciosa pairando entre nós. Ele se inclinou para dar um beijo suave em meus lábios, o mundo ao redor pareceu desaparecer. 

O beijo começou delicado, mas logo se transformou em algo mais intenso. Fechei os olhos e deixei-me levar pelas novas sensações e o calor se espalhou pelo meu corpo, enquanto ele me puxava para mais perto. Era uma mistura de descoberta e vulnerabilidade, cada toque despertava novas sensações que nunca havia sentido antes.

Quando ele começou a acariciar meu rosto, ela sentiu um arrepio percorrer a espinha. A ternura dele me envolvia como um abraço caloroso e forte. Ele foi gentil em cada movimento, respeitando meus limites enquanto explorava essa nova fase do nosso relacionamento.

À medida que os beijos se tornavam mais profundos e apaixonados, percebi estar pronta para dar aquele passo. Embora houvesse uma pequena voz em minha mente sussurrando dúvidas, sobre o medo da dor ou da incerteza por eu ter apenas dezesseis anos, o amor que sentia por ele superava tudo isso. Havia uma confiança mútua entre nós que tornava tudo mais fácil.

Ele começou a desabotoar lentamente o meu vestido. Cada botão aberto me fazia sentir os batimentos do coração acelerados, enquanto ele explorava a minha pele com toques suaves e hesitantes. Cada toque fazia com que as borboletas em meu estômago dançassem freneticamente, era uma mistura de medo e desejo.

Quando finalmente chegamos ao momento decisivo, ele parou e olhou em meus olhos, buscando permissão silenciosa para seguir em frente. Eu assenti lentamente, sentindo-me segura nas mãos dele. Ele foi gentil e cuidadoso, a preocupação em seu olhar mostrava o quanto ele queria respeitar aqueles instantes delicados.

A sensação inicial foi estranha e nova, foi uma mistura de dor leve e prazer crescente à medida que nos movíamos juntos em desejo. Ele estava atento a cada reação minha, sendo cuidadoso para garantir que eu estivesse confortável e o prazer que podia me proporcionar. As palavras não eram necessárias, nossas respirações entrelaçadas falavam por si mesmas.

Conforme abancávamos juntos nessa dança íntima, o mundo exterior parecia desvanecer completamente. Tudo o que restava era aquele momento mágico entre nós dois, um espaço onde apenas o amor existia. Nos entregamos de corpo, alma e coração.

O clímax chegou como uma onda poderosa, uma explosão de emoções que tomou conta de nós de maneira arrebatadora. Eu nunca havia imaginado que algo poderia ser tão belo e transformador ao mesmo tempo. Quando finalmente chegamos ao êxtase daquele momento compartilhado, sentimos mais próximos do que nunca.”

Acordei toda suada, com uma baita dor no corpo e na cabeça. Olhei no relógio e me espantei com a hora, era final da tarde.

Tomei um longo banho de banheira e vi uma mensagem de Luidi, avisando que viria jantar aqui hoje a noite.

...Só o que me faltava!...

Bateram na porta e era a minha mãe. Ela me deu um sermão por quebrar aquele globo idiota. Ela acredita que a presença daquele estrupicio me abalou de forma que posso recuar em algum momento, mas está muito enganada, eu o odeio com todas as minhas forças.

Fui até a cozinha e ele estava lá de papo com aquelas fofoqueiras que trabalham aqui.

Assim que entrei na cozinha, o silêncio se instalou no local.

— O que faz aqui dentro? Que eu saiba o seu lugar é lá fora! — digo rispidamente.

— O meu lugar é onde a senhorita está, então estou no lugar certo! — responde.

Reviro os olhos, pego uma fatia de bolo de chocolate e começo a tremer pensando na conversa que tive com a minha mãe, diante de tudo o que estou sentindo com a sua presença aqui.

— A senhorita está bem? — pergunta ele, me tirando dos meus devaneios.

Irritada, arremesso o prato com o bolo na parede, assustando a todos.

— Fica fora do meu caminho! — digo entre os dentes e saio da cozinha indo em direção à área externa.

Esse estúpido me tira do sério, ando de um lado para outro respirando fundo, estou fraca de ter passado o dia todo sem comer nada. O problema é que quando fico assim, não consigo nem comer nada.

Em passos lentos, caminho até a piscina, sinto uma vertigem, tento me afastar, mas quando me dou conta, estou caindo, como se alguém tivesse me empurrado com força e caí em direção à água e tudo ficou escuro.

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