Capítulo 13

Gisele…

Ontem foi um dos piores dias da minha vida, me senti tão vulnerável, mas preciso ser forte. Preciso trabalhar meu autocontrole novamente e não deixar ninguém me abalar. Ontem, vi a morte de frente e tudo por deixar Davi me abalar daquela maneira.

Após Francielle sair do meu quarto, fui até o banheiro, tomei um banho no chuveiro mesmo, pois fiquei com medo de entrar na banheira.

Após o banho, me arrumei, fiquei linda e cheirosa e segui para a sala de estar.

Quando pisei na escada, Davi estava na sala conversando com meu pai, nosso olhar se encontrou e meu coração disparou.

Minha mãe apareceu logo atrás de mim e desviei o olhar.

— Bom dia, minha filha!

— Bom dia, mãe!

— Como está se sentindo hoje?

— Nova em folha!

— Não precisa se preocupar com esse segurança caipira! — sussurra em meu ouvido.

Olhei para ela espantada.

— Do que está falando? — perguntei com curiosidade.

— Davi está noivo e a sua noiva está grávida!

Meu coração erra as batidas e finjo que aquela situação não me incomodou.

— Bom para ele!

Nesse momento, a campainha toca, bá atende e Luidi entra.

Minha mãe abre um lindo sorriso, descemos as escadas e ele já vem me abraçando e me beijando.

Olho para Davi e posso ver a decepção em seu olhar. Ele pousa um selinho em meus lábios e eu o abraço para provocar Davi.

Luidi se aproveita da situação e imediatamente o afasto.

— Já chega, Luidi! Já chega, vai bagunçar todo o meu cabelo! — digo o afastando.

Ele e minha mãe se cumprimentam com um beijo e um abraço.

Meu pai dispensa Davi, se aproxima de nós e cumprimenta Davi, em seguida, me puxa para um abraço apertado.

— Bom dia, minha florzinha! Está melhor? — sussurra em meu ouvido.

— Sim, papai! — sorri fraco.

Afastamos e ele pousa um beijo no alto da minha cabeça.

— Fiquei tão preocupado com você, minha linda! — diz, envolvendo os braços em meu ombro.

— Já estou bem! — digo tirando o seu braço, o deixando sem graça.

Ele e minha mãe foram na frente conversando e eu fui atrás com meu pai, segurando em seu braço.

Tomamos o café da manhã, enquanto eles conversavam. Só falavam de trabalho e odeio esse tipo de assunto.

...A verdade é que tudo anda me irritando nos últimos dias!...

Não conseguia me atentar ao assunto deles, só queria estar no meu quarto e dormir o restante do dia.

Minha mãe percebe que estou calada e entra no assunto sobre o nosso casamento e isso me animou um pouco.

Após o café, ela sugere que eu e Luidi fiquemos um pouco a sós e fomos para o lado de fora da casa, na área externa.

O sol brilhava intensamente em um lindo céu azul refletindo nas águas da piscina que cintilam como diamantes. Como um flash, sou impactada pelas imagens do dia interior e fico zonza.

Parecia sentir novamente o baque em minhas costas, a queda naquela água fria e sendo engolida pela escuridão.

— Está tudo bem? — pergunta Luidi, segurando o meu braço.

— Sim! Só vamos para longe dessa piscina!

Nos sentamos em uma espreguiçadeira de madeira confortável cercada por almofadas coloridas.

Começamos a falar sobre o nosso casamento, explico tudo o que já fiz e Luidi me olha atentamente. Ele deixou os preparativos do casamento em minhas mãos, por não ter muito tempo, devido, ao seu trabalho.

— Não vejo a hora de me casar com você, Gi! Ansioso pela nossa noite de núpcias! — diz acariciando o meu rosto e engulo em seco.

Eu não consigo sentir nada por Luidi e temo o desastre dessa tal noite de núpcias. Só de pensar que ele irá me tocar intimamente como fui tocada por apenas um homem, me assusto.

— E o seu trabalho na empresa? — pergunto me afastando e mudando de assunto.

Seu semblante muda o seu olhar é focado e entusiasmado enquanto fala sobre seu trabalho na empresa, gesticulando com as mãos e exibindo sua paixão pelo que faz. Ele compartilha detalhes sobre um projeto inovador em que está envolvido, suas palavras fluem com confiança e determinação. Falar sobre a sua empresa, deixa o rapaz relaxado ao meu lado, com uma expressão atenta e um sorriso no rosto. Escuto com tédio cada palavra, e a minha mente parece vagar para outros lugares, outros mundos. Sua presença me dá tedio e há uma distração em meus olhos.

Começo a pensar em qual vestido usarei no próximo evento da agência da minha mãe, qual penteado e sapatos até que...

— Está me ouvindo, Gi?

— Claro que sim! minto e ele volta a falar.

Enquanto ele fala animadamente sobre suas conquistas profissionais, meu olhar se desvia para o lado da piscina. Davi está posicionado em uma distância significativa, sua presença marcante me deixa sem ar. Alto e imponente, está em pé perto da entrada da casa de piscina. Ele tem uma postura confiante e um olhar atento. 

Seu olhar provoca um frio em minha barriga.

...Que ódio! Por que eu não consigo me controlar? Não posso ter uma crise perto do meu noivo!...

Sentindo a emoção crescer dentro de mim, decido mudar o tom da conversa. Com um sorriso travesso nos lábios, inclinei-me para o meu noivo e o puxei para mais perto. Nossos lábios se encontram em um beijo suave, mas cheio de intenção, enquanto nossas línguas dançam e ele segura firme a minha cintura, olhei para Davi que desvia o olhar de nós, com seu punho cerrado.

Solto um gemido alto e manhoso, que deixa Luidi louco e me puxa para o seu colo, chamando a atenção de Davi.

O meu coração acelera quando constei que ele nos observava com atenção novamente.

Luidi desce seus beijos pelo meu pescoço e eu lanço um olhar provocante para Davi, e sorrisos sutis fingindo estar gostando das carícias de Luidi.

Visivelmente incomodado, Davi se retira e eu empurro Luidi.

— O que foi? Estava tão bom?

— Ainda estou me recuperando de ontem, melhor ir embora!

Confuso ele intenta me beijar, mas viro o rosto.

— Mais tarde eu volto!

Ele vai embora e eu subo para o meu quarto, tentando entender o motivo de ter feito tal cena.

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