Uma Noite de Prazer

Uma Noite de Prazer

CAPÍTULO UM

KENDRA HAYES

Sempre fui uma mulher de espírito solitário. Ter ou não pessoas do meu lado, é algo que não me importa, pelo menos não mais. No fim das contas cada um acaba por seguir com a sua própria vida e mesmo sendo doloroso para mim, faço o mesmo. Até porque desde cedo tive de aprender a acostumar-me e gostar da minha própria companhia.

Hoje é a terceira noite que venho para esse bar, o famoso no fim da rua. A verdade é que o meu passado tem-me perturbado um pouco nos últimos dias, essa sombra tem-me feito refletir bastante sobre as repercussões que a minha vida tomou, e sinceramente, após a dias anteriores ter estado aqui, ao analisar o movimento das pessoas, percebi que algumas delas sempre estão a desabafar, outras lidando com as próprias companhias ou mesmo os seus fantasmas. Isso fez-me concluir que por mais que eu não seja a única solitária do lugar, não faz com que eu seja menos deprimida. Em alguns momentos é ótimo ser egoísta com os sentimentos.

— Mais um copo, por favor — empurro o copo já vazio do licor de Amarula e olho em volta.

O lugar não deixa de ser agradável mesmo estando no fundo da rua, com o ambiente um pouco escuro e com uma música de fundo, Jazz melancólico. Cada pessoa no seu canto lidando com os seus próprios problemas. É o tipo de lugar em que pelo menos uma vez na vida, alguém precisa estar.

Não me surpreende que até aos meus 26 anos eu seja ainda mais solitária. A vida avança de forma esquisita para mim. Sou sempre eu e minha própria companhia, é claro que eu gosto disso, mas tem vezes em que é tudo tão assustador. Fiz escolhas difíceis e assim me afastei de grandes amizades, nunca consegui mante-las, quando conhecia alguém e nos dávamos bem a ponto de ter grande afinidade, algo em mim despertava e eu não conseguia mais ser a mesma pessoa, me tornava distante.

Eu pareço ser o ponto final na vida das pessoas, quando estou por perto às coisas parecem tão negativas, e bom, isso deve ser pela minha essência tão pessimista. Não consigo passar o mínimo de tempo possível sem me afundar no caos que há em minha mente, há sempre algo borbulhando nela. Certeza que se hoje sou mesmo próxima de alguém, deve ser porque ela me ama demais e não tem noção do perigo, por isso continua do meu lado, irrelevando tudo.

— Aqui — recebo o copo que o bartender me estende e dou um leve gole, pensativa.

Girando lentamente o líquido de cor creme, um "branco sujo" e de cheiro agradável e tentador, mantenho meu olhar sobre o cubo de gelo que lentamente derrete. Não faço ideia do momento em que comecei a gostar de Amarula, porque até tempos atrás, eu achava enjoativa e demais para mim.

Até a dias anteriores, ainda não tinha recorrido ao álcool para aguentar a vida, mas desta vez me dei ao capricho de quebrar um princípio meu. É algo que evito principalmente pela minha natureza reprimida, quando consumo bebidas alcoólicas até que o efeito se sobressaia, todas as minhas emoções vêm à tona, exprimo tudo sem deixar de lado qualquer detalhe e isso vale em todos os casos, porque em algum momento tenho consequências que ferram com o meu psicológico, e acima de tudo com pessoas que fazem parte da minha vida.

Corro meu olhar por todo o bar e instanteamente o pouso no homem sozinho no canto. O encaro até que, rapidamente, nossos olhares se cruzam, se penetrando num olhar intenso e profundo que por segundos parecem horas. Talvez seja o efeito do álcool que esteja criando essa suposta conexão de olhares, é estranho. Num gesto extremamente sexy, ele sorri de lado me deixando um pouco constrangida.

Retribuo hesitante e ele ergue seu copo na minha direção em um brinde, faço o mesmo antes beber o líquido do meu copo. Nunca fui muito boa em flertes, portanto, todas as vezes que pudesse evitar, o fazia.

Sigo perdida nos meus pensamentos por alguns minutos, até sentir alguém ocupar o banco do meu lado com um suspiro longo.

— Posso fazê-la companhia? — Viro o olhar para a voz dócil, leve e ao mesmo tempo tão grave do homem que estava do outro lado, no canto, que soa aos meus ouvidos e rapidamente um calafrio se apodera do meu corpo. É um meio termo quanto a voz.

Com indiferença, apenas dou de ombros e assim ele o faz, dando a impressão de que independente da minha resposta, ele ficaria.

— Pensando na vida nem — começa ele — Alguma decepção amorosa?

Quem dera fosse algo tão simples quanto um problema de relacionamentos amorosos, o meu fantasma decepcionante ressuscitou e odiei ouvi-lo.

Ponderei por alguns segundos antes de o encarar. Com certeza está puxando papo comigo. Típico papo.

—Nenhuma decepção amorosa — dou uma risada sarcástica, provavelmente por estar um pouco alterada devido ao álcool, já que tinha bebido umas quantas rodadas — E quanto a vida, estou mesmo refletindo sobre como vou continuar lidando com ela, é uma completa merda, pelo menos a minha.

Sussurro a última parte, porque não é de todo verdade.

— Concordo — assente bebendo o líquido castanho transparente do seu próprio copo, uísque — Só coisas como essas podem fazer uma mulher tão linda estar num bar como esse e sozinha.

— Esse é seu jeito de paquerar? — pergunto dando novamente uma risada sarcástica, enquanto cruzo as pernas devido ao repentino formigamento entre elas.

Ele é bonitinho até.

Não, sinceramente, bonitinho ou até mesmo bonito é um insulto.

Apesar do look despojado, ele é lindo. O cabelo escuro está maravilhosamente bagunçado, não parece ter muita diferença de idade comigo, apesar da iluminação consigo perceber que os lábios são um pouco rosados e as laterais se contorcem com alguns riscos quando sorri. Cheira a dinheiro, as mãos bem cuidadas, vestido de camiseta de malha branca de marca e um blazer preto por cima. Sem dúvidas, ele impressionava facilmente e eu faria parte de alguma lista imaginária que aumenta seu ego.

— Não — ri negando — só quero ter uma conversa decente. Sabe, é melhor do que ficar sozinho ali, e além disso acho que ambos precisamos de alguma companhia.

Com a cabeça aponta o canto em que antes estava sentado. Confesso que neste momento uma onda de curiosidade se move em mim, para saber o que ele estaria fazendo ali, sozinho.

— E você está aqui porquê? — me viro mais para ele, dando-o toda uma atenção e possível brecha.

— Estou aqui para pensar também. As coisas na vida não estão fáceis — dá de ombros como se não fosse nada, no entanto sua expressão parece se tornar mais séria e pensativa.

Ergo o meu copo em um brinde:

— A essa vida de merda, então.

Depois disso é só uma questão de tempo até que a conversa flua. Eu estou um pouco bêbada, isso é claro e ele também, então conversámos muita coisa. Das coisas mais bobas até as mais sérias – sem ir muito para o lado pessoal, claro – e vice-versa.

No meio desse papo, fica claro que há segundas intenções. Eu mesmo com álcool no sangue tenho noção dos meus limites e transar com alguém assim, ultrapassava se calhar até demais. Será que estou pronta para dar esse tipo de passo?

— Faz mais de um ano que não fico com alguém — falo do nada e logo sorrio parecendo pensativa — será que estou virgem de novo?

É algo idiota, mas nos faz explodir numa gargalhada como se fosse a melhor piada do mundo. Incrivelmente me sinto bem, de vez em quando é necessário rir de coisas nada a ver, e esse é o meu consolo, alguns momentos de loucura.

Os risos cessam e o silêncio se instala, com isso percebo a minha intenção também, eu quero ficar com ele.

Ele quer, eu quero, nós queremos, então porque não?

Abrindo a porta do meu apartamento, e apoiando meus pés um no outro, tiro os saltos sem me afastar dele ou soltar os seus lábios que parecem querer me sugar de tanta ferocidade.

Ainda agarrados o guio para o meu quarto, enquanto desesperadamente nos despimos um ao outro. Retiro minha saia para ficar só com roupa íntima e rapidamente ele me carrega para seu colo enquanto caminha até a cama me deitando nela logo em seguida.

Meu jardim estava florescendo. Eu estava completamente excitada e tinha certeza de que minha expressão exalava isso. Ele por outro lado, também me olhava com o desejo ardente nos seus olhos, e então num acto sagaz me beijou novamente.

Sua língua se completa com a minha numa perfeita dança e seus lábios colados aos meus são tão quentes, que quando ele os separa, gemo inconformada. No entanto um tremor se apodera de mim ao sentir leves mordidas na lateral do meu rosto, aos poucos ele deixa leves e castos beijos sobre ele, até descer para o meu pescoço.

Sinto a respiração quente e ofegante dele, e num gesto inconsciente me esfrego mais nele, sentindo minha intimidade formigar.

Ele aproveita a deixa para retirar meu sutiã que contém o fecho na parte de frente, facilitando assim o processo. Com uma mão ele apalpa um seio meu carinhosamente, enquanto abocanha de forma sexy o outro.

Lentamente passa a língua sobre o mamilo fazendo alguns círculos no mesmo.

Sedenta de prazer enlaço com minhas pernas a cintura dele, passando minhas mãos por suas costas até ao seu cabelo, onde despejo algum carinho.

Posteriormente, ele faz o mesmo com o outro seio, começando a distribuir beijos e algumas mordidas sobre minha barriga, enquanto desce até meu baixo ventre.

Minha intimidade pulsa querendo mais.

Num movimento rápido começo a retirar minha calcinha e ele termina esse trabalho, por fim me olhando com malícia, enquanto retira sua própria calça e cueca boxer.

A intimidade dele está erecta e se eu não quisesse mais ou soubesse o quanto poderia caber em um pequeno órgão, ficaria um pouco assustada. Às vezes era difícil de acreditar que um órgão se metia entre as minhas pernas e era bom.

Percebendo a nudez de nós dois, me aproximo logo atacando os lábios dele que me recebem de bom grado. Minhas mãos passeiam por seu corpo, como se estivessem trilhando um caminho.

Também sinto suas mãos acariciando cada pedaço de mim, como se precisasse me conhecer de todo.

Seus lábios novamente escapam de mim, trilhando meu corpo enquanto marcas são deixadas para trás. Ele me deita na cama e se encaixa entre as minhas pernas e logo sinto sua intimidade entrando lentamente em mim.

Ele olha-me como se pedisse a minha permissão e apenas aceno, relaxando um pouco sobre o travesseiro.

Ele começa devagar e já sinto o vaivém.

Uma estocada, duas estocadas, três estocadas…

Sinto um pequeno ardor, mas tudo se torna apenas uma miragem, quando o prazer toma conta de cada pedaço de mim.

Minhas pernas se encaixam ao redor dele e suas mãos seguram minha cintura firmemente, tomando controle do acto.

Sem pudor, gemo alto e arqueio as costas segurando o travesseiro com força. Após longos minutos e numa sincronia perfeita, chegamos ao orgasmo e gozamos juntos.

Talvez seja o álcool, poucas pessoas conseguem atingir o clímax em simultâneo.

Com a respiração ofegante, ele deita-se ao meu lado e ficamos em silêncio por alguns segundos, recuperando o fôlego.

O cansaço toma conta de mim após alguns minutos, meus olhos sonolentos imploram por uma boa noite de sono, então me entrego a ele. Mal fecho os olhos, sinto-o se acomodando enquanto se aproxima de mim e abraça minha cintura, me puxando para mais perto.

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Comments

Ahmad Fahri

Ahmad Fahri

Deixou-me sem fôlego...

2024-12-21

1

Solange Maria Martins

Solange Maria Martins

eita chama. os bombeiros

2025-02-01

1

Fatima Vieira

Fatima Vieira

maravilhoso, esquentou tudo

2025-01-31

1

Ver todos

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