CAPÍTULO DEZOITO

KENDRA HAYES

Meu celular tocou com uma mensagem de Norsha.

Nor: Ei! Há um after-work com alguns dos nossos “amigos-conhecidos”. Você está dentro?

Eu: Quem está indo?

Nor: Acho que Ester, Shelsy, Erick, Wagner, talvez Liny e alguns outros. E é provável que eles tenham companhia ou peguem outros amigos.

Pequenos pontos aparecem na tela indicando que ela está digitando, mas não vejo a próxima mensagem chegar. Finalmente, acabo enviando a pergunta que eu acho que está pairando na sua cabeça.

Eu: Você quer que eu chame Lewis?

Nor: Bem, você pode convidar o seu namorado.

Eu: Não estamos namorando, Nor. E não farei isso.

Nor: Seria bom. Uma vez que Erick estará lá, não tentará dar em cima de ti se Lewis estiver.

Eu: Hum, deixa disso. Apenas me mande o endereço.

Norsha manda a mensagem com o endereço e um emoji de riso, pois é o bar onde eu conheci Lewis.

Suspiro, esfregando minhas têmporas. As coisas estavam bem ultimamente – eu e Lewis nos vimos mais algumas noites depois daquela manhã de domingo, como combinado, nos dias ímpares da semana, e droga sei que isso vai acabar, mas e eu não tenho certeza se iria superar o jeito como ele me trata entre as quatro paredes e até mesmo fora delas. Eu devo convidá-lo? Sair com ele em um ambiente em torno de outras pessoas? Pessoas que tem relação comigo?

Estar em um bar significava que estaríamos bebendo. E estar perto dele sob a influência do álcool significa que eu definitivamente vou atacá-lo e desejá-lo, tal como naquela noite.

Eu: Oi, Lewis.

Lewis: K, sim?

Eu:Você está ocupado esta noite? Uns amigos estarão naquele bar. Quer vir?

Lewis: Você me quer lá, Kendra?

Eu: Não sei. Venha se quiser.

Envio-lhe o endereço e a hora, e depois volto à minha tarefa, concentrando-me nos detalhes do meu projeto.

Antes que eu perceba, capto a batida de Jane. Esta se despede e então percebo que o horário de trabalho acabou. Eu rapidamente termino o que estava fazendo, então, já no banheiro, ajeito meu rabo de cavalo, o rosto e por fim, saio para encontrar os outros no bar.

Lewis não havia confirmado se viria ou não. Não que isso realmente me importasse, claro. Ainda assim, não precisei ficar na dúvida por muito tempo, porque assim que entro no bar, Norsha acena para mim de um canto, apontando para Lewis, à quem os meus olhos encontram. Este está sentado no bar como se estivesse esperando por mim antes de se juntar aos outros. Presto atenção na sua roupa, percebia-se que estava vindo do trabalho, porém garantiu estar mais despojado, sem a gravata e o paletó, e o cabelo mais desgrenhado. Não nos cruzamos na empresa, porém sei como ele é arrumadinho sendo o CEO.

Inclino a minha cabeça em direção à mesa onde estão os outros, então ele se levanta, pega a sua bebida e vem até ao meu lado.

— Oi — eu digo, um pouco tímida, pois eu sou péssima em manter contacto com as pessoas.

— Nor! — Gabbi disse, ainda mais alegre do que eu achava que era normal para ela.

— Olá — Shelsy entra na conversa, e eu observo o quanto o seu olhar se demora em Lewis.

Oh. Será que ela acha que ele está disponível? Porque bem, eu posso não estar namorando com ele e termos apenas esse lance de prazer, mas também não estou o entregando a mais ninguém.

Lewis dá um pequeno sorriso, também cumprimentando o grupo, e então todos os outros voltam para as suas conversas menores.

— Achei que não viria mais — Norsha me diz.

— Acabei perdendo a hora no trabalho. —  Explico. —  Sempre a perfeccionista. E o meu projeto… Bem, ele precisa ser perfeito mesmo depois de aprovado.

Suas próximas palavras são calmas, um sussurro em meu ouvido:

— Ele parecia um cachorrinho perdido sentado no bar esperando por você.

— O quê?

Ela suspira.

— Você não percebe, não é? — Eu apenas dou de ombros confusa, mas não questiono, então volto minha atenção para Lewis, o qual apresento especialmente, a minha melhor amiga.

— K? — diz ele, em seguida, e subitamente me bate o desejo estranho de me inclinar para ele, para deixá-lo me envolver no braço que está esticado na parte de trás do banco em torno de mim. — Você teve um bom dia no trabalho?

Eu aceno em concordância.

— Nada mal. Você?

— Bom. — Lewis toma um gole de sua bebida.

Um garçom se aproxima para verificar nossos pedidos, ou se estamos bem servidos. Eu peço Amarula e Lewis pede whisky.

— Tal como na nossa primeira vez — Lewis sussurra no meu ouvido.

E eu juro que dou tudo de mim, para não parecer afetada.

Aff, estou afectada.

— Acho que serve. — Dou-lhe apenas um pequeno encolher de ombros. Mas por dentro, algo se sente. Gostei do facto de ele lembrar o que eu estava bebendo naquela primeira noite neste mesmo bar.

Deus! Isso realmente enviou uma sensação de calor pela minha espinha.

Como eu devo avaliar isso?

Isso deveria ser sexo sem compromisso, apenas conhecidos com benefícios, então por que importava que ele se lembrasse do que eu gostava?

Seus lábios se contraem quando ele sorri satisfeito, e eu simplesmente dou a ele uma pequena carranca.

Quando e como tínhamos ficado tão confortáveis um com o outro?

Ele bate o joelho contra mim, e eu devolvo, então nós quase travamos uma batalha como essa até que a mão de Lewis simplesmente pousa em cima da minha coxa, parando minha perna.

Não olhe para ele, não olhe para ele, não olhe para ele.

Felizmente, fui salva pela garota do outro lado da mesa.

— Oh! Kendra — A voz de Liny é uma distração bem-vinda do calor que a mão de Lewis criou e infiltrou na minha pele. — Você ainda se mostra certinha. Qual é o segredo?

— Bom — Dou uma risada. — Eu simplesmente me concentro em coisas sérias, mesmo que às vezes pareça.

— Isso é ótimo! Acho eu. — Eu balanço a cabeça, e Liny não perde o ritmo. — Lembra do 2º ano de faculdade…

Todos começamos a conversar sobre o tempo da faculdade, e pelo menos ésobre experiências, então Lewis consegue se enquadrar. Quando olho para Norsha no final da noite, ela está olhando para mim e levanto a minha sobrancelha em questão. Ela balança a cabeça, um sorriso malicioso brincando no seu rosto, e então seus olhos se desviam para baixo, para a mão de Lewis ainda descansando na minha coxa.

Eu não tentei movê-la a noite toda.

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