KENDRA HAYES
Lewis se afasta e tudo o que preciso é de me recompor. De alguma forma ele conseguiu me afectar, meu corpo respondeu a proximidade dele.
Isso é preocupante.
Mas Deus, devo admitir que ele está lindo, o terno preto sob medida caiu perfeitamente, desta vez usando uma gravata, está como um verdadeiro CEO. E mais do que isso, a forma como encarou e me abordou.
Droga, ele só tinha de ser profissional e se manter longe. Se bem que ele não fez nada errado, senão ter sido provocativo.
Respiro fundo e tomo o restante de espumante na taça de uma só vez, e olho a volta, me deparando com o olhar de Margot que sorri de forma maliciosa. Me contento em forçar um como resposta e desvio de modo a me integrar na festa.
Já que eu vim, devo aproveitar, não é mesmo? Então, falo com pessoas do mesmo ramo do negócio e que não tenho contacto, cumprimento pessoas conhecidas e em algum momento me vejo de frente a mesa de comidas e pego alguns salgados para provar.
Festa é para comer de tudo.
— Kendra — uma voz próxima chama e me viro mastigando. Tenho certeza que se não tivesse auto-controle ou estivesse num dos filmes da Netflix, engasgaria. Margot me encara de sobrancelha erguida, seu olhar me analisa cuidadosamente — Acho que nunca fomos devidamente apresentadas.
Engulo em seco, mantendo meu olhar sobre ela.
— Margot Collins — Digo afirmando a postura e dou um leve sorriso por cortesia.
— Claro, mas tirando isso, nós vamos trabalhar juntas. — Sorri — Bem próximas. Acredito que devemos manter uma boa relação.
— Sou profissional e sei trabalhar em conjunto — afirmo, embora não seja de todo verdade.
Tenho que admitir que posso ser um pouco imperativa e gosto de fazer as coisas da minha forma, sem ser questionada. Mas também, sou aberta a críticas em certos momentos.
— Suponho que sim — gesticula em resposta, enquanto articula palavras — Mas bom, veremos ao longo dos dias, tenho esperança de que talvez tenhamos uma relação mais do que profissional.
O quê? Mantenho o auto-controle para não rir disso. Ela se refere a uma amizade? Nada pessoal, mas certeza que não vai acontecer.
— Vou torcer por isso também. — não evito passear meu olhar em seu corpo e seu rosto, numa clara expressão de “isso não vai acontecer, nunca.”
Margot me dirige mais algumas palavras sobre o quanto uma conexão seria boa, eu no projecto de arquitectura e ela como designer de interiores nos completaríamos, como uma boa colaboração.
Hahahaha, conexão. Isso é ridículo.
Ela finalmente se afasta e sem me conter, reviro os olhos enquanto volto para a minha tarefa principal. Pego um prato e coloco alguns docinhos chamativos e me retiro do salão.
Com o som do salão um pouco distante, vago pela casa desconhecida até encontrar uma varanda ao virar de um corredor qualquer. Graças a Deus não tem ninguém por perto, então sento no sofá que há ali e continuo a comer meus docinhos, enquanto aprecio a vista nocturna para o jardim e me perco em meus pensamentos.
Nem leva muito tempo e minha mente vaga sobre Lewis, minha mente visualiza cada detalhe dele, a forma como ele me encarou esta noite, a tensão quase palpável. Neste momento, parece um reviver do momento…
— Hey! Está tudo bem? — uma voz se eleva e devido ao susto, o prato em minhas mãos cai e se despedaçar.
— Que merda. — sussurro-grito irritada enquanto me abaixo para pegar os cacos, mas logo recuo quando sinto uma picada e um fiapo de sangue mancha meu dedo indicador.
— Kendra! — o tom se eleva mais e finalmente encaro a pessoa.
Claro, é só pensar no Diabo que ele aparece.
— Que susto — não escondo minha irritação.
Ele se aproxima mais.
— Eu chamei por você 2 vezes, antes daquilo. — segura minha mão e tento puxar de volta, sem sucesso — Mas aparentemente estava no mundo da lua.
Então ele coloca o dedo machucado entre os lábios e suga o fiapo de sangue, me deixando surpresa.
— O que acha que está fazendo? — tentou novamente e ele segura minha mão mais forte, liberando meu dedo de seus lábios macios.
— Você se machucou pelo susto que te dei de forma não propositada. — enfatiza a última parte.
Seguro o revirar de olhos e me solto bruscamente de Lewis.
— Já está, não é nada demais. — dou um sorriso sarcástico — Embora o que você fez não cure nada.
— Só uma pessoa que não teve infância diz esse tipo de coisa — dá um sorriso divertido, que eu respondo com uma carranca ao sentir um súbito embrulho com a palavra infância.
Respiro fundo, afastando todos pensamentos intrusivo, dou um passo para trás.
— Eu sei que estou na tua casa, mas só me deixe em paz Lewis. Nós não podemos fazer isso.
Lewis dá novamente um passo para frente, a expressão já séria, embora haja em seus lábios, um rastro de sorriso.
— Fazer o quê? — sua mão esquerda toca minha bochecha — Não fizemos nada, Kendra. Você está vendo coisas onde não tem.
Seu toque vira carícia e seguro a vontade de me curvar para sentir mais disso sobre a minha pele.
— Aquele lance do bar deixou alguma coisa estranha, nós trabalhamos juntos, você é meu chefe. — Argumento.
Sei polegar acaricia mais minha bochecha, como se estivesse a fazer desenhos, e começo a sentir meu corpo entrar em tensão.
— Eu nunca toquei nesse assunto — declara enquanto prossegue — foi você que tocou no assunto e está criando uma situação de constrangimento ao agir assim. Embora no fundo nós dois saibamos que você insiste em me afastar, porque teme que aconteça novamente algo entre nós.
Seu olhar se mantém firme sobre mim e seu dedo escorrega até o meu lábio inferior. Em momento algum eu me afasto, apenas sinto o baque de suas palavras e me delicio com seu toque.
Lewis dá mais um sorrateiro passo em frente, nos deixando mais próximos e de repente sinto a temperatura subir em mim. Automaticamente meu olhar se concentra nos seus lábios levemente rosados, os mesmos em que meu dedo tocou quando ele chupou-o e os mesmos que eu beijei quando ele era só um desconhecido qualquer do bar.
Ele nota minha atenção e chega ainda mais perto, quase me colando, o canto dos seus lábios estão contorcidos num quase sorrisinho, embora seu olhar fosse de luxúria e ofegasse. A mão que me acariciava vai para minha nuca e a outra para a minha cintura, onde segura firme.
A palma quente dança até ao quadril e sinto a minha pele, por baixo do tecido veludo, pegar fogo. É uma atitude provocante e me odeio por não impedir.
Droga de tesão acumulada. Já tenho certeza que uma noite de prazer não sacia tesão de anos.
— Mas você sempre vai contra isso porque também quer que isso aconteça, né? — provoco, sem conseguir me conter.
Meu corpo se prende ao dele, com o movimento rápido que me encarcera na beira do alpendre. Amém que estamos no Rés do chão, não gostaria da experiência de ter a alma fora do corpo.
Seus olhos castanhos claros me penetram com um olhar de desafio e desejo, e automaticamente respondo com uma mordida no meu próprio lábio inferior. Sua mão na minha nuca segura meu cabelo e desesperadamente sela nossos lábios com um pequeno selinho que rapidamente torna-se algo molhado e fogoso.
Nossa respiração está ofegante e de mim escapa um gemido que o faz sorrir vitorioso em meio ao beijo.
Me contorço para trás dando-o mais espaço e sinto sua língua dançar entre os meus lábios, logo em seguida me levanta e me põe em cima do encosto do sofá, tento parar para recuperar o fôlego e ele segura o meu cabelo com força, outro gemido abafado escapa de mim. Seu quadril se move para mim e sinto o volume da sua erecção.
Minhas mãos que antes vagavam sobre o seu cabelo e costas, pousam em sua nuca e ombro enquanto me aproximo do cheiro envolvente da mistura sutil e sagaz do seu perfume amadeirado. Meus dedos gananciosos encontram seu cabelo e me permito explorar em carícias. Sinto minhas pernas meio bambas, mas desço do sofá colando minha barriga no grande volume... Não lembro de todos os detalhes daquela noite, mas sei que é grande.
Ele aperta com força a minha coxa e levanta minha saia. Suas mãos macias cravam na minha bunda e deixa quente com repetidos apertos, como se quisesse manusear minha bunda.
Deus, que vergonha! E se alguém aparecer aqui?
Eu preciso sair daqui.
Saia, saia, saia.
Não posso deixar que isso aconteça.
— Chega – ofego — Alguém pode ver.
Lewis desce beijos pelo meu pescoço.
— Somos só nós aqui, você conseguiu se afastar o suficiente.
— Mas você tem namorada. — Consigo me soltar, quando esse facto vem atoa. Não posso me rebaixar mais. — A Margot está aqui, você devia ter vergonha.
Seu olhar é de confusão e como se ele lembrasse de algo, a compreensão logo se expressa no rosto.
— Isso não pode mais acontecer.
Pego minha bolsa e aos tropeços saio da varanda. Ao virar para o corredor, me deparo com Margot e embora veja a sua expressão nada agradável, apenas respiro fundo enquanto passo por ela sem falar nada. Meu vestido já está arrumado, mas meu cabelo está um caos, tal como minha expressão e mente. No entanto, deixo a explicação para Lewis, que é o traidor.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Fatima Vieira
Margot não vai deixar isso barato
2025-02-01
2
Cicera Santos
mas eles não estão mais juntos
2025-02-07
1