LEWIS LUTTRELL
Tédio e falta de interesse é o que está a resumir o meu pensamento agora. As festas são agradáveis, mas não quando sou o centro das atenções. Até porque deste tipo perdiam grande parte da graça quando se ia pela trigésima vez. Participei de várias com o meu pai e a minha família, em parte foram importantes para a construção da minha identidade no mercado de trabalho, as pessoas precisavam me conhecer de algum lado. No entanto, para mim, este tipo de evento tornara-se monótono.
Ryan está nos retoques finais há pelo menos 15 minutos.
O que me irrita ainda mais, pois me deixa na dúvida quanto a sua masculinidade.
Geralmente as mulheres é que demoram demais para se arrumar. Vivenciei isso com a minha mãe, irmã e em particular com Margot que costumava dizer:
“A graça de qualquer evento é a de chegar depois.” Ela adora causar.
— Você não quer que eu te dê um pouco de maquilhagem também? — Reviro os olhos irónico e logo verifico o relógio, provavelmente a maioria dos convidados já cá estão.
Ryan gargalha e se vira vindo em direção a mim.
— Muito engraçado você, meu amigo. — Passa por mim saindo do quarto — A beleza é um elemento crucial para o sucesso entre as mulheres.
Claro, tudo por mulheres. Grande justificação para uma vaidade que existe desde a nascença.
Descemos as escadas e o movimento na casa fica ainda mais notável, há garçons para cá e para lá, indo ou saindo do salão de festas.
A mansão é grande para que acomode a minha família em algum tempo, bonita conforme os meus gostos pois antes de me mudar fiz uma reforma.
Adentro no salão com Ryan do meu lado, imediatamente atraímos alguma atenção. O salão é branco com detalhes chamativos na cor preta e prateada, além de mescladas, o piso é feito de mármore negro. Uma combinação semelhante ao do DELCOUR.
Ryan sorri e pega uma taça de espumante na travessa que um garçon serve e se afasta, me abandonando.
Imediatamente meu olhar cruza com o de Margot, tenho que admitir que ela se destaca e está deslumbrante num vestido longo e como sempre, vermelho. O decote profundo realça seus seios firmes e que se projetam para a frente. Sei que não são 100% naturais, mas são formidáveis. A fenda da saia alcança o topo das ancas, deixando à mostra a pele lisa e provocante, por poucos centímetros alcançaria a virilha.
Ela sorri maliciosa enquanto vem ao meu encontro, atraindo mais a atenção de todos ao redor ao desfilar pelo salão como um felino presunçoso.
— Lewis. CEO elegante como sempre. — Enfatiza o título enquanto agarra meu braço e me guia — Tem algumas pessoas que eu quero que conheça.
Não respondo e a deixo me guiar, mas percebo que seus lábios vermelhos sorriem, observando a multidão com perspicácia.
— Espero que valha a pena eu deixar-te me segurar agora — digo entredentes enquanto sorrio.
— Ah! Lewis, já te toquei bem mais do que isso e pelo que lembro, você adorou — sussura, e fortalece o aperto em meu braço.
Sai em direção a uma mesa, onde um grupo de pessoas se revezam aspirando um pó branco como farinha.
Margot me apresenta à alguns empresários de alto escalão que mal conseguiram esconder a cobiça pela mulher de vermelho.
Assim que consigo me desvencilhar de Margot, respiro fundo e quando chamo o garçom, minha atenção vira para a recém-chegada, Kendra Hayes.
Seu corpo está perfeitamente encaixado num vestido veludo preto e longo, estilo tomara que caia e com detalhes que formavam mangas, uma fenda lateral rasga o vestido até ao meio da coxa esquerda. Este combina com os acessórios prateados, incluindo a pequena bolsa e a sandália que adorna seu pé e sobressai a cada passo.
Seu olhar procura ao redor e se cruza com o meu, então ela para e me encara. Nossos olhares disputam entre si, como uma ligação pessoal.
— Senhor? — o garçom chama por mim, me fazendo desviar a atenção de Kendra por segundos, pois simplesmente pego duas taças de espumante e vou até onde está a minha atenção. Inevitavelmente, durante o trajecto, não consigo evitar apreciar cada centímetro de si como se estivesse a despi-la.
Adoraria despir de verdade.
De novo, mas lúcido.
Mal chego até Kendra quase solto um suspiro sofrido, seu olhar não se desvia por um segundo sequer, como se ela também estivesse sentindo toda esta tensão, isto desperta algo que me faz sentir um incómodo nas calças.
— Srta. Hayes — entrego a taça — Obrigada por vir.
Kendra se remexe e ao receber a taça, dá um gole e depois sorri como se estivesse envergonhada. Seu cabelo está preso novamente, mas desta vez caem algumas mechas sobre o seu rosto, proporcionando uma aparência mais angelical, mesmo com a maquilhagem um pouco esfumada que a torna desafiadora.
— É uma honra — estende a mão e eu apenas a encaro, até dar um passo em frente colocar o rosto quase em seu pescoço exposto e adornado por um colar prateado e com uma pedra preta brilhante. Sinto o cheiro de seu perfume floral e não resisto ao me permitir inspirar, seu corpo já em tensão, simplesmente perde a firmeza.
— Fico feliz por saber — sussurro a última parte — está linda.
Apenas para não causar, pois já noto as atenções — mesmo que o ambiente esteja com a luz fraca — logo me afasto e quase posso ver a pele de Kendra vermelha, mesmo com a expressão já séria no rosto. No entanto, antes que ela possa falar qualquer coisa, me retiro.
Adoraria ficar e contemplar o quanto Kendra está espetacular, aquele tecido, o veludo, grita sob a sua pele para que alguém o retire, mesmo que nela esteja perfeito. De alguma forma, faz meu corpo se alterar de um jeito que não reconheço, em mim grita a necessidade tê-la só para mim.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Fatima Vieira
arrasou
2025-01-31
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