CAPÍTULO DEZASSEIS

LEWIS LUTTRELL

Eu: Você está em casa?

Kendra: Não, mas estou indo.

Eu: Pois, venha para cá. Acordei e ainda não consigo parar de te ver com aquele vestido. Não consigo parar de pensar em todas as coisas que eu adoraria fazer com você...

Kendra: Isso é um convite tardio, Lewis. E sobre as regras?

Eu: Deixa disso.

Kendra: Estarei aí em breve, mas esqueça o vestido.

Eu: Ok, Princesa.

Ela apenas visualizou e não respondeu mais nada.

Não precisei enviar o meu endereço, ela o conhece. Apesar do nosso acordo, estou ansioso para vê-la novamente, pois desde ontem no jantar não nos falamos mais, e eu estava ficando louco de desejo. Pensei em leva-lá para casa — a dela ou a minha — e enviar mensagens de texto para várias vezes, mas não queria parecer ansioso demais.

Talvez ela não quisesse me ver logo após nosso primeiro encontro, ou talvez ela quisesse manter alguma distância entre nós. De qualquer maneira, minha paciência havia acabado.

Quando abri a porta da minha casa trinta minutos depois, ela estava usando roupa de treino larga, sapatilhas e tinha sacolas na mão.

— Oi. — Dou um passo para o lado, apoiando-me na porta com as sacolas dela, enquanto ela entra. Estou surpreso por ver essa versão dela.

— Bom lugar — ela diz tirando os óculos escuros e avaliando. — Não deu para notar isso da última vez.

— Obrigado. Espere até ver o quarto. — Pisco para ela e sinceramente, esperava que ela revirasse os olhos e me calasse, mas ela apenas me encarou, séria. — O que se passa?

Pouso as sacolas ficando automaticamente preocupado.

— Você sabe… — Ela dá um passo em minha direção e lentamente passa os dedos no meu peito. — Sabe que depois disso não terá mais volta, certo?

— Certo.

Ela assente, enlaçando meu pescoço. Nossos corpos estão encostados um no outro.

— Então, você vai ter que assumir a responsabilidade.

— Responsabilidade por quê, Kendra? — Eu pergunto, a tocando — Estamos nisso juntos.

— Mhm — ela geme quando beijo seu pescoço e minhas mãos passeiam por seu corpo.

— Eu te quero, sempre te quis. Não é sobre o meu corpo apenas.

Kendra choraminga.

— Por favor — ela respira, empurrando contra mim, querendo mais do que apenas toques leves. — Vamos logo pegar o que realmente queremos e ir embora.

— Ainda não — eu digo, puxando a minha mão e guiando-a até o sofá. Sento-me e puxo-a para o meu colo, fazendo-a montar em mim. — Você sabe…

— O quê? — Seus olhos estavam repletos de luxúria, e eu adorava vê-la assim, principalmente agora que a negação não faz parte. A minha garota. Eu sabia que ela não era tão desenfreada com mais ninguém, o facto de ela ter ficado assustada com a ideia de eu quebrar seus murros, deixou isso muito claro.

— Eu não vou deixar você ir embora.

Ela bufou antes de perceber que eu estava falando sério. Eu podia mentir e dizer que sim, mas essa garota me tem.

— Oh. — Ela piscou. — Você está falando sério?

— Sim, princesa, eu estou falando sério sobre isso.

Ela assentiu, em suspiro.

— Então, vamos logo a isso... — Ela engoliu em seco e então olhou para mim por baixo de seus cílios. — Ou tem mais alguma coisa?

Deus, eu tive que me impedir de empurrá-la para o sofá e fazer o que queria com ela ali mesmo.

— Já que estamos começando, dentro do que você quer — Sibilo. — Escolha uma palavra segura.

Ela morde o lábio.

— Hum…

Inclino seu queixo para cima para me olhar nos olhos, dando um tapinha em seu nariz.

— Eu quero cuidar de você, Kendra. Então, quero que saiba que nunca farei nada de que você não goste ou queira. Você entende? — Kendra assentiu. — Se você quiser parar, nós paramos. Se você não gosta de algo, você me diz. Eu nunca vou te forçar a fazer nada, está bem?

— Sim. Eu... eu entendo.

— Certo. Agora, escolha uma palavra.

Ela torce o nariz.

— Insistente.

Não pude evitar torcer o nariz e estranhar.

— Não.

— É que você é insistente, eu juro. — No fundo, concordo. Peguei um pouco na bola dela, para estarmos aqui.

Eu a beijo na bochecha e sinto seu tremor.

— Então, você só dirá pare — Digo — E eu pararei, afinal de contas eu sei o que significa parar.

Ela assente, e então eu percebo então que tanto quanto eu queria fazer atrocidades com ela, eu também estava gostando de passar o tempo com ela assim, conversando.

Eu quero aprender mais sobre ela. Qual é a flor favorita dela? Se prefere chá ou café? Seu livro favorito? Eu não me importo em apenas sentar no sofá e conversar com ela.

Kendra se levanta, movendo-se para olhar pelas janelas, para o jardim preenchido. Dou um passo atrás dela, envolvendo meus braços em volta de sua cintura, e aninho minha cabeça contra a dela. A sinto tensa no início, mas sinto seus músculos relaxarem em mim.

—  Porque veio com tantas sacolas? — Pergunto.

— Ah, sim — ela diz. — Decidi acordar e fazer algumas compras no shopping e supermercado, preencher o guarda-roupas e dispensa.

Era quase imperceptível, mas há uma nota triste em sua voz.

— O que aconteceu?

— O quê? — Ela olha para mim. — Oh. Apenas… esta manhã, meu pai me disse que vai se casar de novo. Não sei como me sentir sobre isso, só isso.

Eu sabia que não poderia fazê-la se sentir melhor com palavras, então acaricio seus braços.

— Quando tinha sido a última vez que você falou com ele, até hoje de manhã?

— Faz alguns meses. — Ela suspira. — Nós somos… não sei. Eu nem sabia que ele estava namorando alguém.

— Tudo bem se você não souber como se sentir quanto a isso, Kendra. — Digo — Mesmo quando adultos, as ações de nossos pais podem nos impactar de maneiras que não dá para entender completamente.

— Às vezes não me importo com essas coisas — Ela suspira — Mas noutras... simplesmente me afectam.

Eu me aninho em seu cabelo, balançando-a para frente e para trás suavemente. Isso me fez sorrir novamente, já que alguns minutos atrás, tudo tinha a ver somente sobre sexo e agora estamos falando sobre família e sentimentos, Kendra está se abrindo para mim e baixando a guarda, ao mostrar essa vulnerabilidade que parece muito rara vindo dela, nesse momento, nenhuma regra mesquinha importa.

Passo a mão por seu cabelo.

— Gosto do seu cabelo assim. — murmuro sentindo o seu aroma de rosas e canela.

— Solto? Você já disse.

— Sim — Confirmo, enrolando uma mecha de cabelo no dedo. — E nunca pararei de o dizer.

— Então... — Ela balançou a cabeça, parando.

— O quê?

— Você acha meus rabos de cavalo feios. — Kendra gira em meus braços, inclinando a cabeça para cima para olhar para mim. Seu rosto está um pouco mais leve e divertido.

Puxo outra mecha.

— Gosto dos seus rabos de cavalo, mas sinto que você fica mais livre quando deixa o cabelo solto assim. — Eu gostava de capturar o olhar em seus olhos enquanto ela olha para mim com esses lindos e deslumbrantes olhos castanhos. — Embora você seja a mulher mais linda, não importa o que esteja vestindo ou como penteie o seu cabelo.

— Você só está dizendo isso porque quer dormir comigo — Kendra murmura, desviando os olhos de mim. É alguma insegurança?

— Não. — Eu seguro seu rosto entre as minhas mãos, forçando-a a encontrar o meu olhar. — Lembra que eu já te vi tropeçando com um lençol? Você é perfeita pra caramba.

Ela me dá um pequeno aceno de cabeça antes de envolver os braços em volta do meu pescoço, enfiando o queixo na curva do meu pescoço e me abraçando com força, retribuo o aperto com as mãos a volta da sua cintura.

— Obrigada — ela finalmente suspira em alívio.

Eu beijo o topo de sua cabeça, segurando-a perto por mais alguns momentos. Então eu desço lentamente e a beijo. O beijo não é apaixonado ou faminto, mas são doces contra seus lábios, um após o outro. Eu realmente poderia beija-la o dia todo assim – devagar e com firmeza, uma exploração silenciosa da boca um do outro, apenas aproveitando esse momento de silêncio senão com o som de nossos lábios.

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