LEWIS LUTTRELL
Ela é uma óptima traficante e me drogou. Me deixou exposto, quando tudo o que eu queria era continuar naquela bolha e devora-lá por completo.
Ela simplesmente foi embora, e eu fiquei em pé — em todos os sentidos — totalmente sem palavras. Aquele momento estava bom demais para ser verdade e o assunto que ela trouxe, sobre a Margot ser minha namorada, me fez deixá-la partir. Terminamos a poucas semanas e embora eu tenha tirado a maioria das fotos das redes sociais e de pesquisas, a mídia não tem nada comprovado, senão especulações que já haviam desde os tempos em que só tínhamos pequenas discussões. Tenho a certeza de que Kendra viu o pouco do que sobrou, sobre isso e não a culpo, por isso acha que é errado o que fazemos, entendo a aversão dela a flor da pele.
No entanto, ela deixou meus cabelos bagunçados, minha temperatura quente e a calça quase a explodir. Minha mente só consegue pensar em como ela é magnífica, em como ela é sexy, em como ela acabou se entregando e retribuir o meu toque. Realmente, ela não é de apenas uma noite.
— Lewis — Margot chama, o tom de voz enfurecido. Olho para ela e sua expressão não é das melhores.
— Margot, me deixe em paz — digo igualmente irritado por ela aparecer justo agora. Ela é o motivo de ela ter ido embora.
Margot se aproxima e me dá um tapa. Mal me movo e apenas a encaro. Seus olhos dilatados enquanto me encara, a expressão embora irritada, parece fria.
— Você não tem respeito por mim? — berra, seu peito arfando pela irritação — Como ousa foder com aquela mulher de novo? Lewis, nós terminamos há menos de um mês.
— Terminamos, eu posso ficar com quem quiser. — digo, recuperando a calma — Você não precisa agir como uma ex sofrida.
No fundo sinto-me mal por falar assim, mas se for a forma de Margot entender e aceitar o nosso término, tenho de o fazer.
—Eu amo você, Lewis — Seus olhos marejam e toda a expressão de furiosa ou confiante some — Eu sei que você me ama. Nós sempre fomos felizes, não há motivos para ficarmos separados.
Eu poderia ficar tocado com isso, mas já ouvi isso antes. Ela fez o mesmo drama quando terminamos e várias outras vezes, quando estávamos juntos. Margot sabe ser atriz e uma boa manipuladora.
— Não, Margot — suspiro segurando a cabeça — Acabou, não se envolva mais na minha vida. Não existe mais amor entre nós, já conversamos sobre isso.
Ela começa a soluçar e tudo o que faço é me retirar, mas não sem antes ouvir lamentações, novamente.
— Eu te amo — soluço esganado — Você não será feliz com ela — soluço e tom amargurado — Ela não é a mulher que você precisa.
[…]
— Então você está interessado na de vestido preto? — Ryan assobia, provocante. — Bom gosto.
Batuco minha caneta na mesa de secretaria, minha mente perambulando no tempo e espaço. Penso na noite de ontem e no primeiro dia em que nos conhecemos, a forma como ela ficou extremamente intrigada por me ver ao seu lado naquela manhã, em como pareceu arrependida, mas também ainda mais interessada. Vê-lá naquele bar totalmente fora de relação com a vida dela que ela tem, porque convenhamos, trabalhar na DELCOUR é uma honra.
Talvez seja nosso ponto comum, adorar o anonimato e apenas ser um zé ninguém sofrido, num bairro qualquer. Isso me faz pensar em uma forma de vê-la de novo, claro que a veria na empresa, mas provavelmente ela usaria a farça de desconhecidos, senão chefe e empregada.
Talvez eu devesse chamá-la para a minha sala, apenas para esclarecer as coisas, um CEO pode chamar a directora da empresa por qualquer motivo, espero que ela entenda dessa forma apenas para que venha, os emails são chatos e mais do que isso, eu quero visualizar qualquer reacção ou emoção que ela demonstre.
Até agora Margot não me importunou mais, mas após aqueles acontecimentos, eu perdi toda a vontade de continuar aquela festa, fiquei um tanto aborrecido até algumas pessoas perceberem que eu já não estava tão animado. Pelo menos já tinha cumprido com a minha parte de apresentação e conversas com pessoas importantes.
— Sim! — exclamo, me sentindo meio patético. Eu disse à Ryan, após terminar com Margot, que por enquanto queria apenas me focar no trabalho e talvez manter uns casinhos. Ele não acreditou que eu fosse conseguir me manter longe dela, mas até agora não confessei nada sobre saudade, até porque não sinto e não quero de forma alguma voltar para ela. Quanto a Kendra, não posso me conter, eu tenho que admitir que ela despertou algo em mim, eu não sentia isso a muito tempo, tenho certeza que não é luxúria, é interesse genuíno. — Mas ela não quer me dar brecha, disse com todas as letras que nada mais pode acontecer entre nós! – balanço a cabeça um pouco frustrado.
Aconteceu pouco entre nós.
— Bom, veja pelo lado bom — Ele alinha a postura enquanto um sorriso brincalhão se espalha em seu rosto — Ela não é burra e sabe que você só quer um pouco de diversão e não quer ser mais fácil. Provavelmente já assistiu um daqueles filmes entre o CEO e a Secretária, embora ela seja mais superior do que isso. — Provoca. — Contudo, você tem uma chance, cara, ela está no andar abaixo de ti, é fácil.
— Ela não é fácil — digo sentindo uma súbita raiva pelo termo. Quando nos envolvemos ela disse que não se envolvia com ninguém há dois anos, não acho que tenha sido mentira e se aceitou se envolver comigo, devia ter um motivo que espero ser parecido com o meu.
— Claro, claro que não é — Ergue as mãos em rendição e se levanta — Já vou embora antes que sobre para mim.
Então bate as mãos no meu ombro e se retira, e eu fico um tempo a observar o movimento da minha mão girando a caneta contra a mesa, enquanto penso sobre Kendra, no quão provável ela esteja se sentindo culpada por eu supostamente trair Margot. Ou talvez não, ela pode não se importar com isso e é só uma forma de se conter.
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Atualizado até capítulo 29
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Fatima Vieira
Margot cobra
2025-02-01
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