KENDRA HAYES
…
Às vezes eu gosto de me afundar na autopiedade, passar na minha mente uma retrospectiva de tudo que já me deixou triste e essa é uma dessas noites, estou infeliz, na posição fetal e a última coisa que quero fazer é ver alguém ou fazer qualquer coisa, até o trabalho está me irritando.
Eu disse a Norsha que estou bem, até porque não quero que ela se preocupe comigo e venha me ver, ela está saindo com alguns amigos. E é estranho, depois de tanto tempo sendo melhores amigas, pensar que temos círculos que não incluem uma a outra. Mas na verdade, isso nunca me incomodou, não quero que ela se limite a minha amizade e se feche como eu.
De certa forma, eu estava feliz por ser miserável sozinha, ser uma mulher de espírito solitário.
Cheguei em casa do trabalho e após o banho, imediatamente desabei em minha cama, não pretendo sair daqui nas próximas horas.
Infelizmente — ou felizmente — Meu telefone vibra.
Lewis: Quer vir hoje à noite?
Eu:Não posso.
Lewis: O que houve?
Suspiro, ajustando a bolsa de água quente sobre o meu baixo ventre, enquanto retomo a minha posição. Desde que eu tive minha menarca aos 11 anos, tive períodos dolorosos e, mesmo tomando medicamentos, minhas cólicas sempre foram fortes demais, especialmente nos primeiros três dias. Fora a isso, esta é a parte do mês que eu mais me sinto horrível, me sinto suja, fedorenta e extremamente nojenta.
Eu: Nada. Eu simplesmente não me sinto bem.
Lewis: Você está doente? K, precisa de alguma coisa?
Eu: Não, não preciso. Está tudo bem, eu só estou… menstruada.
Lewis: Tudo bem.
Óptimo. Pelo menos ele entendeu o recado para se manter longe. Eu gemi e deitei minha cabeça no braço do sofá, pressionando uma bolsa de água quente ainda mais na minha pele e esperando que a pressão diminuísse a dor que estava abrindo caminho através do meu útero.
Fecho os olhos por apenas um momento, gemendo de dor e pressionando mais a bolsa. Quando tenho a impressão de estar melhor, o silêncio é interrompido com o som da campainha, parece desesperado. É estranho, eu quase nunca recebo visitas, Nor tem chave.
Levanto-me da cama a contragosto para atender a porta.
Porque não posso ter paz no meu momento de sucumbir a morte?
Abro a porta sem verificar a tela de segurança e não escondo o choque e confusão.
— Lewis — eu digo, sem mais palavras. Encaro seus olhos castanhos claros cheios de preocupação.
— Oi. Trouxe chocolate, sorvete, pizza e mais algumas besteiras gostosas. — Ele ergue duas sacolas.
— Bem, isto é novidade.
— Eu só queria ter certeza de que você estava bem.
— Eu vou ficar bem, estou acostumada. — Mordo o lábio, mentindo. Não importa o quanto isso se repita, eu nunca vou me acostumar, a dor parece uma novidade todos os meses. — Você quer… entrar?
Ele assente e passa por mim, caminhando em direção à cozinha, na qual ele já tinha estado e feito café da manhã para mim. Benjamin nem pergunta antes de acertar as gavetas e tirar tigelas e colheres.
— Que sabor você trouxe? — Pergunto me deitando no chão frio, próximo a bancada. Eu estava de camiseta e calça preta larga.
— Chocolate e Baunilha.
— Como você sabia que é o meu favorito?
— Tenho os meus métodos — ele diz me espreitando através da bancada. Então vem até mim e me carrega até ao sofá, de seguida pega a tigela com bolas de sorvete e me entrega.
— Então você costuma fazer essa simpatia com todas as mulheres com quem dorme? — Eu pergunto, em repetição.
A frase dá a sensação de Deja Vu.
— Não, eu tenho uma irmã. — Dá de ombros, o olhar divertido. — O que você precisa, Princesa?
Engulo. Tento não deixar transparecer o quanto tudo isso me afeta, eu estou me sentindo demasiado acolhida.
Lewis vai até a cozinha e pega as sacolas.
— O chocolate é aleitado. Parece que você gosta dessas das coisas. Minha irmã diz que naproxeno provavelmente ajuda melhor, então eu levei isso, mas…
— Lewis. — Ele falou com a irmã sobre a menstruação? — Nós não estamos namorando, temos regras — eu digo, sentindo a consciência bater. — Por que você está aqui?
Lewis não responde, apenas pega no meu pé e começa a massagear.
— Eu sempre perguntei a minha mãe se saltos não fazem os pés doerem — ele murmura atencioso com meu pé — Ela sempre responde que a beleza é um sacrifício.
Atirando a sujidade para baixo do tapete.
— Ela tem razão, mas eles não são tão ruins. — Encolho os ombros, enquanto me delicio rapidamente do sorvete. — Estou acostumada.
— Te vi de ténis e continuou linda, não importa o que esteja vestindo.
Enrugo o nariz, não concordando. Eu estou inchada, com acne, cabelo despenteado e murcha espiritualmente. Eu não consigo me lembrar da última vez que um cara me viu assim – tão vulnerável.
— O que vamos assistir, K?
— Não ria de mim. — Peço — 10 coisas que odeio em você.
— Aquele com Heath Ledger?
Eu aceno.
— Sim.
— Parece bom. — Ele pega uma colher de sorvete e se inclina para me dar na boca.
— Não exagere. — Faço uma careta.
— Coma. — Então, aceito a colherada.
— Você está mesmo realmente bem em assistir isso? — Pergunto por segurança.
— Kendra, eu tenho uma irmã, lembra? — Um sorriso se abre em seus lábios. — Eu já assisti esse tipo de coisa centenas de vezes.
— Certo. — Pego a minha colher de volta e enfio mais sorvete.
Não contesto mais nada, mas fico repetindo para mim mesma para não me deixar levar emocionalmente, porque me aconchegar a ele no sofá com minhas pernas em seu colo assistindo a um filme de conforto, é demais, não muito eu.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Fatima Vieira
ele é maravilhoso com ela
2025-02-01
2