Romero levantou e empurrou Bellucci. Prestes os seguranças intervir, Bellucci fez um sinal para eles se afastarem.
— Deixe ele ir, mais cedo ou mais tarde terá uma lição.
— falou com as mãos nos bolsos observando Romero se distanciar até desaparecer.
Rafael deitou sobre a cama pensativo. Muitas possibilidades surgiam na cabeça. Acabará dormindo em seus próprios pensamentos que apenas acordará no dia seguinte. Acordou com o barulho de algumas batidas na porta. Levantou esfregando as mãos nos olhos.
— Já vai. Nossa, para que batendo desse jeito?
Abriu a porta dando de frente com a dona da casa.
— Rafael, é a segunda vez que atrasa o aluguel. Assim me prejudica. — colocou as mãos na cintura encarando Rafael.
— Me desculpa, senhora Manu. Peço que espere até depois de amanhã, pagarei sem falta. Esses dias estão muito difíceis…
— Sei que é difícil e como se esforça, mas peço que não atrase outra vez. Tá bom?
— Muito obrigado, senhora! Pagarei sem falta.
Agradeceu imediatamente a mulher. Apesar de Manu ser bastante rígida, ela conhecia muito bem o Rafael, também sabia o seu esforço em sustentar a irmã com o pouco salário.
— Então, tá bom.
— Irei ir na sua casa para pagar.
Rafael fechou a porta devagar após a saída da dona Manu. Soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos desgrenhados enquanto olhava ao redor de seu pequeno apartamento. O aluguel atrasado era apenas mais um peso em sua mente já sobrecarregada.
— Depois de amanhã... Como vou arranjar esse dinheiro?
— murmurou para si mesmo, sentando-se no sofá desgastado.
Ele sabia que teria que improvisar, como sempre fazia. Talvez pedir um turno extra no restaurante, ou aceitar algum trabalho temporário que aparecesse. Mas, com tudo o que vinha acontecendo, o tempo parecia um luxo que ele não tinha mais.
Pegou o celular, verificando mensagens ou chamadas de Camila, mas não havia nada novo. Apesar de sua promessa de que estava segura, o medo ainda estava lá, como uma sombra que não desaparecia. E agora, com o aluguel batendo à porta, a pressão parecia maior do que nunca.
Rafael levantou-se, determinado a fazer algo. Ele precisava organizar sua mente e seu dia antes que os problemas o sufocassem. Colocou uma camisa limpa e arrumou o cabelo, planejando ir ao restaurante para verificar se poderia adiantar algum pagamento.
Mas antes que pudesse sair, o som de mais batidas na porta o fez parar. Dessa vez, as batidas eram diferentes: firmes, ritmadas, quase autoritárias.
Rafael franziu o cenho, sentindo um arrepio na espinha. Ele se aproximou da porta devagar e olhou pelo olho mágico.
Dois homens estavam ali, vestidos de preto, com expressões impassíveis.
— Rafael Duarte? — uma voz grave chamou do outro lado.
Rafael congelou. Seu coração começou a bater acelerado, e suas mãos tremiam levemente. Quem eram esses homens? E como sabiam onde ele morava?
— Quem está aí? — perguntou, tentando manter a voz firme.
— Somos amigos de Giovanni Bellucci. Ele pediu que viéssemos conversar com você. Não vamos demorar.
Ao ouvir o nome de Bellucci, Rafael sentiu o estômago revirar. Ele sabia que, de alguma forma, essa conversa estava longe de ser uma simples visita.
— Eu não estou interessado. Diga ao Bellucci que não quero nada com ele.
Houve uma pausa do outro lado, seguida por um tom mais ameaçador.
— Ele insistiu que seria do seu interesse abrir a porta, Rafael. Não queremos causar problemas aqui... Mas não nos deixe sem respostas.
Rafael engoliu seco, olhando ao redor do pequeno apartamento como se procurasse uma saída. Ele sabia que estava encurralado. Relutantemente, destrancou a porta e a abriu apenas o suficiente para ver os dois homens.
— O que Bellucci quer agora?
Um dos homens deu um pequeno sorriso, mas seus olhos permaneceram frios.
— Ele quer te ajudar. É apenas uma conversa. Você sabe que recusar pode complicar as coisas, certo?
Rafael bufou, mas abriu a porta completamente, resignado.
— Tá bom. Mas não estou indo a lugar nenhum com vocês. Se ele quer falar, pode me ligar.
O homem mais alto deu um passo à frente, cruzando os braços.
— Bellucci prefere encontros pessoais, Rafael. Essa é a chance de mostrar que você entende o que está em jogo. Vamos. O carro está esperando.
Rafael sentiu seu corpo inteiro tenso, mas ele sabia que não tinha escolha. Bellucci sempre conseguia o que queria, e recusar dessa vez parecia mais perigoso do que ir.
— Me deem um minuto. Preciso pegar minhas coisas.
Os homens assentiram, e Rafael voltou. Ele pegou o celular e o enfiou no bolso, junto com as chaves. Antes de sair, ele olhou ao redor, como se fosse a última vez que veria aquele espaço familiar.
— Que droga de vida... — murmurou antes de fechar a porta e seguir os homens até o carro estacionado na calçada.
Lá dentro, o veículo tinha o mesmo luxo intimidador de antes. Rafael sentou-se no banco traseiro, e o carro começou a se mover. Ele olhou pela janela, tentando acalmar a mente enquanto o silêncio pesado tomava conta do ambiente. Se Bellucci queria algo, dessa vez Rafael estava decidido a obter respostas.
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Atualizado até capítulo 123
Comments
Maninha Galvão
cadê o Dominic, quando será o encontro?
2025-03-22
2
Maryan Carla Matos Pinto
o que será da vida de Rafael
2025-02-12
0
★𝕺𝖘𝖈𝖆𝖗 𝕬𝖑𝖍𝖔★
Me identifiquei kkkkkkkkkkkk
2025-03-06
0