O movimento no aeroporto estava intenso. Pessoas apressadas passavam com malas e olhares ansiosos, mas para Rafael e Camila, aquele era um momento único. Ele segurava a bagagem de mão dela com firmeza, como se quisesse atrasar o inevitável, enquanto ela ajustava a alça da mochila nos ombros, lutando para não chorar.
— Irmão, sentirei muitas saudades! — disse Camila, a voz embargada.
Rafael respirou fundo, tentando esconder o nó que se formava em sua garganta. Ele sabia que aquela despedida era necessária, mas isso não tornava as palavras mais fáceis.
— Também sentirei, Camila. Mas lembra o que falei, não lembra? — Ele colocou as mãos nos ombros dela, fixando os olhos nos dela com seriedade. — Tenha muito cuidado. Não aceite nada de estranhos. Frequente apenas aqueles lugares que recomendei, porque pesquisei bastante sobre eles. Se for a outros, analise bem se são confiáveis. Você é inteligente, sei que saberá se cuidar.
Camila assentiu, enxugando rapidamente uma lágrima que escapava.
— Tudo bem, irmão. Eu prometo.
Rafael forçou um sorriso, tentando transmitir a confiança que ela precisava, mesmo que o coração dele estivesse pesado.
— E, por favor, quando chegar, me avise, okay? Quero saber que está tudo bem.
— Aviso sim. Assim que pousar, te ligo.
Eles se abraçaram com força, nenhum dos dois querendo ser o primeiro a soltar. Camila, com os olhos brilhando, finalmente deu um passo para trás e pegou sua bagagem de mão.
— Não se preocupe comigo, Rafael. Eu vou ficar bem. E prometo que vou fazer valer todo o esforço que você fez por mim.
— Eu sei que vai. Vai ser incrível, Camila. Mostre ao mundo o que você é capaz de fazer.
Ela sorriu, ainda que hesitante, e virou-se para a área de embarque. Rafael ficou parado, observando-a caminhar até desaparecer pela porta de segurança. O vazio imediato tomou conta dele, mas ele respirou fundo e murmurou para si mesmo:
— Agora é sua vez, Camila. A minha missão continua aqui.
Enquanto deixava o aeroporto, Rafael sabia que aquele era o primeiro passo para algo maior para a irmã.
Ao virar e direcionar para a saída do aeroporto esbarrou em um homem bastante arrumado. Rafael deu um passo para trás, levantando as mãos em um gesto de desculpa. O homem arrumado à sua frente era claramente alguém de importância, tanto pela postura quanto pelos dois seguranças que o escoltavam. Ele usava um terno escuro perfeitamente ajustado, com um lenço de seda vermelho no bolso. Seus olhos eram frios e avaliadores, como se quisessem medir Rafael em um instante. Dois homens entraram na frente do homem arrumado, pareciam ser seguranças.
— Me desculpe! Não foi minha intenção. — disse Rafael, tentando manter o tom calmo.
O homem arrumado ergueu a mão para silenciar o segurança que havia repreendido Rafael.
— Não é necessário criar um alvoroço por algo tão trivial. — Ele falou, sua voz baixa, mas firme, carregada de autoridade.
Os seguranças imediatamente recuaram, mas mantiveram os olhares fixos em Rafael, como se esperassem que ele cometesse algum erro. O homem então inclinou ligeiramente a cabeça, examinando Rafael com mais cuidado.
— Você parece estar com pressa, rapaz. Algo importante no horizonte? — perguntou o homem, o tom quase casual, mas com um subtexto que fazia Rafael se sentir desconfortável.
— Eu estava só... Deixando minha irmã no embarque. Desculpe pelo esbarrão, eu realmente não vi. — respondeu Rafael, mantendo o tom neutro.
O homem esboçou um leve sorriso, que parecia mais um gesto calculado do que genuíno. Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, e olhou diretamente nos olhos de Rafael.
— A vida é cheia de esbarrões inesperados, não acha? Alguns... Mais significativos do que outros.
Rafael franziu a testa, sentindo algo estranho naquela interação. Ele não sabia quem era aquele homem, mas a forma como ele falava, a presença quase sufocante que emanava, fazia Rafael sentir que havia mais naquela conversa do que aparentava.
— Bem, espero que tenha um bom dia, senhor. Eu já vou indo. — disse Rafael, tentando encerrar a interação e seguir seu caminho.
— Espere. — O homem arrumado levantou a mão novamente, impedindo-o de se afastar. — Qual é o seu nome?
Rafael hesitou. Algo no tom do homem fez soar um alarme em sua mente. Ele não queria revelar muito, mas ao mesmo tempo, não queria parecer suspeito.
— Rafael.
O homem repetiu o nome em voz baixa, como se estivesse memorizando. Então, ele sorriu novamente, dessa vez de forma mais enigmática.
— Interessante. Tenha um bom dia, Rafael. Tenho a sensação de que nossos caminhos podem se cruzar novamente.
Antes que Rafael pudesse responder, o homem virou-se e seguiu em direção à área de embarque, acompanhado pelos dois seguranças que o seguiram como sombras. Rafael ficou parado por alguns segundos, tentando processar o que havia acabado de acontecer.
— Quem era aquele cara? — pensou Rafael, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Ele balançou a cabeça, tentando afastar o desconforto, e continuou seu caminho para fora do aeroporto.
Enquanto isso, o homem arrumado ajustava a gravata enquanto caminhava calmamente. Ele parou por um momento, olhando para trás, vendo Rafael desaparecer na multidão.
— Descubram mais sobre ele. — ordenou, sem olhar para os seguranças.
— Sim, senhor Bellucci.
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Atualizado até capítulo 123
Comments
Maryan Carla Matos Pinto
o que o Rafael tem a ver com Dominic
2025-02-12
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😝(/Stefany Hatake/)😝
eu sabia que era o Bellucci
2025-01-08
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