Dominic decidiu tomar um banho quente e demorado. Retirou as roupas e sentou sobre a banheira. No banheiro grande, tocava uma música clássica — Mozart, influente compositor austríaco do período clássico. Enquanto o corpo tomava pela água quente, tomava um vinho nobre, no qual, tinha três elementos essenciais que Dominic considerava antes de adquirir qualquer vinho: qualidade, delicadeza e equilíbrio.
Ligou para o seu motorista particular.
— Prepare o carro, estou a caminho.
Dominic fechou os olhos por um instante, permitindo-se relaxar enquanto a água quente o envolvia. Era raro ter esses momentos de tranquilidade. Sua mente, no entanto, não desacelerava; ainda estava consumida pelos pensamentos sobre traição, guerra e o próximo passo. Ele levou o cálice de vinho aos lábios, apreciando o sabor refinado, enquanto a melodia ecoava pelo banheiro luxuoso.
Dominic nunca foi um homem que desperdiçava tempo, mas naquele momento, ele sabia que precisava reunir sua força mental antes de enfrentar o caos que o aguardava. Terminando o vinho, ele colocou o cálice de lado e levantou-se da banheira com um movimento lento, deixando a água escorrer por seu corpo esculpido. Envolveu-se em um roupão branco de algodão egípcio e caminhou até o enorme espelho do banheiro.
Ele se olhou por alguns instantes, reparando as marcas do cansaço em seus olhos. Mas naquele momento, ele prometeu a si mesmo que não falharia. Não com seu pai de cama e não com o legado que Albert havia construído. Depois de se vestir optando por um terno preto impecável, camisa branca e uma gravata perfeitamente ajustada, Dominic ajeitou as abotoaduras e passou a mão pelos cabelos com a mesma atenção aos detalhes que aplicava em tudo. Quando terminou, já estava de volta ao homem que todos temiam: impecável, poderoso e inabalável.
O toque discreto na porta veio no momento exato.
— Senhor, o carro está pronto — anunciou Giacomo, seu motorista pessoal, do outro lado.
Dominic pegou sua arma, verificou o carregador e a guardou no coldre de couro dentro do terno. Ele não era homem de arriscar sair desarmado, especialmente naquela noite.
— Estou descendo — respondeu, a voz firme, como sempre.
Descendo os degraus de mármore de sua mansão, ele foi saudado por olhares respeitosos de seus seguranças. Lá fora, a noite estava fria, e uma leve neblina pairava sobre a cidade portuária. O carro preto brilhante o aguardava na entrada, com Giacomo já segurando a porta aberta.
Dominic entrou no veículo e, enquanto a porta se fechava, a cidade começava a deslizar pela janela. Ele deu um último olhar para o brilho do luar sobre as ruas molhadas, antes de finalmente se concentrar no destino à frente.
— Para onde, senhor? — perguntou Giacomo, com a voz respeitosa.
— Para o porto. — Dominic precisava supervisionar o carregamento.
O silêncio no interior do carro era quase tão denso quanto a neblina que cobria as ruas da cidade portuária. Dominic, sentado no banco traseiro, mantinha-se imóvel, com o olhar fixo na janela. As luzes dos postes deslizavam pela sua face, projetando sombras que pareciam tão implacáveis quanto ele próprio. O porto não era apenas um lugar de trabalho naquela noite; era um campo de batalha prestes a ser testado.
Ele sabia que Bellucci provavelmente faria sua jogada ali. O carregamento era grande demais para passar despercebido, e Dominic não podia dar-se ao luxo de perder uma fração sequer de sua operação. Para ele, aquilo não era apenas sobre dinheiro — era sobre manter o controle. Sobre enviar uma mensagem.
O carro deslizou suavemente pelas ruas até que as luzes dos galpões começaram a surgir à distância. O cheiro salgado do mar misturava-se ao aroma metálico das docas. Giacomo estacionou o veículo em frente a um dos armazéns principais. Dominic desceu, ajustando as suas vestes enquanto seus olhos percorriam o cenário à sua frente.
Os homens de confiança de Dominic já estavam espalhados por toda a área. Alguns montavam guarda nos pontos de entrada e saída, enquanto outros supervisionavam o carregamento das mercadorias para dentro dos caminhões. Entre eles, Enzo caminhava com passos firmes, organizando cada detalhe com precisão. Ao ver Dominic, Enzo veio imediatamente ao seu encontro.
— Senhor Valente, o carregamento está seguindo conforme o planejado. Mas reforçamos a segurança em dobro. Temos homens armados nos telhados e rondando os perímetros. Se Bellucci tentar algo, estaremos prontos — disse Enzo, sua voz séria.
Dominic assentiu, os olhos sempre atentos.
— Quero que eles sejam mais do que prontos. Quero que Bellucci saiba que o porto é território Valente. Ele deve pagar caro por qualquer ousadia — disse Dominic, com a voz baixa, mas carregada de autoridade.
Enzo concordou com a cabeça, mas antes de sair, fez uma pausa.
— E sobre Pedro, senhor? — perguntou, com um tom de cautela.
Dominic não precisou pensar duas vezes.
— Já ordenei que ele desapareça. Certifique-se de que não haja vestígios.
— respondeu Dominic, olhando diretamente para Enzo, que engoliu seco
— Sim, senhor. — acenou.
Dominic caminhou até o armazém, seus passos ecoando contra o concreto frio. Lá dentro, viu os caixotes sendo cuidadosamente embalados e numerados. Sabia exatamente o que cada um deles continha: mercadorias raras e ilegais que valiam milhões no mercado negro. Por trás disso tudo, havia meses de planejamento, subornos e acordos, uma máquina que não podia parar.
De repente, um dos homens no rádio murmurou algo. Dominic parou no meio do caminho, levantando a mão para silenciar qualquer movimento ao seu redor.
— Relate — ordenou ele.
A voz veio apressada.
— Movimento estranho a leste, senhor. Um grupo de homens. Parece que estão armados, pode ser Bellucci.
Dominic respirou fundo, mas manteve-se frio. Não era a primeira vez que enfrentava algo assim. Ele virou-se para Enzo e deu suas ordens claras.
— Alerta total. Quero todos os acessos monitorados. Não atirem até minha ordem. Quero saber o que Bellucci está tramando antes de terminar isso.
Enzo rapidamente puxou o rádio para repassar as instruções, enquanto Dominic caminhava para um ponto de observação dentro do armazém. Ele subiu uma escada estreita de metal, que levava a um pequeno escritório com vista para o porto.
De lá, ele viu as luzes de um pequeno barco se aproximando pela água. Podia sentir o ar mudar. Bellucci não estava ali para negociar; ele queria confronto. Dominic sorriu de lado, um sorriso frio, mas quase satisfeito.
— Então, é assim que ele quer jogar...
— murmurou para si mesmo, pegando o rádio.
— Enzo, prepare os homens. Vamos dar a Bellucci o espetáculo que ele tanto deseja. — ordenou.
Enquanto observava o barco se aproximar, Dominic sentiu a adrenalina começar a pulsar. Aquela noite não seria apenas sobre defender o carregamento ou proteger seus homens. Seria sobre mostrar a Bellucci que o nome Valente ainda era sinônimo de poder absoluto.
No entanto, bem no fundo de sua mente, uma ideia incômoda começava a surgir. Ele precisava de mais aliados. Pessoas fora da máfia, que pudessem operar sem serem manchadas pelas sombras do crime.
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Atualizado até capítulo 123
Comments
★𝕺𝖘𝖈𝖆𝖗 𝕬𝖑𝖍𝖔★
eu tive que ler 3 vezes pra entender que não era carregador de celular, e sim da arma kkkkkkkkkkkk
2025-03-06
2
Maryan Carla Matos Pinto
gostando da história
2025-02-12
0
Carla Santos
estou adorando cada capítulo
2024-12-22
0