Enquanto Dominic observava do alto, o pequeno barco de Bellucci se aproximava cautelosamente das docas. Ele reconheceu aquilo como um jogo psicológico. Bellucci sabia que era esperado, mas ainda assim avançava, desafiando Dominic diretamente. O som da água contra o casco da embarcação era quase ensurdecedor no silêncio tenso que pairava sobre o porto. Dominic sabia que não podia demonstrar fraqueza — não naquela noite. Cada movimento seria crucial, cada decisão carregaria consequências.
Ele levou o rádio à boca novamente.
— Enzo, qual é a contagem? Quantos homens estamos vendo? — perguntou, os olhos fixos no barco.
Após um breve momento, a voz de Enzo respondeu pelo rádio.
— Pelo menos dez no barco, senhor. Mas há outros se aproximando a pé pela entrada lateral. Estão tentando nos cercar. Acho que Bellucci está apostando alto dessa vez.
Dominic estreitou os olhos, os lábios se curvando em um leve sorriso de desdém.
— Dez no barco, talvez mais vinte a pé... Ele acha que isso é suficiente para me intimidar? Ele é mais burro do que pensei — murmurou para si mesmo, antes de emitir novas ordens. — Enzo, quero o barco cercado. Não disparem até o meu sinal. Quero Bellucci vivo, se possível. Os homens nos flancos, eliminem sem hesitação. Não vamos dar margem para erro.
— Mesmo em desvantagem em questão de pessoas, temos uma grande vantagem. Os meus homens são habilidosos, pois paguei por isso. — passou por alguns segundos nas palavras. — aproximou novamente o rádio. — Fogo. — deu permissão para os homens agirem.
O porto explodiu em caos no instante em que Dominic deu a ordem. Tiros ecoaram pelo ar, misturando-se com o som de passos apressados e gritos. Os homens de Dominic, bem posicionados e treinados, abriram fogo com precisão cirúrgica, neutralizando os flanqueadores de Bellucci antes que eles pudessem se aproximar demais.
Do alto, Dominic observava o desenrolar da ação com olhos atentos, analisando cada movimento como se fosse um maestro regendo sua orquestra. O barco balançava levemente, os homens a bordo disparando cegamente em resposta, sem a coordenação que Dominic esperava de um inimigo como Bellucci.
— Idiotas... estavam contando com o efeito surpresa. Fracos demais para enfrentar algo preparado. — murmurou Dominic para si mesmo, enquanto levava novamente o rádio à boca.
— Enzo, quero o barco sob controle. Use granadas de fumaça para desorientá-los. E lembrem-se, tragam Bellucci vivo. Ele vale mais falando do que morto.
— Entendido, senhor! — respondeu Enzo, a voz firme em meio ao barulho do tiroteio.
Um dos seguranças correu até Dominic, segurando um rádio reserva e reportando a situação.
— Os flancos estão limpos, senhor. Eliminação completa. Agora é só o barco.
Dominic assentiu lentamente, os olhos estreitos fixados no movimento na água. Ele viu quando duas granadas de fumaça foram lançadas ao convés. Elas explodiram, lançando uma nuvem densa que engoliu o barco, tornando quase impossível para os homens de Bellucci enxergarem o que estava acontecendo.
Os homens de Dominic aproveitaram a brecha, avançando em velocidade, movendo-se como sombras, enquanto os rivais tentavam recuperar o controle. Em poucos minutos, tudo havia terminado. O som dos disparos cessou, substituído pelo grito de ordens de Enzo.
— Temos um prisioneiro, senhor! — A voz de Enzo ecoou pelo rádio.
Dominic sorriu, o mesmo sorriso frio que fazia até o mais destemido dos homens estremecer.
— É Bellucci?
— Não, senhor. É um dos capangas dele. Bellucci não está aqui.
O sorriso desapareceu imediatamente. Dominic apertou o punho, sentindo a raiva subir. Ele sabia que Bellucci era ardiloso, mas não esperava que ele mandasse homens sem liderar o ataque. Isso era incomum para o rival.
— Mantenham o prisioneiro vivo. Eu mesmo vou interrogá-lo. — Dominic desceu rapidamente do escritório, os passos firmes ecoando enquanto ele avançava para o armazém principal.
O prisioneiro, um homem robusto com o rosto machucado, estava ajoelhado no chão, as mãos algemadas atrás das costas. Ele encarava Dominic com uma mistura de medo e desafio, o que fez o mafioso parar por um instante antes de falar.
— Você tem exatamente um minuto para me dizer onde Bellucci está ou esse minuto será o último da sua vida.
— disse Dominic, com um tom calmo e mortal.
O homem hesitou, o suor escorrendo pelo rosto.
— Ele sabia que você estaria aqui. Mandou uma mensagem, disse que isso era apenas o começo. Ele tem algo maior planejado!
Dominic estreitou os olhos, abaixando-se para ficar cara a cara com o prisioneiro.
— Algo maior? O que ele quer?
— Eu não sei! Só sei que... que ele tem um refém. Alguém importante para você. Ele disse que vai usar isso para forçar você a agir no jogo dele.
Dominic sentiu o sangue gelar por um breve momento, mas sua expressão permaneceu inalterada. Ele sabia que Bellucci jogava sujo, mas a menção de um refém o preocupou. Quem seria? E por que seria importante o suficiente para Bellucci arriscar uma retaliação tão grande?
Levantando-se, Dominic ajustou o terno, os olhos cheios de determinação.
— Enzo, leve-o para o depósito e descubra cada detalhe dessa "mensagem". Quero respostas antes do amanhecer.
Enzo acenou e arrastou o prisioneiro para fora, deixando Dominic sozinho no meio do porto.
Com o silêncio se instalando novamente, Dominic pegou o celular.
— Redobre a segurança do meu pai, não deixem ele sozinho.
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Atualizado até capítulo 123
Comments
Maryan Carla Matos Pinto
não é possível que tenha pegado o pai dele
2025-02-12
0
Carla Santos
Se ele não já pegou seu pai
2024-12-22
0