Dominic entrou no seu escritório, o lugar que ele considerava o coração de seu pequeno mundo. Era um espaço amplo, com móveis feitos sob medida, uma mesa de madeira maciça de mogno no centro e estantes repletas de livros e arquivos confidenciais. As cortinas pesadas estavam entreabertas, permitindo que a luz da lua iluminasse parcialmente o ambiente. Ele fechou a porta atrás de si e caminhou até a poltrona de couro preto que ficava posicionada atrás da mesa.
Deixou-se cair na cadeira com um suspiro pesado, esfregando os olhos com os dedos. Sua mente fervia. A traição de Pedro, seu assistente pessoal, ainda ardia como uma ferida aberta. Anos de confiança haviam sido jogados no lixo. E a pior parte? Pedro não era apenas um funcionário; ele era alguém que Dominic confiava o suficiente para permitir que soubesse de detalhes sensíveis de suas operações. Isso tornava a traição ainda mais amarga.
Na mesa, estavam as fotos que ele havia confrontado Pedro mais cedo. Dominic as pegou, estudando cada uma delas com uma atenção meticulosa. Pedro conversando com homens que ele sabia pertencerem à máfia de Giovanni Bellucci. Sorrisos, apertos de mão, até mesmo trocas de envelopes. As provas estavam ali, claras como o dia.
— Maldito — murmurou Dominic, jogando as fotos de volta na mesa. Ele se levantou e caminhou até o bar no canto do escritório, onde pegou uma garrafa de uísque e serviu-se de um generoso gole. A bebida desceu quente e amarga pela garganta, mas não era suficiente para apagar o gosto da traição.
Dominic começou a andar de um lado para o outro no escritório, o copo de uísque na mão. Sua mente estava cheia de perguntas. Como Pedro tinha sido comprado? Quanto ele havia revelado? Bellucci estava mais perto do que Dominic gostaria de admitir, e isso significava que ele precisaria reforçar sua segurança.
Mais importante, ele precisava de pessoas em quem pudesse confiar. Mas, no mundo dele, confiança era tão rara quanto ouro. As palavras de seu pai ecoavam novamente em sua mente: "Não confie em ninguém."
Ele parou em frente a uma janela, olhando para a paisagem escura da cidade portuária. Lá fora, as luzes piscavam como estrelas artificiais, mas Dominic sabia que, nas sombras, inimigos se moviam. Bellucci não estava apenas tentando enfraquecer suas operações; ele estava mirando no império Valente como um todo. E, com Albert à beira da morte, Dominic sabia que era o alvo mais vulnerável.
O celular de Dominic vibrou sobre a mesa, trazendo-o de volta aos seus pensamentos. Ele pegou o aparelho e viu o nome de Enzo, um de seus homens mais leais. Atendeu imediatamente.
— Enzo, diga — falou Dominic, direto ao ponto.
— Senhor Valente, temos um problema. Encontramos evidências de que Pedro estava repassando informações sobre os seus armazéns no porto. Bellucci já sabe sobre o carregamento de amanhã. É quase certo que ele vai tentar algo — relatou Enzo, sua voz grave.
Dominic apertou o copo de uísque com mais força. As mãos quase tremiam, mas ele manteve a voz controlada.
— Certifique-se de que Pedro nunca mais veja a luz do dia. E quanto ao carregamento... envie reforços. Quero homens em cada entrada e saída. Se Bellucci ousar aparecer, vamos mostrar a ele que atacar um Valente é um erro fatal.
— Sim, senhor. Eu cuidarei disso.
— respondeu Enzo, desligando em seguida.
Dominic colocou o celular sobre a mesa e olhou para o copo em sua mão. Ele estava no meio de uma guerra que não escolheu, mas que, inevitavelmente, seria obrigado a vencer. Sentou-se novamente, cruzando os braços enquanto olhava para as fotos de Pedro mais uma vez.
— Confiança é mesmo uma moeda rara...
— murmurou para si mesmo.
Ele sabia que precisava de alguém fora do círculo de sua organização para lidar com as tarefas mais delicadas, alguém que não estivesse envolvido no jogo sujo da máfia.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 123
Comments
nãotenhocriatividadepraisso
A confiança é uma mulher ingrata que te beija e te abraça te rouba e te mata
2025-03-15
0
Carla Santos
Eita porra o negócio está ficando bom
2024-12-22
0
Maryan Carla Matos Pinto
o bicho vai pegar
2025-02-12
0