Depois de chegar, pegou o celular rapidamente e ligou para Camila, no entanto, todas as ligações não foram atendidas.
— Atende atende!
Rafael começou a andar de um lado para o outro no pequeno apartamento, o telefone colado ao ouvido enquanto o sinal de chamada soava mais uma vez, seguido pelo silêncio ensurdecedor da caixa postal.
— Camila, atende! Pelo amor de Deus…
— murmurou, a voz carregada de desespero.
Ele encerrou a ligação e tentou novamente. Nada. Rafael sentiu o suor frio escorrer pela testa, a sensação de impotência tomando conta de seu corpo. Camila nunca deixava de atender suas ligações, principalmente sabendo que ele ficaria preocupado.
— Calma, Rafael... deve ser só um problema no sinal.— tentou dizer a si mesmo, mas as palavras soaram vazias, como uma tentativa fracassada de se acalmar.
Ele se sentou no sofá, os cotovelos apoiados nos joelhos e o celular apertado em suas mãos trêmulas. Na sua mente, a voz de Bellucci ecoava como um fantasma:
“No meu mundo, tudo ao seu redor muda. Inclusive sua segurança e a dela.”
Rafael sentiu o estômago revirar ao lembrar da conversa. Será que Bellucci tinha algo a ver com o silêncio de Camila? Era coincidência demais para ignorar.
— Não... ele disse que não faria nada com ela.
— murmurou para si mesmo, mas a dúvida corroía suas certezas.
Em um impulso, Rafael abriu o aplicativo de mensagens e digitou freneticamente:
— Camila, onde você está? Me responde assim que vir isso.
A mensagem foi enviada, mas sem resposta. A sensação de vazio no peito cresceu. Ele se levantou novamente e começou a vasculhar pela casa, como se o movimento pudesse dissipar a angústia. Foi então que uma ideia o atingiu: ligar para a amiga de Camila que havia ajudado no processo do estágio.
Com dedos trêmulos, Rafael encontrou o contato salvo em sua lista e pressionou para chamar.
— Vamos, atende, atende...
Após alguns segundos eternos, uma voz atendeu do outro lado.
— Alô? Rafa? O que aconteceu? — era Beatriz, a amiga de Camila.
— Bia! É o Rafael. Você falou com a Camila hoje? Ela não está atendendo o telefone, e eu estou preocupado.
Beatriz ficou em silêncio por um momento, e Rafael quase pôde sentir a hesitação dela através da linha.
— Não falei com ela desde ontem à noite. Ela me mandou uma mensagem dizendo que tinha chegado bem ao alojamento do estágio, mas desde então, nada. Ela está bem?
Rafael fechou os olhos por um momento, o coração ainda acelerado.
— Eu não sei, Bia. Não estou conseguindo falar com ela. Se você souber de algo, por favor, me avise.
— Claro, Rafa. Vou tentar entrar em contato com ela também. Talvez seja só o celular descarregado.
— Espero que sim... Obrigado!
Rafael desligou, mas o peso na sua mente não diminuiu. Ele deixou o celular sobre a mesa e passou as mãos pelo rosto, tentando organizar os pensamentos.
— Calma, Rafael... Pode ser só um problema de sinal. Ela está bem. Ela tem que estar bem.
Mas no fundo, uma parte dele sabia que algo estava errado. E, se Camila realmente estivesse em perigo, ele não teria outra escolha senão enfrentar Bellucci.
Depois de muitas ligações, Camila atendeu.
— Oi, irmão! Vi que ligou muitas vezes. Aconteceu algo? Não atendi porque o meu celular descarregou.
O som da voz de Camila foi como um peso gigante sendo tirado dos ombros de Rafael. Ele soltou um suspiro longo, sentindo o alívio percorrer seu corpo, mas a preocupação e o medo ainda o deixaram com a voz mais firme do que pretendia.
— Camila! Pelo amor de Deus, você está bem? Eu te liguei o dia inteiro!
Do outro lado da linha, Camila soava surpresa e um pouco culpada.
— Sim, estou bem. Desculpa, irmão! Fiquei sem Internet desde ontem, e meu celular estava no modo avião para economizar bateria. Aconteceu alguma coisa? Você parece... Estranho.
Rafael passou a mão pelo rosto, tentando acalmar os nervos. Ele se jogou no sofá, ainda segurando o telefone com força.
— Eu... Eu estava preocupado, só isso. Não conseguir falar com você me deixou maluco. Achei que algo ruim tinha acontecido.
Camila riu suavemente, tentando tranquilizá-lo.
— Eu estou bem, Rafa. Tudo está tranquilo aqui no alojamento. Já me instalei, e amanhã começo o estágio. Desculpa por não avisar antes. Não queria te deixar preocupado.
Rafael fechou os olhos, tentando se concentrar na tranquilidade na voz dela. Mas a lembrança da conversa com Bellucci ainda pairava em sua mente como uma sombra.
— Camila, só... Prometa que vai me avisar de tudo, tá? Qualquer coisa estranha, qualquer problema, me liga. Não importa a hora.
Camila pareceu perceber o tom preocupado de Rafael e ficou mais séria.
— Tá bom, Rafa. Eu prometo. Aconteceu algo estranho mais cedo, um homem estava me perseguindo, mas o professor viu e me protegeu.
O coração de Rafael disparou, e o alívio que sentira há segundos evaporou como fumaça. Ele se sentou imediatamente no sofá, os músculos tensos, apertando o telefone com mais força do que pretendia.
— Como assim, Camila? Um homem estava te perseguindo? Quem era ele? — A voz de Rafael saiu mais alta e urgente do que ele queria, mas ele não conseguiu controlar.
Do outro lado da linha, Camila hesitou, claramente tentando minimizar o que aconteceu.
— Calma, Rafa! Eu nem sei direito, pode ter sido só impressão minha. Eu estava voltando do alojamento quando percebi um homem estranho me seguindo. Ele usava um casaco escuro e um boné, então não consegui ver o rosto dele direito. Eu comecei a andar mais rápido, mas ele continuou me seguindo. Foi aí que o professor Marcos me viu e veio falar comigo. Quando o homem percebeu que eu não estava sozinha, ele foi embora.
Rafael ficou em silêncio por um segundo, tentando controlar o pânico que subia pelo peito. Cada palavra dela parecia um alerta.
— E você acha que isso foi só coincidência? — perguntou, a voz grave.
— Não sei, Rafa... Pode ter sido. O professor disse que às vezes isso acontece com pessoas novas aqui. Ele me tranquilizou e ficou comigo até eu chegar ao alojamento. Está tudo bem agora, sério.
Rafael passou a mão pelo rosto, sentindo o peso da situação. Coincidência? Depois da conversa com Bellucci, ele sabia que no mundo em que havia pisado, coincidências eram raras.
— Camila, ouça bem o que eu vou dizer. Não ande sozinha. Sempre que sair, fique com alguém. Pode ser o professor, uma colega, não importa. E, se você ver esse homem de novo, liga para mim imediatamente.
Camila respirou fundo, percebendo a gravidade no tom do irmão.
— Tá bom, Rafa. Eu prometo. Não vou ficar sozinha. Mas você está me assustando. O que está acontecendo?
Rafael hesitou. Ele sabia que não podia contar tudo a ela. Não agora. Camila precisava se concentrar no estágio, e ele não queria que o medo a dominasse.
— Nada, maninha. Só estou preocupado porque você está longe. Sabe como sou. Mas eu estou aqui. Se algo acontecer, me liga.
— Tá bem... Prometo. Mas você também, Rafa. Se precisar de algo, me avisa, tá? Não guarda as coisas só para você.
— Tá bom, eu prometo. Cuida de ti, Camila. Te amo.
— Também te amo, irmão. Fica bem.
Quando a ligação terminou, Rafael ficou sentado no sofá, encarando o vazio. Seus instintos estavam gritando. Alguém havia seguido Camila. Se fosse Bellucci, ele não precisaria agir assim — o homem parecia mais direto.
Ele se levantou e começou a andar pelo apartamento, o coração acelerado.
— Isso não pode ser coincidência. Estão mexendo com a minha família.
Sua mente girava em busca de respostas, mas só havia uma certeza: ele não poderia mais ignorar o que estava acontecendo. Rafael pegou o celular e abriu o número de Bellucci. Ele hesitou por um momento, mas sabia que precisava descobrir a verdade.
— Se for esse o jogo que eles querem, eu vou jogar. Mas eu vou proteger a Camila, custe o que custar.
Bellucci atendeu. — Olá, novamente Rafael! — falou de forma calma.
— Giovanni Bellucci, alguém perseguiu Camila. Foi você, não foi? — falou nervoso. — Não negue, pois não acredito em coincidências. Seja sincero comigo. Fique sabendo que não tenho medo de nada. Você falou que não era uma pessoa de ameaças. Quer que lhe denuncie para a polícia? Deixe ela em paz, ela é apenas uma pessoa que está em busca do seu futuro.
— Calma, Rafael! Para que tudo isso? Aconteceu algo? Não foi eu. Lhe dou a minha palavra.
— Se quer algo, fale logo. Não fique fazendo show. Sabia que é crime ficar perseguindo as pessoas? — depois de dizer, Rafael deslizou a ligação. Estava totalmente furioso.
— Vou denunciar esse filho da puta, esse louco! — rangiu os dentes.
Rafael saiu de casa e pegou um ônibus para ir a caminho de uma delegacia mais próxima. Durante, recebeu a ligação de Bellucci, Rafael arrastou o dedo ignorando. Na quarta ligação dele, decidiu atender.
— O que foi? Fale logo, não quero perder o meu tempo. — revirou os olhos.
— Descobrir quem perseguiu a sua irmã.
— Você acha que sou idiota?
— Se não acredita, atenda essa ligação de vídeo de um dos meus homens.
Poucos segundos depois, apareceu uma ligação de vídeo, logo depois de apertar o botão para permitir, teve a imagem de um homem ensanguentado.
— Que porra é essa? — colocou a mão na boca surpreso. Não acreditava no que estava vendo diante dos seus olhos. Depois começaram aparecer as filmagens de seguranças confirmando que era o tal homem que tinha aparecido antes.
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Atualizado até capítulo 123
Comments
Da Silva Lopes Clinger
ufa bb calma o Bellucci está apaixonado por vc criança
2025-02-17
1
Maryan Carla Matos Pinto
eita
2025-02-12
0