∆ Capítulo 19 ∆ A Briga dos Irmãos

Evelina desceu as escadas com Alys a contragosto, segurando firme em seu braço. Assim que Eadric avistou Alys, seu sorriso torto se alargou, denunciando sua embriaguez e desejo.

— É mesmo você que eu quero esta noite — disse ele, com a voz arrastada e os olhos famintos.

Alys abaixou a cabeça, tentando evitar o olhar penetrante do príncipe.

— Alys, não a reconheço! — exclamou Evelina, com um tom quase zombeteiro. — Por que está com essa cara de boba? Cadê a mulher irresistível que atrai olhares por onde passa?

Alys suspirou, sua voz baixa e carregada de cansaço:

— Talvez eu esteja cansada da vida que levo, Evelina.

Evelina soltou uma risada seca, estreitando os olhos:

— Essa vida que leva é a que faz você sobreviver, querida. Se não fosse por mim, estaria mendigando nas ruas. Agora, seja grata e cumpra seu papel.

Eadric, sem se importar com a conversa, aproximou-se cambaleando. Sua mão áspera tocou o rosto de Alys, e ele respirou fundo perto de sua pele.

— Que pele cheirosa — murmurou, com um tom que fez Alys estremecer de repúdio.

Ela fechou os olhos por um instante, tentando se desligar do momento.

— Venha, minha querida — disse Eadric, segurando sua mão com firmeza.

Sem dar espaço para recusas, ele começou a puxá-la em direção às escadas que levavam aos quartos. Evelina observava com um sorriso satisfeito, os olhos brilhando pela promessa das moedas que receberia.

Alys o acompanhava relutantemente, a mente fervilhando em busca de uma saída. Cada passo parecia um peso maior em seus ombros, mas ela sabia que, para sobreviver, precisaria encontrar forças ou, talvez, uma oportunidade para mudar seu destino.

Aqui está o capítulo reescrito com base no que você mandou:

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A escuridão da noite era cortada pelo som dos cascos dos cavalos enquanto Henry e Hebert cavalgavam em direção ao bordel. Henry parecia tomado por uma urgência incontrolável.

– Meu senhor, novamente indo até esse lugar? – questionou Hebert, preocupado.

Henry respondeu sem hesitar:

– Irei quantas vezes for necessário até encontrar uma forma de tirar Alys dali.

Hebert suspirou, mas insistiu:

– O que a impede de partir?

– Ela tem medo. Evelina a controla, ameaçando-a. Ela sabe que Alys é a que mais traz dinheiro para o bordel. – Henry fez uma pausa, os olhos fixos no caminho à frente. – Mas não permitirei que continue vivendo assim.

– Meu príncipe – disse Hebert com um tom cauteloso –, já pensou que essa mulher pode lhe trazer problemas?

– De que está falando? – perguntou Henry, virando-se para ele com um olhar sério.

– Ela vive rodeada de muitos homens. Não sabemos até onde ela pode ir para se proteger ou sobreviver.

Henry ergueu a voz, visivelmente irritado:

– Não fale bobagens, Hebert! Apenas me acompanhe.

Quando chegaram ao bordel, os murmúrios começaram como de costume. Os olhares curiosos acompanharam Henry enquanto ele caminhava com passos firmes até Evelina, que o recebeu com um sorriso interesseiro.

– Boa noite, meu senhor, meu príncipe – disse Evelina, inclinando-se em reverência.

Henry não perdeu tempo com cortesias.

– Onde está Alys? Não a vejo por aqui.

Evelina ergueu as sobrancelhas, surpresa com o tom dele, mas manteve o sorriso.

– Me perdoe, meu senhor, mas ela já está acompanhada.

Henry franziu o cenho.

– Como assim? Você sabe que venho todas as noites para vê-la.

Evelina deu de ombros, divertindo-se com a situação.

– Me desculpe, meu príncipe, mas esta noite chegou alguém muito mais poderoso do que você e me ofereceu muito mais moedas.

Henry olhou para Hebert, a fúria crescendo dentro de si, e voltou sua atenção para Evelina.

– Quem?

Evelina não hesitou.

– Seu irmão, Eadric. Está lá em cima com Alys. Ele veio ansiando por ela.

O rosto de Henry endureceu. Sem dizer mais nada, subiu apressado as escadas.

– Meu senhor! – Hebert tentou chamá-lo, mas Evelina colocou uma mão em seu ombro e disse com um sorriso sarcástico:

– Deixe-o. Não é sábio se meter em brigas entre irmãos, soldado. Geralmente, sobra para os servos.

No andar superior, Henry parou em frente à porta do quarto. Ele ouviu risadas abafadas e a voz embriagada de Eadric lá dentro. Seu coração batia descompassado, um misto de raiva e desespero. Sem pensar duas vezes, abriu a porta com força.

Eadric estava sentado na cama, ainda com uma taça de vinho na mão, enquanto Alys estava em pé, afastada, com os olhos fixos no chão. Ela ergueu o olhar ao ouvir o barulho da porta e arregalou os olhos ao ver Henry.

Henry empurrou a porta do quarto com força, fazendo-a bater contra a parede. Eadric, que estava com um copo de vinho na mão, se assustou com a entrada brusca, mas logo esboçou um sorriso cínico.

– O que faz aqui, Henry? – perguntou Eadric, com um tom desafiador.

Henry deu alguns passos à frente, seus olhos brilhando de raiva.

– Não ouse tocar em Alys.

Eadric soltou uma risada debochada e se levantou, ainda cambaleante.

– E o que você tem a ver com isso? É minha decisão tocar ou não na prostituta.

– Ela não é uma prostituta! – gritou Henry, sua voz reverberando pelas paredes do quarto.

Eadric gargalhou novamente, agora mais alto.

– Ela está em um bordel. E eu estou no quarto com ela agora. O que acha que isso significa?

Henry apertou os punhos, sua paciência no limite.

– Saia do quarto agora, Eadric.

– Não sairei. E você deveria sair – respondeu Eadric, apontando para a porta com arrogância.

A tensão era sufocante. Henry puxou sua espada, apontando diretamente para o irmão, o olhar carregado de determinação.

– Eu disse para não tocá-la.

Alys, que estava ao fundo com lágrimas nos olhos, deu um passo à frente.

– Por favor, Henry, não faça isso – pediu ela, sua voz embargada de medo.

– Eu prometi que iria lhe proteger – respondeu Henry sem tirar os olhos de Eadric.

Eadric inclinou a cabeça e sorriu de forma provocadora.

– Você se apaixonou pela vadia, não é isso? – disse ele com desprezo. – Quão nobre de sua parte, irmão.

Henry apertou a lâmina contra o queixo de Eadric, que apenas gargalhou.

– Não a toque – repetiu Henry com a voz baixa e ameaçadora.

Eadric deu um passo para trás, mas seu sorriso não desapareceu.

– Eu a toco quando quiser.

Ele puxou sua espada, e em um movimento rápido, o som de aço contra aço ecoou pelo quarto. A luta havia começado.

Henry e Eadric cruzaram espadas com força, movendo-se pelo quarto em um duelo feroz. Alys gritou, recuando para o canto do cômodo enquanto os dois irmãos trocavam golpes.

Os passos e os movimentos intensos levaram a luta para fora do quarto. Eles desceram as escadas do bordel enquanto suas espadas cintilavam à luz das velas. A confusão atraiu a atenção de todos os presentes, que se reuniram para assistir à cena.

Evelina, ao lado de Hebert, arregalou os olhos.

– Meu Deus! Eles vão destruir meu estabelecimento!

Hebert, paralisado, sussurrou:

– Jesus Cristo! O que estão fazendo?

Os dois irmãos continuavam a lutar.

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