Henry ficou imóvel por um momento, observando Alys se aproximar com seu andar elegante e confiante. Seus olhos fixaram-se nos dela, grandes e intensos, enquanto o batom vermelho em seus lábios parecia provocar algo dentro dele que ele não compreendia. Havia uma mistura de delicadeza e força naquela mulher que o deixava intrigado.
Dona Evelina, percebendo a hesitação de Henry, soltou uma risada alta que ecoou pelo salão.
— Suba, rapaz, e veja o que ela tem a ensinar! Vai te fazer bem!
Henry, sentindo o peso das palavras, balançou a cabeça e respondeu com firmeza:
— Isso é muito impuro para mim.
Evelina e Eadric soltaram gargalhadas que pareceram zombar dele. Henry sentiu o rosto esquentar, mas permaneceu firme. Alys, por sua vez, não parecia incomodada. Seus olhos estavam misteriosos, como se já soubesse o que iria acontecer.
— Vem, rapaz, — disse Alys com uma voz suave, mas firme, estendendo a mão para ele.
Henry deu um passo para trás e balançou a cabeça novamente.
— Desculpe, mas eu não quero subir.
Eadric, impaciente e irritado com a recusa do irmão, exclamou com dureza:
— Pare de bobagens, Henry! Parece uma marica!
As risadas dos homens ao redor preencheram o ambiente. Henry abaixou a cabeça, sentindo-se humilhado e fora de lugar. Ele fechou os olhos por um momento, tentando conter a onda de vergonha que o tomava. A sensação de ser ridicularizado pelo próprio irmão pesava em seu peito.
Quando abriu os olhos, Alys ainda estava ali, com a mão estendida e o olhar fixo nele. Não havia zombaria em seu rosto, apenas paciência e algo que ele não conseguia decifrar. Ela falou novamente, com um tom calmo:
— Vem.
Henry respirou fundo, tentando buscar coragem em meio ao turbilhão de emoções que sentia. Com passos lentos e hesitantes, ele segurou a mão dela, sentindo a suavidade de sua pele contra a sua. Os dois começaram a subir as escadas, deixando para trás o burburinho de risadas e olhares que o julgavam.
Enquanto subiam, Henry não conseguiu evitar que sua mente se enchesse de perguntas. Quem era aquela mulher? Por que ela o atraía de uma maneira que ele nunca havia sentido antes? E, acima de tudo, o que ele estava fazendo ali, deixando-se levar para um mundo que era completamente estranho para ele?
Ao entrarem no quarto pequeno e iluminado por velas, Henry sentiu-se deslocado. Ele olhou ao redor, observando os móveis gastos e a cama desarrumada. Seu coração batia rápido, tanto pela novidade quanto pela vergonha que sentia por estar ali.
Alys, por outro lado, manteve a calma. Fechou a porta devagar e virou-se para ele com um olhar penetrante, que parecia enxergar além de sua timidez. Sem dizer uma palavra, ela deslizou a parte de cima de seu vestido, deixando seus seios à mostra. A ousadia do ato fez o ar no ambiente parecer ainda mais pesado.
— É isso que quer? — perguntou ela, a voz carregada de provocação.
Henry sentiu o rosto queimar e o coração disparar. Algo dentro dele gritava para olhar para outro lado, mas seus olhos estavam fixos. A mistura de fascínio e desconforto o deixou paralisado por um momento.
— Mas o que está fazendo? — disse ele, gaguejando.
Alys, sem se abalar, deu um passo à frente, cruzando os braços suavemente, como se para exibir-se melhor.
— Pode os tocar à vontade. Sou toda sua.
Henry respirou fundo, desviando o olhar com dificuldade. Ele sabia que deveria falar algo, mas as palavras pareciam fugir de sua boca.
— Mas... nós acabamos de nos conhecer, — disse, sua voz mais baixa.
Alys soltou uma risada seca e subiu o vestido novamente, cobrindo-se.
— Eu sou uma prostituta, você entendeu? — ela disse, com um tom que misturava ironia e cansaço. — Pelo visto, você nunca viu uma mulher.
Henry arregalou os olhos, sentindo-se ainda mais desconcertado.
— Desculpe, eu não gosto de tratar as mulheres assim, — respondeu, sincero.
Ela cruzou os braços e soltou uma gargalhada alta, mas dessa vez não havia diversão nela.
— Vocês homens sempre dizem isso, mas no fim, todos gostam de usar as mulheres.
Henry ergueu o olhar, sua expressão séria.
— Eu penso diferente. A mulher não foi feita apenas para ser usada, mas para ser amada.
Essas palavras fizeram Alys pausar por um instante. Algo na sinceridade dele a desconcertou.
Alys sentou-se na beira da cama, observando Henry com um misto de curiosidade e incredulidade. Não conseguia entender aquele homem que parecia tão fora de lugar no bordel, tão distante do tipo de homens que costumava conhecer.
— Por que você é diferente? — perguntou, sua voz saindo mais suave do que esperava.
Henry deu um leve sorriso e caminhou até ela. Ele parou à sua frente, olhando-a com gentileza e admiração.
— Sua pele parece uma flor do campo ao amanhecer, delicada e macia. Seus lábios têm o tom e a doçura de morangos maduros. E seus olhos... são como um verde campo banhado pelo sol.
Enquanto dizia essas palavras, ele estendeu a mão e tocou suavemente o rosto dela, seus dedos quase não fazendo pressão. O toque era tão diferente do que Alys estava acostumada — sem pressa, sem posse.
De repente, Alys sentiu os olhos marejarem, e antes que pudesse controlar, as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. Ela virou o rosto para longe, mas não conseguiu esconder sua emoção.
— Por que está chorando? — perguntou Henry, sua voz carregada de preocupação.
Alys respirou fundo, tentando conter o choro, mas acabou olhando para ele com os olhos brilhando de lágrimas.
— Ninguém nunca me descreveu com tanto amor assim, — respondeu, a voz embargada.
As palavras dela pairaram no ar como uma confissão, e Henry percebeu que, naquele momento, havia tocado algo dentro dela que ninguém mais tinha alcançado. Alys enxugou as lágrimas com pressa, tentando recompor-se, mas havia algo novo em seu olhar — uma mistura de vulnerabilidade e admiração por aquele homem tão distinto de todos que conhecera.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Denize Melo
estou encantada com o início da história a escrita é perfeita com palavras limpas sem um erro que narrativa, estou amando espero que seja assim até o final
2025-02-19
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Claudia
Alýs ele é um tesouro escondido♾🧿
2024-12-18
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