Eadric, com o olhar frio e uma expressão dura, arrastava Amábel pelos corredores do castelo. Ela tentava resistir, mas a força dele era superior. Os servos ao redor fingiam estar ocupados, inclinando a cabeça em reverência enquanto o príncipe passava com sua fúria evidente.
Chegando ao quarto, Eadric empurrou a porta e jogou Amábel lá dentro.
– Ficará aqui até que eu diga o contrário! – gritou, com os olhos brilhando de raiva.
Amábel tentou conter as lágrimas, mas a dor em seu braço e o peso das palavras dele a fizeram desabar.
– Você não pode me tratar assim! – ela disse, levantando-se com dificuldade. – Eu sou sua esposa, não sua prisioneira!
Eadric se virou para ela, com um sorriso sarcástico no rosto.
– Minha esposa? Você é apenas um elo neste jogo de poder, Amábel. E não esqueça disso.
Ele saiu do quarto, batendo a porta com força. Amábel correu até a janela e viu Eadric retornar ao campo de treinamento como se nada tivesse acontecido.
Do lado de fora, Henry notou o movimento. Ele viu o irmão sair apressado e olhou para a janela onde Amábel estava. Ao perceber que ela estava chorando, sua expressão se tornou séria.
– O que houve, senhor? – perguntou Hebert.
– Meu irmão é um tirano, Hebert – respondeu Henry, sem tirar os olhos de Amábel. – Algo precisa ser feito, mas não sei até onde posso intervir sem causar problemas para todos.
Hebert colocou a mão no ombro do príncipe.
– Tenha cuidado, senhor. Qualquer ação precipitada pode piorar as coisas.
Henry apenas assentiu, mas, no fundo, sabia que não conseguiria ficar de braços cruzados enquanto Amábel sofria.
A noite havia caído e o céu estava envolto por uma escuridão profunda, interrompida apenas pela luz fraca das lanternas de rua. Henry caminhava pelos becos escuros de Laron, acompanhado de Hebert. Seus passos ecoavam nas paredes estreitas, enquanto o barulho do bordel começava a se tornar mais audível à medida que se aproximavam. Risadas altas, músicas e o som inconfundível de taças se chocando preenchiam o ar.
Hebert, com uma expressão séria e tensa, olhou para Henry e disse, quase murmurando:
— Só estou lhe acompanhando porque sou seu servo, meu príncipe. Não sou fã deste tipo de lugar.
Henry sorriu de forma enigmática, não se deixando abalar pelo comentário.
— Fique quieto, Hebert. Está me acompanhando porque, no fundo, é meu amigo. E isso vale mais do que qualquer formalidade.
Hebert resmungou baixinho, mas não retrucou. Eles continuaram seu caminho, as sombras da noite cobrindo-os até que chegaram à porta do bordel. O ar estava pesado, carregado com os odores de bebida, perfume doce e a atmosfera densa de lugares como aquele. A porta rangeu ao ser aberta, e os sons de risadas e conversas desordenadas invadiram seus ouvidos.
No interior, o cenário era como sempre: homens rindo, bebendo e fazendo piadas grosseiras enquanto as mulheres se moviam de um lado para o outro, cumprindo suas tarefas. Alys estava ao fundo, servindo bebidas aos clientes, seu olhar atento, mas ao mesmo tempo, cansado.
Quando ela se virou e viu Henry ali, seu coração deu um salto. Seus olhos se arregalaram, e a surpresa estampou seu rosto.
— Você aqui? — Alys disse, sem conseguir esconder a surpresa na voz.
Henry deu um passo à frente, mantendo os olhos fixos nela. Seu sorriso, embora discreto, foi suficiente para causar um calor inesperado em Alys.
— Precisava te ver novamente — respondeu Henry, com uma sinceridade que contrastava com o ambiente ao redor.
Alys olhou rapidamente para os lados, com um olhar nervoso. Ela sabia que aquele não era um lugar adequado para ele, nem para ninguém de sua posição.
— Esse lugar não é pra você — disse Alys, tentando esconder a preocupação em sua voz.
Henry, porém, não parecia abalado. Sua expressão era tranquila, quase confiante.
— Eu senti sua falta, Alys. Precisava te ver.
Antes que ela pudesse responder, um dos homens bêbados, com o rosto vermelho e as mãos trêmulas, gritou de forma rude.
— Cadê minha bebida? Você vai ficar aí conversando ou vai me servir logo?
Alys, sem opção, se virou rapidamente e foi até o homem, entregando-lhe a bebida com um sorriso forçado, tentando não se deixar afetar pelas palavras rudes. O homem olhou para ela com desdém e soltou uma risada baixa.
— O que você é hoje, garota? Garçonete? Ou meretriz? Ou faz tudo por aqui? — ele disse, com uma gargalhada alta que ecoou pela sala.
Os outros homens próximos também riram, deixando Alys desconfortável. Ela não teve escolha senão voltar a Henry, tentando manter a compostura.
— Me desculpe, meu senhor, mas... — ela começou, hesitando. — Esse lugar não é como você imagina.
Henry observou-a com atenção, seus olhos suavizando ao ver a dor em seu rosto. Ele sabia que ela estava presa naquele ambiente, mas não podia fazer nada ali e agora. No entanto, uma parte dele queria salvar Alys desse lugar, desse destino.
— Eu não vim aqui para julgá-la, Alys — disse ele, com uma suavidade rara em sua voz. — Eu só queria ver você.
Alys não respondeu de imediato, sentindo um misto de confusão e impotência. Ela queria dizer tantas coisas, mas algo em seu coração dizia que não poderia continuar naquela conversa.
— Eu... Eu não posso continuar com isso aqui — disse Alys, de forma quase inaudível, enquanto os risos e os sons ao redor aumentavam. Ela sabia que as palavras estavam se tornando difíceis de engolir.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Claudia
🤔🤔🤔🧿♾
2024-12-19
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