∆ Capítulo 10 ∆ Consumação do Casamento

Amabel foi trazida pelos soldados até o castelo, suas lágrimas escorrendo sem controle enquanto o medo dominava seu corpo. Pelos fundos, ela foi levada diretamente ao encontro de Eadric, que a aguardava de pé, com uma expressão severa e triunfante.

— Achou que fugiria de mim assim tão facilmente? — disse ele com frieza, segurando seu braço com firmeza. — Você precisa aprender, Amabel, que ninguém me desobedece.

Sem dar chance para que ela respondesse, ele a puxou pelo corredor, ignorando os olhares curiosos de alguns servos, até chegarem ao quarto. Com um empurrão leve, ele a fez entrar no ambiente.

— Não esquecerei o que você fez, — continuou ele, com um sorriso sombrio nos lábios. — Mas, devo admitir, ainda estou fascinado por você.

Aproximando-se, Eadric ergueu a mão e acariciou o rosto de Amabel, um gesto que parecia contradizer sua atitude dura.

— Agora vá se trocar. — Sua voz tornou-se fria novamente ao observar as roupas rasgadas de Amabel. — Não quero você desse jeito em minha cama.

Amabel, impotente e desolada, deixou que as lágrimas caíssem silenciosamente. Com passos hesitantes, ela foi até o lavatório, onde lavou seu corpo marcado pela fuga. Ao vestir uma nova roupa, sentiu o peso de sua realidade sufocando cada fibra de sua alma.

Ao voltar para o quarto, encontrou Eadric a esperando com o olhar intenso. Naquela noite, com o coração despedaçado e os sonhos destruídos, Amabel teve que se entregar ao destino cruel que lhe foi imposto.

Eadric aproximou-se de Amabel com impetuosidade, ignorando completamente sua expressão de fragilidade. Amabel fechou os olhos, resignada, enquanto sentia o peso daquela situação esmagar o que restava de sua força. Em sua mente, apenas uma única frase ecoava: "Esse será o meu destino."

O toque de Eadric parecia mais um fardo do que um gesto de carinho, e Amabel sentiu não apenas seu corpo, mas também sua alma ser tomada por ele. Lágrimas silenciosas escorriam de seus olhos fechados, e ela se refugiava em pensamentos distantes, buscando um canto de sua mente onde pudesse se esconder daquela realidade cruel.

A cada instante que passava, o vazio dentro dela aumentava, como se ele estivesse consumindo não apenas sua dignidade, mas também sua essência. Amabel sabia que, a partir daquele momento, sua vida não seria mais a mesma — ela seria marcada por aquela noite, um fardo que carregaria para sempre em seu coração.

Eadric, com um semblante de orgulho, entregou o lençol manchado a uma das servas, que prontamente o levou para ser exibido como prova da consumação do casamento. O lençol foi pendurado no grande salão, um ato que gerou aplausos e palavras de celebração entre os convidados da nobreza, ignorando completamente a humilhação de Amabel.

Eadric, satisfeito, desceu as escadas e foi recebido com entusiasmo pelos convidados, que o ovacionaram como se ele tivesse conquistado uma grande vitória. A música retornou, as taças foram erguidas, e o banquete prosseguiu em clima de euforia.

Enquanto isso, Amabel permanecia no quarto, ainda sentindo o peso do que havia ocorrido. Lágrimas silenciosas deslizavam por seu rosto enquanto ela olhava para o nada, perdida em pensamentos sobre um futuro que parecia sombrio e sem saída.

A porta do quarto se abriu e a rainha Edith entrou, acompanhada de duas servas. Com uma voz firme, mas sem qualquer traço de compaixão, disse:

– Levante-se, Amabel. Vista-se e volte para a festa. A celebração será até o amanhecer, e a nova princesa deve estar presente.

Amabel, com os olhos inchados e o coração pesado, sabia que não tinha escolha. Levantou-se lentamente, permitindo que as servas a ajudassem a trocar de roupa. Cada camada de tecido parecia uma prisão, selando ainda mais seu destino.

Pouco depois, vestida e com o rosto maquiado para esconder as marcas de sua dor, Amabel desceu ao salão. Sua presença foi notada, mas ninguém parecia enxergar além da aparência cuidadosamente montada. Apenas Henry, de um canto do salão, percebeu o vazio em seu olhar e sentiu seu peito apertar de angústia.

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