Os primeiros raios do sol atravessavam as cortinas gastas do pequeno quarto, iluminando suavemente o rosto de Henry. Ele abriu os olhos e, ao perceber a cabeça de Alys repousando em seu braço, sorriu com ternura. Inclinou-se para ela e depositou um beijo suave em sua testa.
Alys despertou lentamente, seus olhos encontrando os dele. Um sorriso sincero iluminou seu rosto.
— Foi a melhor noite da minha vida — disse ela, sua voz baixa e cheia de emoção.
Henry riu suavemente, passando os dedos pelo cabelo dela.
— E para mim, que foi a primeira vez... foi inesquecível.
Alys sorriu, brincando com os dedos no peito dele.
— Íamos apenas conversar.
Henry riu, segurando a mão dela.
— Não estava resistindo a tanta beleza sua — respondeu, olhando-a com admiração.
Pouco depois, os dois desceram as escadas do bordel juntos. Os murmúrios começaram imediatamente, mas Henry parecia não dar importância. Ele parou ao perceber Wulfric sentado em um canto, ainda envolto em seu manto escuro, encarando Alys com um olhar enigmático.
Henry franziu a testa e se inclinou para Alys.
— O que este homem lhe encara tanto? — perguntou, a desconfiança evidente em sua voz.
Alys lançou um olhar discreto a Wulfric antes de responder:
— Eu realmente não sei. Mas sinto que ele sabe muitas coisas.
Os olhos de Henry estreitaram-se, mas ele não disse mais nada. Virou-se para Alys e segurou suas mãos.
— Amanhã retornarei — prometeu ele, ignorando os olhares ao redor.
Alys o olhou preocupada.
— Todos vão comentar...
Henry ergueu o queixo com determinação.
— Não me importo. Não quero que mais nenhum desses velhos imundos a toque.
Alys baixou o olhar, temerosa.
— Sinto que isso é perigoso.
Henry levantou o rosto dela com delicadeza, seus olhos cheios de convicção.
— Confie em mim. Comigo, você estará protegida.
Ele a beijou pela última vez antes de se virar e partir, deixando Alys com o coração dividido entre a esperança e o medo do que estava por vir. Wulfric, observando de longe, esboçou um sorriso discreto, como se soubesse exatamente onde tudo aquilo iria levar.
O sol ainda não havia se erguido completamente no horizonte quando Henry e Hebert saíram do bordel. Do lado de fora, Hebert estava recostado contra a parede, com os olhos fechados, tentando aproveitar um breve descanso. A visão de Henry, montado em seu cavalo, fez com que ele acordasse de imediato.
— Ainda por aqui? — Henry perguntou, com um sorriso cansado, mas satisfeito.
Hebert levantou a cabeça, um pouco surpreso, mas logo se recompôs.
— Não poderia deixá-lo sozinho, especialmente em um lugar desses — respondeu, ajustando a capa.
Henry suspirou e ajeitou o pescoço, a tensão da noite ainda em seus ombros, mas havia um brilho nos olhos que Hebert não poderia ignorar.
— Meu amigo... tive uma noite encantadora com Alys.
Hebert ergueu as sobrancelhas, tentando esconder o desconforto que surgia.
— Não ficaram conversando como na outra vez? — ele perguntou, a voz carregada de um tom cético.
Henry deu uma risada baixa, sentindo o calor nas bochechas.
— Confesso que não resisti — disse, subindo no cavalo e segurando as rédeas com firmeza.
Hebert observou o príncipe, mais preocupado do que gostaria de admitir. Ele nunca imaginara que seu amigo se envolveria de tal maneira com alguém do bordel.
— Acho que não ficaria satisfeito em me apaixonar por uma meretriz e saber que tem outro homem a tocando — Hebert disse, sem tirar os olhos de Henry.
Henry olhou para ele com um olhar mais intenso, algo de resoluto em sua expressão.
— Você precisa se apaixonar, Hebert... é algo inexplicável. Não quero mais que nenhum homem a toque. Eu vou tirar Alys desse bordel.
As palavras de Henry fizeram o vento parecer mais frio, e por um momento, Hebert ficou em silêncio. Ele conhecia bem os impulsos do príncipe, sabia o quão apaixonado ele era em tudo o que fazia. Mas a decisão de tirar Alys daquele lugar não seria simples. O bordel estava rodeado de perigos e aliados que não seriam facilmente contornados.
— Isso não será fácil, Henry — Hebert disse, com uma expressão séria.
Henry olhou para frente, a determinação transparecendo em cada movimento que fazia com seu cavalo.
— Não me importo com a facilidade. Ela merece mais do que essa vida. E eu vou garantir isso para ela.
Enquanto os dois cavalgavam pelo campo, o destino de Alys parecia mais entrelaçado com os do príncipe do que nunca. A jornada deles seria cheia de desafios, e Hebert sabia que mais obstáculos surgiriam, mas ele não podia deixar de se perguntar até onde Henry estava disposto a ir para proteger o que sentia.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Claudia
Ele quer tirar-lá do bordel ok
Agora é o misterioso quem é ele????
🤔🤔🤔🤔🤔🤔♾🧿
2024-12-23
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