Eadric aproximou-se lentamente de Amabel, começando a beijar seus braços com um toque que, para ele, era cheio de desejo, mas que para ela era repulsivo.
— Cheirosa e formosa... como sempre achei que seria — murmurou, com um sorriso presunçoso.
Amabel, com o coração disparado de medo, recuou o quanto pôde.
— Por favor, deixe-me ao menos ajustar minha roupa antes — disse, com a voz trêmula.
Eadric sorriu de forma sarcástica.
— Ajustar? Não se preocupe, vou tirá-la agora mesmo.
Desesperada, Amabel tentou ganhar tempo.
— Deixe-me pegar algo rápido. Prometo que serei rápida.
Eadric, irritado, gritou:
— Espero que não esteja me fazendo de bobo, Amabel!
— Obrigada, meu senhor — disse ela, tentando esconder o pavor na voz, antes de sair apressada do quarto.
Amabel correu até uma janela do corredor e parou, encarando a altura com desespero. A lua iluminava suavemente a paisagem lá fora, mas tudo o que ela via era um abismo. Lá embaixo, os sons do banquete ainda ecoavam, como uma cruel lembrança do que acabara de vivenciar.
Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela sussurrou para si mesma:
— Aqui termina tudo... meus sonhos, minha vida.
Sem pensar duas vezes, começou a descer pela lateral do castelo, agarrando-se ao que podia. Sua camisola rasgou em vários pontos enquanto ela lutava para não cair. Entre soluços e o som distante da música, Amabel finalmente alcançou o chão e saiu correndo pelo jardim escuro.
Eadric, percebendo que Amabel estava demorando, gritou irritado:
— Amabel! Onde você está?
Sem resposta, ele começou a procurar por todo o quarto. Não a encontrando, foi até a janela e avistou, ao longe, uma figura correndo descalça pela noite.
— Está maluca! — gritou, furioso.
Rápido, começou a vestir suas roupas, o rosto vermelho de raiva, e saiu do quarto apressado.
Enquanto Eadric descia as escadas aos berros, ordenando que os guardas fossem atrás de sua esposa, Amabel corria o mais rápido que podia. Suas pernas tremiam, seus pés estavam feridos, mas nada disso importava. Ela precisava fugir, precisava encontrar um lugar onde pudesse finalmente ser livre.
Amabel corria pela noite, os pensamentos borbulhando em sua mente.
— Eu preciso fugir dele... eu preciso — repetia para si mesma, suas palavras carregadas de desespero. O medo a impulsionava a continuar, mesmo quando suas forças começavam a falhar.
Dentro do castelo, a festa seguia, mas quando Eadric retornou, o ambiente ficou tenso. Sua presença causou um silêncio súbito, e todos os olhares se voltaram para ele, intrigados. Sem paciência, ele vociferou:
— O que estão me olhando? Continuem com a música!
Os músicos, visivelmente assustados, voltaram a tocar, mas o clima de desconforto pairava no ar.
Eadric não se importava com isso. Seu rosto estava vermelho de raiva, e ele caminhou até Asher, que conversava com alguns convidados.
— Sua filha fugiu — disse Eadric, com uma frieza cortante.
Asher olhou para ele, incrédulo.
— O que está dizendo?
Eadric, sem paciência para explicações, apenas repetiu, mais firme:
— Amabel pulou a janela e fugiu de mim.
O choque tomou conta de Asher, que foi até sua esposa, visivelmente preocupado.
— Amabel fugiu.
A esposa de Asher, ainda sem entender, perguntou com a voz trêmula:
— Mas... o que faremos?
Eadric, impaciente e furioso, disse com frieza:
— Já mandei meus soldados atrás dela. Eles vão encontrá-la.
Amabel corria sem destino pela mata, seus pés doíam a cada passo, mas a urgência a impelia a continuar. A angústia de saber que Eadric estava atrás dela, furioso, a fazia quase perder a razão. Ela olhava para trás, esperando ver os soldados, e seu corpo tremia de medo.
De repente, um soldado surgiu à sua frente. Ele vinha cavalgando, sua expressão, de início, de alerta, logo se transformou em uma tentativa de calma.
— Devagar, senhora, venha comigo, será melhor para você. — Ele disse com suavidade, tentando alcançar sua confiança.
Amabel, ofegante e com os olhos cheios de lágrimas, se aproximou dele, com um lampejo de esperança.
— Me ajude a fugir, por favor! Eles vão me matar! — implorou, sua voz quase inaudível de tanto medo.
O soldado, hesitante, olhou para ela, mas sabia que sua missão era outra. A lealdade ao castelo e aos seus superiores era mais forte, mas a compaixão por aquela jovem indefesa o fez hesitar.
— Eu não posso fazer isso, senhora, — respondeu ele, com um olhar cheio de remorso. — Estou sendo observado. Não posso ir contra as ordens.
Ela, desesperada, tentou se soltar, mas ele a alcançou e, com firmeza, a puxou para si, colocando-a à frente dele no cavalo.
— Desculpe, senhora, mas eu não posso deixá-la fugir. Não há outro caminho. — Sua voz estava pesarosa, mas a decisão estava tomada. Com o coração pesado, o soldado galopou de volta.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Socorro Maria
ela tinha que te conseguido fugir coitada tomara que o soldado se arrependa e ajude ele escapar
2024-12-28
1
Claudia
Amabel se fosse mais espertinha tinha colocado algo na bebida teria dormindo tranquila kkkk mais entendemos o seu desespero agora terá o seu castigo😥😥😥😥🧿♾
2024-12-19
2