Daniel estava em um estado de alerta constante, como se algo iminente estivesse prestes a acontecer. Cada sensação, cada pensamento, parecia mais pesado e carregado de significado. O que antes parecia ser uma busca desesperada por respostas agora tinha uma urgência quase palpável. Ele sentia que estava à beira de descobrir a verdade, e ao mesmo tempo, com o medo de que essa verdade fosse maior do que ele seria capaz de suportar.
Após a última visão no espelho, ele sabia que não poderia mais ignorar os sinais. Algo estava se conectando, algo que ele já deveria ter percebido, mas que a confusão e as alucinações haviam obscurecido até agora. Mas a presença de Ethan estava mais forte do que nunca, como se ele fosse a única luz em um túnel escuro.
Daniel olhou para o espelho novamente, com a sensação de que algo estava prestes a ser revelado. A memória de sua mãe, o livro que ela tentava esconder, tudo isso estava em seu campo de visão, mas ainda não fazia sentido. O reflexo dele parecia distorcido, como se a realidade estivesse em frangalhos. Ele podia ver Ethan ao fundo, observando-o, mas o olhar de Ethan era diferente dessa vez. Não havia mais aquela expressão de quem sabia mais, mas uma expressão de quem estava esperando que Daniel finalmente descobrisse por si mesmo.
Com o coração acelerado, Daniel começou a andar pelo corredor, sentindo o peso da casa sobre seus ombros. Cada passo parecia mais pesado, como se as paredes da casa estivessem se fechando ao redor dele. Ele entrou no escritório de sua mãe, o lugar onde a maioria das respostas, ele acreditava, estavam escondidas. O cheiro de papel antigo e poeira estava no ar, e a luz fraca que entrava pelas janelas empoeiradas parecia dar ao ambiente uma atmosfera fantasmagórica.
O escritório estava exatamente como ele lembrava, mas agora parecia diferente. O silêncio era opressor. O que Daniel não esperava era ver algo novo na mesa, algo que não havia notado antes. Um caderno. Ele não sabia de onde vinha, mas era claro que não estava ali antes. A capa era preta, sem nenhum título, apenas uma textura que parecia ter sido desgastada pelo tempo. Daniel sentiu uma repulsa e uma atração simultâneas. Ele sabia que aquele caderno tinha algo a ver com tudo o que estava tentando entender.
Sem hesitar, ele o pegou. A capa estava fria e pesada nas suas mãos, como se carregasse o peso de segredos enterrados há muito tempo. Quando ele abriu o caderno, as primeiras páginas estavam em branco. Sua mente ficou mais inquieta. Não fazia sentido. Algo dentro dele dizia que aquilo não poderia ser só um caderno vazio. E então, na última página, ele encontrou uma inscrição, algo que parecia ter sido escrito de forma apressada, como se sua mãe tivesse deixado uma última mensagem antes de... desaparecer.
"A verdade está escondida, Daniel. Não há volta. O que você vai descobrir agora mudará tudo."
Essas palavras, simples mas enigmáticas, causaram um choque em Daniel. A frase, que parecia saída de um pesadelo, fez seu corpo inteiro tremer. Ele não sabia o que estava procurando, mas sabia que aquilo não era apenas uma advertência qualquer. Era uma verdade disfarçada de aviso. O que ele ia encontrar ali poderia destruir tudo o que ele acreditava saber sobre si mesmo.
Ele virou a página, e o que encontrou o fez parar. Na próxima folha, estava um mapa. Não um mapa qualquer, mas um mapa detalhado da casa, com anotações que ele não reconhecia. Desenhado com linhas finas, o mapa indicava locais secretos dentro da casa. Mas o mais perturbador era o que estava marcado no final do mapa: “O Último Refúgio.”
Daniel sentiu um arrepio no corpo. O Último Refúgio. Essas palavras soaram como um eco em sua mente, como se fossem o ponto final de sua busca. Algo dentro dele sabia que isso não era apenas uma etapa do enigma, mas a revelação de algo muito maior, algo que não podia ser ignorado.
Ele pegou o mapa e examinou cuidadosamente cada detalhe. As marcações eram precisas, e cada linha parecia conduzi-lo a um ponto específico. Mas a parte mais interessante era o que estava no centro do mapa: uma sala subterrânea, em algum lugar abaixo do escritório de sua mãe. Algo ali estava escondido, e Daniel sabia que a resposta para tudo o que ele procurava estava nesse lugar.
Com o coração batendo mais rápido, ele foi até a parede, tocando-a, tentando encontrar algum sinal de uma passagem secreta. As paredes pareciam sólidas, mas ele sabia que não poderia parar agora. Ele estava perto demais da verdade. Seu dedo percorreu o contorno da parede, e então ele sentiu algo estranho. Uma leve vibração. Algo estava ali, escondido, esperando para ser encontrado.
Ele empurrou a parede com força, e ela se moveu. O som de um mecanismo antigo se acionando ecoou pela sala. A parede se abriu, revelando uma escada de madeira escura, que descia em direção a um subterrâneo imerso em sombras. Daniel desceu com cuidado, seu corpo tenso e alerta, como se a cada passo ele estivesse se aproximando de algo maior e mais perigoso do que poderia imaginar.
A escada parecia infinita, e quanto mais ele descia, mais o ar se tornava pesado. Finalmente, ele chegou ao fundo, onde uma porta de ferro estava diante dele. A porta parecia feita de um material que Daniel nunca havia visto antes, com inscrições que ele não conseguia decifrar. Ele sentiu que estava diante de algo que poderia destruir tudo o que conhecia, mas também algo que, se ele não abrisse, jamais entenderia o que estava acontecendo.
Com um esforço final, ele empurrou a porta. O rangido da ferrugem ecoou pela sala, e quando a porta se abriu, Daniel deu um passo para dentro.
O que ele encontrou lá dentro não era o que esperava. Havia uma mesa no centro, com documentos espalhados. Mas o mais chocante era a fotografia sobre a mesa. A imagem era clara, nítida, e nela, ele viu sua mãe — mas ela não estava sozinha. Ela estava com um homem, alguém que ele nunca havia visto antes. O homem olhava diretamente para a câmera, e Daniel sentiu um arrepio profundo. Era Ethan.
Ele estremeceu. Como isso era possível? Como Ethan estava nessa fotografia, com sua mãe, em um lugar que ele nunca soubera existir? Era impossível, mas a resposta estava ali. Ethan estava mais envolvido do que Daniel jamais poderia imaginar.
O ar ao redor de Daniel ficou mais denso, e uma sensação de pavor tomou conta de seu corpo. Ele estava em um lugar onde a realidade e a ilusão se confundiam, onde a verdade parecia ser mais distante a cada passo. E ele sabia que, ao descobrir o que estava acontecendo, tudo em sua vida seria destruído.
A verdade estava à sua frente, mas ele ainda não estava pronto para entendê-la. Isso era apenas o começo.
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Resumo do Capítulo 19:
Neste capítulo, Daniel finalmente começa a conectar as peças de sua jornada. Ele encontra um caderno secreto de sua mãe, contendo uma mensagem enigmática e um mapa misterioso que o leva a um subterrâneo oculto. Ao descer para a sala secreta, ele encontra uma fotografia de sua mãe com Ethan, revelando uma ligação ainda mais profunda entre os dois, algo que Daniel nunca poderia ter imaginado. Ele se aproxima da verdade, mas ela é muito mais complexa e assustadora do que ele imaginava, deixando uma sensação de incerteza e medo...
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Atualizado até capítulo 33
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