Capítulo 17

Devon

Hoje o irmão de Ayla será operado. Terá também a festa mensal para funcionários, fazemos isso quando eles batem suas metas e a empresa vai bem em algum projeto importante. É uma forma de incentivar o bom trabalho, eles amam essas festas... Apesar que eu nunca tenha comparecido em nenhuma Gaab me diz que são muito boas.

Passo no escritório para terminar de assinar algumas planilhas de planejamento para um novo jogo que está sendo analisado. E chamo Natasha.

— Senhor Storn?

— Chame o Gaab para mim, por favor!

— Mas o senhor Nulman não está na empresa agora.

— Como assim? Onde ele está? Sempre fica a frente quando é dia de festa dos funcionários.

— Não sei, senhor Storn! Mas ele passou aqui pela manhã e depois saiu.

— Sei... Também vou sair.

— Mas e sua reunião no grupo Maxter? Eles marcaram esse encontro há meses.

— Tenho algo mais importante para fazer e não vou! Se eles estiverem mesmo querendo uma parceria comigo, que marque para outro dia.

Sigo para a garagem com a certeza de que Gaab só pode estar em um lugar, então eu também devo estar lá. Dirijo para o hospital, a princípio tentam me impedir de subir até que encontro por coincidência com o médico de James que libera minha entrada e me diz onde Ayla está.

Ao chegar lá me deparo com os pais de Ayla agradecendo para Gaab pela cirurgia de James. Eles pensam que ele pagou pela cirurgia? Ao observar que Ayla e muito menos Gaab conseguem corrigir o mal entendido eu falo para que me escutem.

Todos me olham surpresos, mas Ayla e Gaab tem algo mais no olhar, acho que curiosidade. Os pais de Ayla vem me agradecer, mas meus olhos não deixam Ayla e Gaab até que me aproximo e escuto os dois falarem.

Estão curiosos para saberem porque estou aqui, então por que não perguntam para mim? Acabo assustando os dois que não esperavam minha aproximação. Ayla tenta me convencer a ir embora, mas insisto e fico.

Me sento no sofá e inicio uma conversa com os pais dela.

— Como ela já me apresentou me sinto em desvantagem já que não sei os nomes de vocês.

— Perdoe nossa falta de educação. Estamos nervosos por causa do nosso filho. Eu me chamo Edward, minha esposa se chama Flora. — o pai dela se apresenta e apresenta a esposa.

— É um prazer conhecê-los. Ayla se parece muito com a senhora, senhora Lennon.

— Pai, mãe, me dêem licença um minuto. Preciso falar com o senhor Storn. — ela me puxa pelo braço para fora da sala.

Assim que saímos no mesmo corredor ela me empurra para dentro de outra sala que é menor que aquela e pergunta:

— Qual é o seu problema? O que está fazendo aqui?

— Não é óbvio? Vim ver como você e sua família estão e acompanhar a cirurgia do seu irmão, estimando melhoras e boa recuperação!

— Não precisa fazer isso. Parece que quer ter uma garantia de que vou cumprir minha parte do acordo.

— Mas você vai cumprir porque assinamos um documento importante que assegura isso. Pode ter certeza que não tenho essa preocupação.

— Então vai até aquela sala e diz para os meus pais que surgiu algo urgente e vai embora.

— Por que está insistindo para que eu vá? Fez a mesma coisa com o Gaab?

— Não! Porque o Gaab é meu amigo. Já você é o meu... — ela aperta os lábios e fecha os olhos.

— Seu dono? Seu Dom? Não consegue terminar de falar? Não vou embora porque será rude com seus pais. É bom aprender a lidar com a minha presença porque quando estiver no meu quarto terá que lidar com muito mais que isso... Acho que não preciso explicar.

Me viro e volto para a sala onde os pais dela estão e não vejo o Gaab. Olho para os pais dela e pergunto:

— Viram o meu amigo?

— Sim! Ele recebeu uma ligação e saiu para atender. — Edward responde.

— Obrigado. Vou sair para procurar por ele, já volto.

Quando abro a porta, Ayla entra sem olhar para mim. Sigo para fora e procuro por Gaab o encontrando perto da recepção. Ele me olha irritado.

— O que foi? — pergunto cruzando os braços.

— Não acredito que desmarcou em cima da hora uma reunião com o grupo Maxter! Sabe que essa reunião foi marcada há meses. O que deu em você para desmarcar assim?

— Tinha algo mais importante para fazer!

— Devon, isso não é brincadeira. Eles podem nos processar por tê-los feito esperar e no final desmarcar sem uma justificativa plausível.

— Eles vão me processar porque mandei remarcar uma droga de uma reunião que vai beneficiar mais a eles do que a nós? Eu disse para Natasha remarcar, pode ser até para amanhã. Mas hoje eu não posso.

Ele me olha intrigado até que não resiste em perguntar.

— O que está fazendo aqui? Sei que odeia hospital, está aqui para garantir que tudo o que quer vai seguir pelo caminho certo?

— Não posso apenas estar preocupado com a vida de um jovem rapaz que não viveu nada na vida ainda?

— Não! Porque você não é assim.

— Só estou aqui para dar apoio, é tão difícil assim de acreditar?

— Vindo de você? Sim!

— Que seja... Vamos voltar para a sala de espera.

Me viro e caminho de volta para a sala de espera. Ficamos lá por algumas horas, quando vi que já estava na hora do almoço e ninguém procurou algo para comer chamei Gaab para comprar alguma coisa.

Os pais de Ayla ficaram agradecidos, ela apenas me ignorou. É bom esse temperamento dela mudar ou vai conhecer bem minhas mãos.

Levou mais algumas horas até a cirurgia acabar, quando vieram avisar que ele tinha sido encaminhado para o CTI para ficar as primeiras vinte e quatro horas vi que Ayla ficou nervosa e seus pais também.

Eles queriam poder ver James antes de irem embora, mas pela delicadeza da cirurgia isso se tornou impossível no momento, porém sua cirurgia foi um sucesso e ele passa bem mesmo com as horas críticas pela frente. Agora, Ayla, somos você e eu, olho para ela que não imagina o que se passa na minha mente.

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