Capítulo 13

Devon

Acabei de ganhar um presente divino, essa mulher deve estar brincando comigo.

— Isso é algum tipo de brincadeira? Você está fazendo uma piada? — pergunto ainda sem acreditar.

— Por que eu brincaria com algo tão sério e íntimo?

— Por que? Olhe para você... Não dá para acreditar que homem nenhum tocou em você. Mas confesso que para mim está sendo algo divino.

— Está exagerando, não sou a única e nem a última no mundo.

— Mas é a primeira submissa que vai me pertencer por completo. — falo sério — Ayla, como deseja sua primeira vez?

Que loucura, por que estou perguntando isso? Sou eu que vou decidir como deve ser, não ela.

— Não sei dizer mais! Antes eu pensava nisso em minha noite de núpcias, agora para mim acho que tanto faz.

Separo a via dela do contrato e entrego, a minha coloco no envelope e depois na mesinha de centro.

— Você vai receber algumas mensagens minhas com o endereço do consultório ginecológico da doutora Marina Sanchez. Lá vai fazer alguns exames e iniciar os métodos contraceptivos de sua escolha. Ainda não iniciaremos as atividades no quarto. Você terá um mês para se preparar, mas não se engane você já é minha submissa então siga obediente.

— Sabe que no trabalho terei que lidar com homens. Tenho colegas de trabalho que não vou deixar de falar porque você pensa que é meu dono.

Me inclino para o lado dela mantendo-a presa no canto do sofá, olho em seus olhos e falo:

— Eu não penso, eu sou. Pelos próximos meses você me pertence, Ayla Lennon. Se desobedecer será punida.

— Está próximo demais, se afasta, por favor.

Não resisto em provocá-la, passo meu nariz em seu pescoço e sinto ela prender a respiração. Se não fosse pelo que ainda precisa ser feito, a levaria para o quarto agora.

Mas o que estou pensando? Nunca trouxe uma mulher aqui... Mas também não posso tratá-la como as outras submissas. Ela não é como as outras, não posso levá-la para o outro apartamento.

— Ayla, o endereço que está no contrato não será usado com você.

— Mas no contrato diz que eu devo te esperar lá nos dias marcados.

— Estou mudando isso, você deve me esperar lá embaixo na portaria. Nossos encontros serão aqui nos mesmos dias marcados no contrato.

— Tudo bem... Já posso ir? Tenho que passar no hospital.

— Amanhã estará na sua conta o dinheiro para a cirurgia do seu irmão e para pagar o tratamento de um ano após a cirurgia. Pode dizer ao médico para iniciar os cuidados com seu irmão.

— Obrigada, senhor Storn.

— Ayla, mais uma coisa... Quando estiver aqui você deve se dirigir a mim como senhor ou será punida.

— Sim... Senhor. Já posso ir?

— Vou te deixar no hospital!

— Não precisa, pego um táxi.

Dou um olhar de advertência para ela, a levo até o hospital. Chegando lá tomei uma decisão que a deixa surpresa.

— Ei, onde está indo, senhor Storn?

— Fazendo hoje o que eu iria deixar para amanhã! Me leve até o médico do seu irmão.

— O quê? Mas está tarde, é melhor resolver isso pela manhã.

— Seu irmão precisa que isso se resolva agora, ele não tem muito tempo. Vamos logo.

Ela me apresenta ao médico do irmão dela que marca a cirurgia para ser realizada daqui há três dias. Deixo tudo pago no hospital e volto para o meu carro sendo puxado pelo braço por ela.

— O que está fazendo?

— Mesmo que não esteja fazendo isso por pura bondade e gentileza, ainda assim você está salvando a vida do meu irmão... Dito isto, obrigada, senhor Storn.

Ela me abraça me pegando de surpresa, fico ali parado sem reação até que Ayla se afasta e corre de volta para dentro do hospital. Que loucura é essa? O que foi isso dentro de mim?

Passo a noite acordado pensando nas últimas horas e no abraço que recebi de Ayla. Quando amanhece vou para o escritório, como sempre compro meu café e o do Gaab. Chegando na minha sala ele está lá.

— Foi você, não foi? — Gaab me pergunta.

— Seja mais específico! — entrego o café para ele que pela primeira vez não bebe e coloca na mesa.

— Conseguiu fazer ela assinar o seu maldito contrato. Passei no hospital pela manhã e o médico me disse que James vai ser operado essa semana após passar por alguns exames.

— Não está feliz que seu novo amigo vai ter mais alguns anos de vida?

— Se ele souber que para isso sua irmã vai virar o brinquedo sexual de um sádico maluco vai morrer de desgosto.

— Simples, é só você manter em segredo que ele não terá com o que se preocupar.

— Por que você criou essa obsessão por ela? Poderia ter qualquer mulher ao seu dispor nas masmorras em que frequenta... Por que ela?

— Foi ela que atraiu minha atenção ao ser tão petulante, abusada e marrenta. No final de tudo foi apenas ela que se colocou nessa situação.

— Por que eu ainda estou do seu lado?

— Porque você abraçou minha sombra nos momentos mais sombrios e entendeu minha dor!

— Eu quero odiar você, Devon... Quero muito.

— Você não me odeia porque sabe que eu já faço isso muito bem... Sabe que não existe ninguém nesse mundo que me odeie tanto quanto eu mesmo.

Ele me olha com lágrimas nos olhos e depois sai da minha sala. Me sento e olho para o café intocado por ele, chamo a Natasha que leva o café até a sala dele para mim.

— Ele ficou com o café? — pergunto para ela assim que volta da sala de Gaab.

— Não! Ele jogou na lixeira e disse para que não me envie na sala dele novamente.

— Pode voltar para a sua sala. Não me passe nenhuma ligação agora na parte da manhã, tenho um designer novo de jogo para analisar e não quero ser interrompido.

— Ok, senhor Storn.

Ela sai e eu fico sozinho. Ligo para a doutora Sanchez e marco a consulta de Ayla para amanhã de manhã. Envio para Ayla a mensagem com endereço, data e hora. Estou ansioso para tê-la em minha cama.

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