Capítulo 6

Ayla

Fui tomar um café após Gaab dizer que precisava fazer umas ligações e dizer que eu poderia tomar um sem pressa. Até que encontro um grupo de funcionários lá e todos são calorosos e receptivos comigo.

— Oi, eu me chamo Davi.

— Eu me chamo Eron.

— Eu me chamo Enola.

— Prazer, me chamo Ayla e sou assistente do senhor Nulman.

— Você está trabalhando para o gigante gentil? — Eron pergunta.

— Gigante gentil? Como assim?

— É apenas uma forma carinhosa de se referir ao senhor Nulman. — Enola explica — Ele é o chefe mais gente boa que tem aqui.

— Sim, verdade. Já o senhor Storn é melhor ficar longe. Ele é conhecido pela sua fama de mau. — Davi sussurra.

A conversa continuou, acabei dando risada com algumas situações que eles me contaram ter acontecido na empresa. Quando de repente parece que uma sombra escura cobre meu corpo, ao olhar para o lado vejo ele, o senhor tempestade pronto para desabar em cima de nós.

Como eu imaginei, ele foi mandão e rude. Mas como eu estava ali com o aval do meu chefe não sai do lugar feito os outros o que causou mais um atrito entre nós. Juro que não quero ser demitida, mas algo nele desperta o pior de mim e eu não resisto.

Ele sai de perto de mim, mas antes me dá um aviso que considero mais como uma ameaça. Termino meu café e volto para a minha sala até que Gaab entra e me faz um convite.

— Quer almoçar comigo hoje? É por minha conta com direito a sobremesa.

— Gaab, as pessoas podem pensar que estou me aproveitando ou dando em cima de você.

— Não se preocupe com isso, todos aqui sabem que sou um docinho. Vamos, a sobremesa pode ser de chocolate.

— Nossa, que golpe baixo, eu não deveria te dizer que sou louca por chocolate. Tá, eu aceito.

Ele sai animado feito uma criança que acabou de fazer um novo amigo. Termino de revisar uns documentos e relatórios que ele me pediu para imprimir e quando dou por mim ele já está me arrastando para fora da sala dizendo ser hora de almoçar.

Quando chegamos no restaurante fico tão encantada com tudo à minha volta que só vejo que não estamos sozinhos quando nos sentamos.

— Você? — perguntamos ao mesmo tempo.

— Eu não quero mais almoçar. — Devon fala se levantando.

— Pois digo o mesmo, você acabou de tirar meu apetite. — falo me levantando até que Gaab segura nós dois nos fazendo sentar novamente.

— Vocês não vão me fazer essa desfeita. Chamei os dois aqui para tirar esse mal entendido entre vocês.

— Por que está fazendo isso, Gaab?

— É Gaab, não vê que somos como água e vinho?

— Que intimidade é essa com ele? Para você é senhor Nulman. Não o chame de Gaab, vocês não são íntimos.

— E isso não é da sua conta.

Acabamos com as mãos na mesa de frente um para o outro até que Gaab nos faz sentar novamente.

— Convidei você porque é meu melhor amigo e ela por ser minha melhor funcionária. Ela me chama de Gaab a pedido meu, sabe que não gosto que me chamem de senhor Nulman. Agora podemos pedir o almoço?

Cruzo meus braços e viro para o lado direito, ele cruza as pernas e vira para o lado esquerdo, como uma forma de provocar eu pergunto:

— Você não iria embora?

— E você, não perdeu o apetite? — ele provoca de volta.

— Crianças, vamos pedir o almoço e conversar como adultos?

O almoço acontece, só não consigo achar apetitoso por causa desse homem arrogante bem na minha frente. Em um certo momento ele me encara e bebe uma taça de vinho até o seu final sem tirar os olhos de mim.

Isso me incomoda, até tento fazer o mesmo, mas o vinho tem um teor de álcool forte e coloco a taça no lugar tossindo um pouco, ao olhar para aquele canalha vejo um sorriso idiota nos seus lábios.

Gaab nos deixa sozinhos por um momento ao ir ao banheiro e fala:

— Por favor, se comportem. Já volto. — ele sai.

— Eu só fiquei pelo Gaab, se fosse por você eu comeria algo na esquina e ficaria feliz da vida.

— Interessante... — ele fala e depois me observa.

— O que é interessante?

— Agradeça por estar em público!

— Isso é uma ameaça? Se tocar em mim eu acabo com você.

— Sério? Está aí algo que eu pago para ver.

— Você é louco.

— Não! Sou sádico. Quer saber o que eu faria com você aqui e agora?

— Você não seria capaz de fazer nada comigo!

— Sim, eu seria. Te colocaria de bruços nessa mesa, levantaria seu vestido e te daria palmadas pela sua petulância ao falar assim comigo. — ele se inclina para frente ao sussurrar isso para mim com uma voz rouca e profunda.

Sinto algo estranho formigar em mim, tento falar algo, mas os olhos dele nos meus não me permite pensar ou falar. Ele me hipnotizou de alguma maneira, só consigo sair desse transe quando Gaab volta para a mesa.

— Sobremesa? — ele pergunta.

— Não, Gaab, obrigada. Estou satisfeita.

Me levanto e saio do restaurante. Antes mesmo de chegar ao elevador da empresa, os dois me alcançaram. Tento dizer para Gaab que vou usar o elevador dos funcionários, mas ele insiste que eu vá com eles.

Gaab está de um lado e aquele homem está do outro, eu estou no meio com a cabeça baixa até que vejo ele fechar a mão e apertar, levanto meus olhos somente para ver os olhos dele em mim.

Por um minuto parecia ter apenas nós dois naquele elevador, seu olhar me domina e me segura me fazendo prender o ar, o som do elevador abrindo as portas me fez despertar.

Ele sai do elevador como se nada tivesse acontecendo. Eu vou para a minha sala e tento me conter, conter minhas emoções. O que está acontecendo comigo? O que foi aquilo? O que esse homem fez comigo?

Tento me acalmar até que Gaab me liga me chamando na sua sala. Bebo um pouco de água e ignoro meu nervosismo preciso ser profissional.

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