Possessividade

Enquanto Clara celebrava a revelação do sexo de seu bebê cercada de amigos e familiares, Leonardo e Sofia estavam a milhares de quilômetros de distância, tentando dar um novo rumo ao relacionamento desgastado. A bordo de um voo de primeira classe para a Itália, eles seguiam para uma viagem que batizaram como uma "pré-lua de mel". Apesar de faltarem alguns meses para o casamento, a ideia da viagem era criar uma conexão que parecia perdida há tempos.

Leonardo olhava pela janela do avião, vendo as nuvens se acumularem como algodão sobre o oceano. Sua expressão era distante, enquanto Sofia folheava uma revista de moda sentada ao lado dele.

— Isso vai ser ótimo para nós. — Disse ela, sem tirar os olhos das páginas brilhantes.

— Espero que sim. — Respondeu Leonardo, sem muita convicção.

Sofia suspirou, fechando a revista e virando-se para ele.

— Leo, você precisa parar de pensar tanto no trabalho e focar em nós. Estamos indo para um dos lugares mais românticos do mundo. Não acha que é uma boa oportunidade para deixarmos as preocupações para trás?

Leonardo tentou sorrir, mas o peso de seus pensamentos o impediu de demonstrar muito entusiasmo.

— Você tem razão. Vamos aproveitar.

Ao desembarcarem em Veneza, a atmosfera romântica da cidade parecia conspirar a favor deles. Sofia estava deslumbrada, admirando os canais, as gôndolas e a arquitetura histórica que fazia da cidade um cenário digno de filmes.

— Isso é perfeito! — Disse ela, segurando o braço de Leonardo enquanto caminhavam até o hotel.

Leonardo, embora impressionado pela beleza do lugar, não conseguia se desvencilhar completamente dos pensamentos que o atormentavam. Entre o casamento iminente e o vazio que sentia em relação a Sofia, ele se perguntava se realmente estava no caminho certo.

No hotel, Sofia insistiu em tirar várias fotos do quarto luxuoso com vista para os canais, compartilhando nas redes sociais com legendas como "Contagem regressiva para o grande dia" e "Pré-lua de mel dos sonhos com o homem da minha vida". Leonardo, por outro lado, mantinha-se mais reservado, preferindo observar a paisagem em silêncio.

Naquela noite, durante um jantar à luz de velas em um restaurante à beira do canal, Sofia tentou quebrar o gelo entre eles.

— Você se lembra de como era no começo, Leo? Nós éramos tão apaixonados. Parecia que nada poderia nos separar.

Leonardo olhou para ela, tentando se lembrar da sensação que ela descrevia.

— Sim, éramos diferentes. Mas... as coisas mudaram.

— Mudaram porque você se distanciou. — Disse Sofia, com um tom mais sério. — Você está sempre tão ocupado com a empresa, com seus problemas... E onde eu fico nisso tudo?

Leonardo suspirou, mexendo no copo de vinho à sua frente.

— Sofia, não é só sobre trabalho. Eu sinto que, de alguma forma, nós dois nos distanciamos.

Sofia pareceu hesitar por um momento, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— Talvez esta viagem seja o que precisamos para encontrar o que perdemos.

Leonardo assentiu lentamente, mas por dentro sentia uma dúvida crescente. Ele sabia que Sofia estava tentando, mas também sabia que os sentimentos que um dia o motivaram a ficar com ela estavam longe de ser os mesmos.

Depois do jantar, enquanto Sofia postava mais fotos e vídeos da viagem, Leonardo foi até a varanda do quarto. A brisa fresca da noite italiana acariciava seu rosto enquanto ele olhava para as luzes refletidas nos canais.

Ele pensava em como sua vida parecia perfeita aos olhos de quem via de fora: um homem de sucesso, prestes a se casar com uma mulher bonita e rica. Mas, por dentro, ele sentia um vazio que a beleza da Itália ou os esforços de Sofia não conseguiam preencher.

— Será que isso é mesmo o certo? — Murmurou para si mesmo, enquanto segurava o anel de noivado em sua mão.

Sofia apareceu pouco depois, envolvendo os braços ao redor dele.

— Em que está pensando? — Perguntou ela, com a voz mais suave do que o habitual.

— Em nós. — Respondeu ele, sem rodeios.

— E o que está pensando sobre nós?

Leonardo hesitou por um momento antes de responder.

— Que talvez esta viagem nos ajude a entender se ainda somos os mesmos.

Sofia sorriu, embora parecesse forçado.

— Nós somos, Leo. Só precisamos lembrar disso.

Ele não respondeu, limitando-se a olhar para as águas tranquilas do canal. Por mais que quisesse acreditar em Sofia, algo dentro dele dizia que talvez não houvesse volta.

Apesar das reflexões e dúvidas, Leonardo decidiu que, pelo menos durante a viagem, tentaria se reconectar com Sofia. Eles passaram os dias seguintes explorando Veneza, visitando museus, passeando de gôndola e jantando em lugares sofisticados.

Sofia parecia mais animada do que nunca, aproveitando cada momento e mostrando ao mundo sua "felicidade". Mas Leonardo não podia evitar se sentir como um espectador na própria vida.

Depois de alguns dias explorando Veneza, Sofia sugeriu que eles visitassem Verona, a cidade conhecida como o cenário da história de Romeu e Julieta. Ela insistiu que o local era perfeito para casais apaixonados e que poderia trazer a eles um momento especial. Leonardo concordou, embora ainda estivesse imerso em seus próprios pensamentos.

A viagem de trem até Verona foi tranquila. Sofia estava visivelmente animada, planejando cada detalhe do passeio enquanto olhava pela janela.

— Você vai amar, Leo. É um lugar mágico, cheio de história e romance. — Disse ela, segurando o braço dele.

— Tenho certeza que vai ser lindo. — Respondeu Leonardo, com um sorriso discreto.

Ao chegarem em Verona, o primeiro lugar que visitaram foi a famosa Casa de Julieta. A pequena multidão que se reunia no pátio para tirar fotos do balcão icônico não parecia incomodar Sofia. Pelo contrário, ela parecia encantada com tudo.

— Olha isso, Leo. Não é incrível? — Perguntou ela, apontando para o balcão.

— É impressionante. — Ele respondeu, observando a arquitetura, mas sem o mesmo entusiasmo que Sofia demonstrava.

Sofia tirou várias fotos do local e insistiu para que tirassem uma foto juntos, algo que Leonardo aceitou sem muita empolgação. Enquanto ela postava a imagem nas redes sociais com uma legenda romântica, Leonardo olhava ao redor, admirando o pátio e os detalhes históricos do local.

— Vamos colocar nossos nomes na parede? — Perguntou Sofia, segurando uma caneta que comprou de um vendedor local.

Leonardo arqueou uma sobrancelha, achando a ideia um pouco infantil, mas cedeu ao entusiasmo dela.

— Tudo bem. Onde você quer?

Eles encontraram um espaço na parede já abarrotada de nomes e corações rabiscados. Sofia escreveu "Leo & Sofia" dentro de um coração, tirou mais algumas fotos e o abraçou de lado.

— Isso é tão romântico, não acha? — Perguntou ela, olhando para ele com expectativa.

Leonardo sorriu suavemente, mas não respondeu.

Depois de explorarem a Casa de Julieta, foram almoçar em um restaurante charmoso com uma vista privilegiada para o rio Adige. A mesa estava decorada com flores frescas, e o ambiente era acolhedor, mas sofisticado.

Sofia segurou o cardápio com entusiasmo.

— Tudo aqui parece delicioso. O que você vai pedir?

Leonardo olhou distraído para o cardápio.

— Acho que vou ficar com a massa carbonara.

— Você sempre escolhe algo simples. — Disse Sofia, rindo levemente.

— E você sempre escolhe algo que leva uma hora para chegar. — Ele respondeu, tentando fazer uma piada.

Sofia riu, mas havia algo na interação que parecia forçado. Apesar de todo o esforço dela, Leonardo não conseguia se conectar totalmente. Ele estava presente fisicamente, mas sua mente vagava constantemente.

— Está tudo bem? — Perguntou Sofia, com um tom mais sério.

Leonardo ergueu os olhos do prato.

— Sim, claro. Por que a pergunta?

— Porque você parece distante.

Ele suspirou, colocando os talheres de lado.

— Desculpa, Sofia. Acho que estou cansado.

Ela assentiu, mas seu olhar demonstrava que não estava convencida.

Depois do almoço, caminharam pelas ruas de Verona, passando por praças movimentadas e monumentos históricos. Sofia continuava tentando puxar Leonardo para o clima romântico da cidade, segurando sua mão e apontando detalhes interessantes dos lugares por onde passavam.

Em um momento, eles pararam em uma ponte coberta de cadeados deixados por casais.

— Vamos colocar um cadeado? — Perguntou Sofia, com um sorriso esperançoso.

Leonardo hesitou, mas finalmente concordou. Compraram um cadeado de um vendedor próximo, escreveram seus nomes e o trancaram na ponte antes de jogar a chave no rio, como era tradição.

— Dizem que isso significa que estaremos juntos para sempre. — Disse Sofia, olhando para ele.

Leonardo sorriu, mas seu coração não acompanhava o gesto.

Enquanto voltavam ao hotel à noite, Sofia adormeceu no carro, exausta pelo dia cheio. Leonardo, por outro lado, dirigia em silêncio, perdido em pensamentos.

Ele sabia que Sofia estava se esforçando. A viagem, as fotos, os gestos – tudo isso era a tentativa dela de reavivar algo que parecia ter se apagado. Mas, por mais que ele tentasse retribuir, algo dentro dele estava desconectado.

No fundo, ele se perguntava: Será que eu realmente quero isso?

Quando chegaram ao hotel, Sofia acordou, sonolenta, e se apoiou em Leonardo enquanto subiam para o quarto.

— Foi um dia perfeito, não foi? — Perguntou ela, antes de fechar os olhos novamente.

Leonardo beijou sua testa e respondeu:

— Foi, sim.

Mas enquanto ela dormia profundamente naquela noite, ele ficou acordado, olhando para o teto do quarto, sentindo o peso das dúvidas que a viagem havia trazido à tona.

A noite avançava lentamente no hotel em Verona. O quarto estava mergulhado em um silêncio confortável, quebrado apenas pelo som suave do vento soprando contra as janelas. Leonardo estava deitado na cama, com os olhos abertos, perdido em pensamentos. Ao seu lado, Sofia se remexia, virando-se para ele.

— Você está acordado? — Ela perguntou, a voz baixa e sonolenta.

— Sim, estou. — Respondeu ele, sem muita emoção.

Sofia se aproximou, acariciando o braço dele com delicadeza.

— Está pensando em quê?

— Em nada importante. — Ele respondeu, tentando evitar o assunto.

Sofia não insistiu. Em vez disso, aproximou-se mais, beijando-o suavemente no pescoço, e logo os dois estavam envolvidos em um momento íntimo. Leonardo cedeu, deixando-se levar, mas mesmo enquanto seus corpos se conectavam, sua mente permanecia distante, repleta de dúvidas e sentimentos conflitantes.

Quando tudo terminou, Sofia voltou a dormir rapidamente, com um sorriso no rosto. Para ela, aquele era um sinal de que talvez a viagem estivesse funcionando, que eles estavam, de alguma forma, se reconectando.

Mas para Leonardo, era apenas mais uma confirmação do vazio que sentia.

Vestindo apenas uma calça de moletom, Leonardo saiu do quarto em silêncio, tentando não acordar Sofia. Ele desceu para o térreo do hotel, onde havia uma pequena academia 24 horas. O ambiente estava vazio, iluminado apenas pelas luzes automáticas.

Ele subiu em uma esteira, ajustou o ritmo para uma caminhada leve e começou a andar, os passos lentos ecoando no espaço silencioso.

Sua mente voltou, inevitavelmente, para a noite na boate. Ele não conseguia se lembrar do rosto da garota misteriosa com clareza, mas o impacto daquela noite ainda o perseguia. Ele se lembrava do beijo dela, da intensidade do momento, de como tudo parecia tão espontâneo e diferente.

— Quem era você? — Murmurou para si mesmo, enquanto aumentava um pouco o ritmo da esteira.

Desde aquela noite, Leonardo sentia como se algo em sua vida tivesse mudado. Era como se aquele momento tivesse deixado uma marca que ele não conseguia apagar, uma sensação que não se comparava ao que ele sentia agora com Sofia.

Enquanto caminhava, Leonardo pensava no casamento que se aproximava. A ideia de passar o resto da vida com Sofia parecia cada vez mais uma obrigação do que uma escolha. Ele respeitava Sofia, admirava sua determinação e sua presença, mas o amor genuíno que sentia no início havia desaparecido há muito tempo.

— Isso é o certo? — Perguntou a si mesmo, enquanto olhava para o painel da esteira, os números marcando o tempo e a distância que percorreu.

Ele também pensava na pressão de sua família, especialmente de seu pai, Arlindo, que via no casamento uma oportunidade de unir interesses e manter a estabilidade. Era tudo tão estratégico, tão planejado, que Leonardo sentia como se sua vida estivesse sendo definida por outros.

Por um breve momento, considerou como seria desistir de tudo. E se ele simplesmente cancelasse o casamento? E se ele procurasse aquela garota misteriosa, mesmo sem saber como encontrá-la?

Esses pensamentos, porém, eram rapidamente suprimidos pela racionalidade. Ele sabia que sua vida não era tão simples. Havia responsabilidades, expectativas, e um caminho já traçado que ele deveria seguir.

Horas se passaram enquanto Leonardo caminhava e corria na esteira, tentando esvaziar a mente. Quando o primeiro raio de sol surgiu pelas janelas, ele desligou o aparelho, pegou uma toalha e limpou o suor do rosto.

Subiu para o quarto em silêncio, encontrando Sofia ainda adormecida. Ele olhou para ela por um momento, vendo o sorriso tranquilo em seu rosto, e sentiu uma pontada de culpa.

— Você merece mais do que isso. — Murmurou, antes de ir até o banheiro para tomar um banho.

Enquanto a água quente caía sobre ele, Leonardo sabia que precisava tomar decisões importantes em breve. Mas, por enquanto, faria o que sempre fez: seguir o fluxo, mesmo que isso significasse continuar se afastando do que realmente queria.

Quando Leonardo saiu do banheiro, já vestido com uma camiseta branca e bermuda, encontrou Sofia acordando. Ela se espreguiçou lentamente, um sorriso despreocupado surgindo em seu rosto.

— Bom dia. — Disse ela, com a voz sonolenta. — Você acordou cedo, hein?

Leonardo hesitou por um segundo, mas logo respondeu:

— Sim, não consegui dormir muito. Resolvi aproveitar para tomar um banho mais cedo.

Sofia assentiu, ainda sem suspeitar que ele havia passado boa parte da noite fora do quarto.

— Está se sentindo melhor hoje? — Perguntou ela, enquanto se sentava na cama, ajustando os cabelos.

Leonardo forçou um sorriso.

— Sim, estou melhor.

Sofia parecia satisfeita com a resposta.

— Que bom. Então, o que acha de sairmos para explorar mais da Itália hoje? Tem um lugar incrível que eu quero visitar.

Leonardo sentiu um peso no peito. A ideia de passar o dia inteiro explorando, fingindo estar animado, não o atraía.

— Sabe, Sofia... eu estou um pouco indisposto. Talvez devêssemos relaxar aqui no hotel hoje.

Sofia pareceu decepcionada por um instante, mas logo se recuperou, forçando um sorriso.

— Tudo bem, podemos ficar aqui. Vamos descer até a piscina então. Um pouco de sol vai nos fazer bem.

Pouco tempo depois, os dois estavam na área da piscina do hotel. Sofia usava um biquíni sofisticado, que parecia ter sido escolhido com cuidado para impressionar. Leonardo, por outro lado, trajava apenas uma bermuda e uma camisa leve, claramente mais interessado em se manter na sombra do que em aproveitar o sol.

— Vou nadar um pouco. — Disse Sofia, enquanto ajustava seus óculos de sol.

— Aproveite. Eu vou ficar aqui mesmo. — Respondeu Leonardo, recostando-se em uma das cadeiras com guarda-sol.

Sofia caminhou até a piscina, mergulhando com graça e começando a nadar. Leonardo observou por um momento, mas logo desviou o olhar, perdido em seus próprios pensamentos.

Enquanto ele tentava se desconectar, uma mulher alta, de cabelos loiros ondulados e sorriso sedutor, aproximou-se. Ela vestia um maiô elegante que acentuava suas curvas e parecia absolutamente confortável na própria pele.

— Parece que você não é muito fã de sol. — Disse ela, com um sorriso simpático.

Leonardo levantou o olhar, um pouco surpreso.

— Não sou mesmo. Prefiro a sombra.

— É uma pena. Um lugar tão bonito como este merece ser aproveitado.

Ela puxou uma cadeira e se sentou ao lado dele, sem ser convidada, mas com tanta confiança que Leonardo não se importou.

— Meu nome é Valentina. — Disse ela, estendendo a mão.

— Leonardo. — Respondeu ele, apertando a mão dela de forma breve.

Eles começaram a conversar, e Valentina era envolvente. Falava sobre viagens, negócios e a vida na Itália com uma naturalidade que cativava. Leonardo, sem perceber, começou a relaxar, rindo de algumas histórias que ela contava.

Do outro lado da piscina, Sofia emergiu da água, jogando os cabelos para trás, e notou a cena. Seu olhar fixou-se na loira que conversava com Leonardo, e algo dentro dela se acendeu.

— Quem é essa? — Murmurou para si mesma, enquanto caminhava em direção a eles com determinação.

Ao se aproximar, Sofia agiu com elegância. Parou ao lado de Leonardo, inclinou-se levemente e colocou uma mão possessiva em seu ombro.

— Amor, esqueci de te avisar que quero tirar uma foto nossa aqui na piscina. — Disse ela, em um tom doce, mas carregado de intenção.

Antes que Leonardo pudesse responder, Sofia inclinou-se e o beijou intensamente, seus lábios se conectando aos dele com paixão e possessividade. Leonardo, pego de surpresa, retribuiu o beijo de forma automática, enquanto Valentina olhava para eles com um sorriso que não escondia seu desconforto.

Quando o beijo terminou, Sofia virou-se para Valentina, sorrindo educadamente.

— Desculpe interromper, querida. Mas este é meu noivo, e acho que precisamos de um momento a sós agora.

Valentina percebeu o recado e se levantou, mantendo a compostura.

— Claro. Foi um prazer conhecer você, Leonardo. Aproveitem o dia.

Ela se afastou, deixando Sofia e Leonardo sozinhos.

Leonardo olhou para Sofia, que agora estava de pé ao lado dele, com os braços cruzados.

— O que foi isso? — Perguntou ele, ainda tentando entender a situação.

Sofia deu de ombros, como se não fosse nada de mais.

— Só achei que ela estava se intrometendo demais. Você é meu noivo, Leonardo. Não quero que outras mulheres pensem que têm uma chance com você.

Leonardo não respondeu. Por dentro, sentia-se desconfortável com a cena, mas não sabia como reagir.

— Vamos tirar a foto? — Disse Sofia, mudando de assunto, pegando o celular antes que ele pudesse protestar.

Eles tiraram a foto, mas a tensão entre eles permaneceu no ar. Leonardo voltou a recostar-se na cadeira, observando Sofia voltar para a piscina como se nada tivesse acontecido.

Por mais que tentasse se concentrar no momento, Leonardo não conseguia evitar a sensação de que sua vida estava se tornando cada vez mais complicada.

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