|T01E20| A Decisão

Jeremy, Stella e Saiph caem na aurora boreal, e de imediato começam a sentir os seus corpos ferverem sem parar, e isso causa em todos uma dor que nem eles conseguem descrever. Porém, Saiph mesmo a estar ferido cria um escudo em torno deles, e isso traz por alguns instantes alívio daquela dor:

Jeremy — Como iremos sair daqui? — Diz enquanto tenta segurar em Stella para não serem separados.

Stella — Precisamos que alguém de fora nos ajude. Onde está o Pardolome? — Diz para Saiph.

Saiph — Gru! Gru! — Responde para ela.

Stella — Entendi... — Fala ao compreender.

Jeremy — O que ele disse? — Pergunta curioso.

Stella — Ele falou que deixou Pardolome lutando com várias lontras selvagens, enquanto veio para nos ajudar.

Jeremy — Mas ainda tem como pedirmos a ajuda dele! Vou tentar chamar atenção dele pela mente. — Diz para ela ao se concentrar.

Stella — Você pode conversar pela mente? — Fala a ele, curiosa.

Jeremy — É verdade... — Se lembra. — É Pardolome que tem essa anomalia...

Stella — Anomalia? — Pergunta.

Jeremy — Sim, o Pardolome que chama "poder" de "anomalia"... Espera! Eu só preciso despertar a minha anomalia para chamar atenção dele, se ele estiver bem em cima de nós. — Diz a fechar os olhos e começar a se concentrar.

Stella — Verdade, ele deve ter destruído aquelas lontras, nessa altura do campeonato. — Diz junto dele, também a se concentrar para tentar brilhar com intensidade.

Jeremy — Espero que ele consiga perceber...

Endrey — Ele não irá... Porque vocês não vão escapar desse lugar se eu não quiser. — Uma voz surge na mente de Jeremy.

Jeremy — De novo não!... Sai da minha cabeça! — Tenta retomar a consciência, mas não consegue.

Endrey — Vocês todos irão morrer, porque você não escolheu a oportunidade de ter uma vida plena! Após o resetar haverá a reconstrução, e é nela que vocês serão como nós, seres superiores dessa raça inferior chamada "humanos"!

Jeremy — Você quis dizer, os que restarem do seu genocídio em massa! — Diz para ele revoltado.

Endrey — Nem todos podem desfrutar da vida que eu tenho a oferecer...

Jeremy — Mentira! O que você chama de vida, eu chamo de aprisionamento! Você quer um mundo em que os humanos sejam os seus escravos! Por isso ainda permite que nós venhamos usar as partes do fragmento! Só para em troca levar a nossa liberdade!

Endrey — Vocês humanos só prestam quando são escravizados! — Diz com raiva. — Começe a se despedir deles! Eu não preciso mais de você...

Jeremy — Não!... O que você está fazendo?... Espera! Não faz isso, por favor! Não!...— Diz a começar a se desesperar.

Então, Jeremy retoma a consciência e o escudo de Saiph é desfeito instantaneamente, os fazendo ser consumidos pela dor que as auroras boreais traziam, a sentir que a parte do fragmento havia sido tirado dele, nada mais podia ser feito. Pardolome estava terminando de eliminar as lontras, quando milhares de cristais pretos desciam da atmosfera na direção dele, como uma chuva torrencial sobre todos ali, as lontras selvagens restantes foram dilaceradas.

E ainda que Pardolome conseguisse enrijecer todo o seu corpo e até criar um escudo de chamas cinzas, nada podia conter aquele ataque misterioso, que aos poucos tirava os pedaços dele. As gotas do seu sangue caíam como água para o abismo existente a muitos metros abaixo de onde estava, e a sua vida ia passando pela sua memória... Sim, Pardolome teve uma vida... Uma história... Mas nada mais valia, o frio da morte podia ser sentido por ele, que apenas aceitava o seu destino repentino. Até que uma voz conhecida chama pelo seu verdadeiro nome:

Endrey — (...) Iria morrer e não contaria para Jeremy, o que você é, e quem você é? Não foi atoa que você foi a minha primeira opção, para sozinho, realizar o nosso plano, o meu e o da minha irmã...

Pardolome — A força que reconstrói? É uma piada mesmo... — Responde muito ofegante e ferido.

Endrey — É uma pena ver você nesse estado... Mas confesso que você me surpreendeu, mesmo após eu ter destruído o seu corpo e pensado ter te matado, você simplesmente toma o meu fragmento inteiro, como se fosse líquido, através de um processo que se chama... Fusão?... Não sei, mas de alguma forma conseguiu voltar e até tentou pegar as partes do outro fragmento sozinho, e por incrível que pareça, foi exatamente da mesma pessoa que o chamou de amigo.

Pardolome — Para um ser evoluído... Está a faltar inteligência! Eu descobri aquilo que os antepassados usaram para neutralizar vocês!

Endrey — Não nos subestime, Pardolome. E também não temos medo das suas ameaças, se não fosse pelo poder do nosso fragmento, você já estaria morto.

Pardolome — Eu não tenho medo do destino! Sei que não fui um ser humano bom, eu sei bem o que fiz! E não fale como se você não tivesse tentado de todas as formas me controlar, após eu retornar sem o meu corpo! Eu não ataquei Jeremy e destruí a dimensão dele por vontade própria!

Endrey — "E também não tentou pegar a parte do fragmento de Stella nessa dimensão"... Sempre quis ser inocente quando as suas atitudes te tornaram culpado pelo sofrimento dessas crianças pobres e fracas...

Pardolome — Não fale delas! Você não é nada! Nem você e nem a sua irmã!...

Endrey — Silêncio... — Após dizer isso, o bico de Pardolome é quebrado instantaneamente.

Endrey — Sabe Pardolome... Quem não tem medo da vida, nunca terá medo da morte, essa frase descreve você... Porém, não descreve os demais. Stella e o seu amigo Jeremy estão morrendo naquela aurora, e não há nada que eles possam fazer para sair daquela situação, a não ser uma proposta…

Pardolome — Eu sei que você quer Jeremy no seu plano, mas se depender de mim, você nunca o terá! — Diz pelo pensamento.

Endrey — Agora que falar pelo pensamento?... Já deveria ter morrido!

Pardolome — Você até pode calar a minha voz, mas nunca irá silenciar as minhas palavras! Não irá tê-lo nas suas mãos, nem por cima do meu cadáver!

Endrey — Já tenho sim... — Cessa o ataque contra Pardolome. — Agora é só uma questão de tempo. Não irei te eliminar, seria muito fácil, e você merece ser humilhado, então... Por que não morrer pelas mãos da pessoa que confiou em você? — Com um flash, uma das asas de Pardolome é cortada, sem que tivesse forças para regenerar-se.

...----------------...

Jeremy não aguenta mais sofrer naquele lugar, e os seus olhos veem Stella a morrer e o seu brilho findar, e nem ao menos podia chorar, não podia gritar por socorro, não conseguia se despedir dela e do seu amigo Pardolome, tudo o que sentia era somente a dor insuportável. Mas ainda podia pensar, e nos últimos instantes antes de morrer, Jeremy faz o seu último pedido em pensamento, diretamente para Endrey, que podia ouvi-lo de onde estava, e as suas últimas palavras em pensamento foram:

Jeremy — Eu aceito a proposta... Apenas salve Stella e Saiph, e eu seguirei as suas ordens...

(Um som de três batidas de palmas é ouvido)

Endrey — Vou dar apenas essa chance a você... Se estiver mentindo, eu irei matá-los pessoalmente, o que você precisa fazer agora é concentrar-se. Como prova da minha confiança, receba no seu pescoço o meu selo temporal, para acelerar e desacelerar o tempo, internamente e externamente, em si mesmo ou em outras pessoas, em um corpo físico ou em um corpo inanimado. Aprenda a usá-lo agora, ou senão os seus amigos morrem.

Jeremy sente em seu pescoço algo surgir, um selo com um formato de cronômetro acende em azul, e o desenho do cronômetro começa a funcionar, a fazer com que ele acelere o tempo interno do seu corpo, a fazer ele envelhecer e ficar do tamanho adulto. Após isso acontecer, ele consegue com um impulso puxar Stella para fora da aurora boreal, mesmo que fosse somente o esqueleto dela.

Sem tempo para se espantar, Jeremy a segura com força e certeza que saberia o que fazer, e ao ficar concentrado o suficiente, ele desacelera o tempo interno dela a partir dos seus ossos, reconstruindo o corpo por completo. Com um suspiro, Stella retorna nos braços de Jeremy, que também desacelera o seu tempo interno, a voltar para o seu tamanho e idade, e isso o deixa surpreso ao mesmo tempo que o medo tornava conta do seu interior. De repente, uma voz é ouvida no fundo dos seus pensamentos:

Endrey — Como o primeiro ato sob o meu comando, eu digo o que você deve fazer nesse momento... Mate Pardolome! Eu já facilitei essa tarefa, agora eu ordeno que o finalize... Se fizer isso, você e Stella terão um lugar exclusivo no meu novo mundo, junto de Martins.

E pela primeira vez, involuntariamente, Jeremy chora.

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Atualizado até capítulo 37

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