|T01E05| Via das dimensões

"Trair a verdade é o mais vergonhoso dos vícios"

Pardolome — Estávamos a decidir se vamos em busca das partes desse fragmento, para que retorne para casa, e de repente, você cai desacordado na minha frente, e pelo visto, ainda está atordoado e sem saber o que aconteceu, o que parece ser recorrente. — Responde ainda no telhado da casa.

Jeremy — Eu não lembro bem o que acorreu... — diz ao colocar as mãos no rosto, recobrando as forças. — A última coisa que eu vi antes de apagar, foram os seus olhos. — o observa novamente a perceber que ele estava vendado. — Você estava sem a venda, não era?

Pardolome — Elas caíram enquanto eu chamava a sua atenção, e nesse exato momento, existem coisas mais importantes que os meus olhos.

Jeremy — É, eu sei... Voltar para casa! Espera... — Lembra algo. — havia dito que também tem poderes, se realmente tem, então, mostra para mim, vai, por favor, mostra! — pede curioso e entusiasmado em saber os poderes dele.

Pardolome — O que deveria fazer agora, é procurar saber quais são os seus poderes, porquê, quando entrar nessa casa, e nas dimensões, iremos adentrar por lugares perigosos e desconhecidos. Eu sei quais são os meus poderes e como usá-los, e você, Jeremy, sabe quais são os seus e como usá-los?

Jeremy — Tem razão, Hum!... — (observa as mãos) — Qual será o meu poder?... — Fala consigo mesmo.

Pardolome — Vamos descobrir agora... — Avança contra ele a atacar com o seu bico, que fere a pele do seu braço superficialmente.

Jeremy — Ai!... Por que está a fazer isso? — Reclama ao segurar o seu braço ferido.

A ferida no braço de Jeremy começa a reluzir e curar-se. E em seguida, Pardolome toma distância por trás dele, para avançar com mais um ataque, porém, ao chegar próximo num voo rasante, Jeremy, estende os braços para a frente e rapidamente a areia entre eles umedece, e ergue bem em cima de Pardolome, que é jogado para o alto e no ar, a areia umedecida toma a forma de um braço, agarrando e o puxando para dentro da praia rapidamente.

O garoto ao ver isso fica impressionado com o seu poder, e diz:

Jeremy — Uau! Eu consegui fazer isso? Que poder incrível! — (para a pensar) — Espera, como eu fiz isso?

De forma intangível, Pardolome ressurge do solo aparentemente intacto a dizer:

Pardolome — Você é forte! Como um ferro, mas... — (cresce duas vezes o seu tamanho) — Você é só um garoto com medo de não voltar para casa, lembra?

Nesse momento, Jeremy começa a ficar com medo, após dar dois passos para trás, ele vira as costas e corre para longe dele.

Pardolome — Está apavorado? — Pergunta enquanto voa o mais alto a frente dele, para como um míssil, se atirar com toda a velocidade na areia, poucos metros de onde Jeremy corria, a causar uma grande explosão a espalhar uma montanha de areia por todo o lado.

Com o impacto preciso no solo arenoso, Jeremy é arremessado de volta de onde estava a correr, caindo em cima da casa, atravessando o teto a parar sobre a mesa da cozinha, e como resultado, as pernas de madeiras do objeto quebram de imediato.

Com vários ferimentos por todo o corpo, ele ainda consegue curar-se, contudo, lentamente:

Jeremy — Esse golpe foi pesado... Me nocauteou. — Diz a permanecer imóvel sob a luz do sol que iluminava todo aquele ambiente escuro, pelo buraco aberto no teto. — Deu para perceber que é mais forte que eu.

Pardolome — Não sou mais forte que você, mas, se se pergunta como consegui derrotá-lo? A resposta é simples... — Diz a aparecer na entrada de luz no teto, com o tamanho normal. — Eu usei o seu medo contra você, e não acertei o ataque diretamente, mas como estava a se aproximar por estar fugindo de medo, foi afetado pela minha explosão, se estivesse no mesmo lugar que em estava, e enfrentasse-me como oponente, não estaria agora nessa situação de vulnerabilidade.

Pardolome — Esse medo está a impedir você de entender e usar os seus poderes. Havia dito antes, que você é forte como o ferro, mas se não souber lidar com o seu medo, ele se tornará a ferrugem que irá destruí-lo por dentro, sem a necessidade de alguém fazer isso. Você não pode ser o seu próprio inimigo, Jeremy.

Jeremy — Parece... Que talvez eu não volte para casa, porque sei que sou medroso, e eu não escolhi ser assim! — (uma única lágrima escorre pelo seu rosto, enquanto olha para a luz sobre ele) — Dizem que o medo nos derrota antes mesmo de lutar.

Pardolome — Quem disse isso? As vozes na sua cabeça? Os fantasmas do seu passado? Ou você mesmo... que criou e alimentou essa ideia equivocada no seu interior? — (Jeremy mantém-se em silêncio a ouvir) — Não precisa responder... Você não tem mentalidade o suficiente para criar uma ideia dessas, sem nunca ter lutado na vida, e nem sequer ter assumido responsabilidades que o cobrem, ou mesmo, a passar por situações que o forcem e obriguem a pensar dessa forma.

Jeremy limpa o rosto da lágrima que caiu, enquanto continua a ouvi-lo:

Pardolome — A não ser que os fantasmas do seu passado sejam os verdadeiros culpados, por fazer você pensar dessa forma. Escute, para conseguir vencer todos os inimigos que cruzarem o seu caminho, Jeremy, primeiro terá que vencer os seus próprios pensamentos destrutivos, os seus próprios sentimentos negativos, e também o seu passado. Não é nada fácil, eu sei, mas não é impossível.

Na parede da sala de estar, cria-se uma fenda grande o suficiente para ver o outro lado. Jeremy levanta ao perceber aquela abertura que brilhava em tom amarelo. Ele, totalmente recuperado, observava todo o cômodo que chamou a sua atenção, ao perceber na parede onde estava o portal, alguns retratos do próprio Pardolome, o que deixa ele muito curioso.

Jeremy — Você criou essa casa com o seu poder, não foi?

Pardolome — Quis dizer anomalia, o fragmento nos dá anomalias, e as minhas principais são "memórias" e "ilusões". Posso formar qualquer coisa à medida que a minha energia permitir. — Diz ao entrar no cômodo junto dele.

Jeremy — Por isso criou essa casa enorme, que vem com o seu retrato na parede? — diz a rir, por achar engraçado a maneira como ele estava retratado.

Pardolome — Essa é a minha casa, se ainda não percebeu. — Responde para ele, calmo e sério.

Jeremy — Ei! — (Percebe algo) — Eu sabia, você é um humano! Mas, por que está no corpo de um pássaro?

Pardolome — Porque eu sou um. — Afirma ele.

Jeremy — Ah! Sério!? — (diz incrédulo) — Pelo que eu sei, pássaros do seu tipo não tem casa fixa, ainda mais tão bem-feitas como essa! E ainda vai negar? Você é um humano sim! Com família e tudo! Ou talvez era na vida passada, mas essa é outra...

Pardolome — Eu vivi a minha vida passada inteira, e eu fui tudo naquela vida, menos humano! — Ao vociferar, toda a casa treme.

Jeremy — Desculpa... Eu não, eu não queria deixá-lo irritado. Parece que não é só eu que tenho passado.

Pardolome — Não precisa se desculpar... — (suspira) — Eu sou o culpado por tudo o que aconteceu. — Após dizer isso, ele voa de um cômodo ao outro, a passar pela fenda.

Jeremy — E a sua família, onde estão? — Pergunta ao acompanhá-lo, de um cômodo ao outro, a também passar pela fenda.

Pardolome — Eles morrem... o meu fracasso os matou. — E então, a fenda se fecha.

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Renji Abarai

Renji Abarai

Mal posso esperar para recomendar essa leitura aos meus amigos.

2024-12-06

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Atualizado até capítulo 37

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