Jeremy — O que está acontecendo comigo?... Eu não consigo me mexer. — Diz a não enxergar nada ao redor por conta da venda de Pardolome.
Endrey — Não irá precisar... O que deve fazer agora é somente ouvir o que tenho a dizer. — Diz com uma voz suave.
Jeremy — Eu não sei quem é você! Se está fazendo isso comigo, só pode ser um inimigo! — Diz a tentar usar o poder da parte do fragmento, para tentar de alguma forma soltar-se, porém, não consegue.
Endrey — Não pode usar o que é meu, contra mim. Pare de tentar resistir, eu não vim para fazer nenhum mal, apenas trazer um acordo...
Jeremy — Pardolome! Se estiver me ouvindo, eu preciso da sua ajuda! Por favor! — Continua a tentar mexer-se de todas as formas.
Endrey — Não posso forçá-lo a parar mesmo a ter poder parar conseguir, isso é uma decisão sua. O poder que está no seu corpo pertence-me, porém, não vim para reivindicá-lo.
Jeremy — Como você sabe o meu nome? — Diz a revirar o rosto para onde vinha o som da voz.
Endrey — Eu sou dono dos fragmentos que vocês, humanos mortais, extraíram do fundo do oceano para usarem conforme os seus próprios interesses. Precisei exterminar todos eles e manter essa ilha protegida até o tempo certo para retornar para esse mundo. Mas, isso não pode ser feito sem a ajuda de vocês...
Jeremy — Me solta! Eu não sei do que você está a dizer! Eu fui prisioneiro nessa ilha para ser usado em experimentos!
Endrey — Eu sei disso, por isso não exterminei vocês no primeiro teste experimental, quando foram sem proteção, expostos ao meu fragmento. Ainda que, eu não precisasse de todos, apenas de você e Martins, poupei a vida dos seus companheiros e de Durcan, e até mesmo concedi a ele que usasse o meu fragmento inteiro e vocês usassem o outro fragmento dividido, somente para que eu viesse a iniciar o meu desejo.
Jeremy — Está a dizer que não iríamos ter chances de escapar daquelas celas e dividir o fragmento em partes para criar essas dimensões?... — Diz com voz séria e pensativo.
Endrey — É muito interessante a sua ingenuidade, em acreditar que quatro crianças à beira da morte iriam conseguir passar a segurança daquele laboratório e chegar até o fragmento só para dividi-lo em quatro partes, sem nem um instrumento e apenas com as mãos. — Diz enquanto passeia em torno dele. — Eu usei Durcan para eliminar a segurança e abrir caminho para vocês, mas o mesmo está a tentar usar o meu poder contra mim, e o motivo de não eliminá-lo de imediato é porque o meu desejo não está finalizado, pois, você faz parte dele...
Jeremy — Não sei qual é a sua proposta, mas não conta comigo! Eu vou voltar para casa sozinho.
Endrey — Se não aceitar a minha proposta, não irá voltar para casa e eu elimino todos os usuários do meu fragmento imediatamente! — Diz em um tom de ameaça. — Nessa história, são vocês que precisam de nós, e não o contrário...
Jeremy — Nós?... Então, não está sozinho...
Endrey — Somos os únicos seres coexistentes que permanecem intemporais, planejamos e executamos várias vezes o nosso desejo, mas não funcionava por completo, inciavamos e não conseguíamos terminar. Porém, a cada execução, ficamos mais fortes, isso até os humanos encontrarem uma maneira de neutralizar as nossas forças, nos forçando a ocultarmos por um tempo nas profundezas do oceano, justamente para que nesse momento, usássemos as pessoas certas para realizar com perfeição a nossa vontade.
Jeremy — Qual desejo?... Que vontade é essa?
Endrey — Resetar e reconstruir esse mundo. Para que isso aconteça, nós escolhemos você e Martins para serem o nosso receptáculo, e juntos... Iniciar o plano que nós tentamos durante séculos! Resetar a espécie humana e reconstruir esse mundo, para serem semelhantes a nós, e não mais, esses seres desprezíveis e sanguinários que demonstram ser, durante todos os séculos que passamos aqui.
Jeremy — Se nós somos assim... E vocês? Você acabou de dizer que tentou várias vezes destruir esse mundo. Quantas pessoas morreram para que a vontade de vocês prevalecessem? Quantas extinções em massa fizeram nesse processo? Acha mesmo que isso irá resolver o problema desse mundo?
Endrey — Após tudo o que eles fizeram com você, matando a sua mãe, abandonando em um orfanato, o aprisionando numa ilha e usando o seu corpo para experimentos dolorosos e desumanos, sem que tivesse escolhido... Ainda sim quer defender esses humanos egoístas. Se eles continuarem a usar o meu fragmento, eles terão poder contra os outros da sua espécie, e isso resultará numa guerra no seu mundo, e vocês mesmos irão se extinguir e essa terra será destruída de qualquer forma... Então, se for para os seres humanos serem exterminados e esse mundo ser destruído, que seja pelo propósito certo e da maneira certa!
Jeremy — Mesmo assim, eu não quero fazer parte disso.
Endrey — Ainda está confuso quanto a qual decisão tomar, Martins já se decidiu e não se arrependerá disso, você precisa de tempo para digerir, e eu irei respeitar isso... Apenas vou demonstrar um pouco do privilégio que terá ao aceitar a minha proposta.
Jeremy — O quê?... Ei!... Espera! — Um som de vozes são ouvidos ao fundo.
De repente, Jeremy retorna a consciência e se vê na batalha contra o espectro, e com o som da voz de Pardolome a chamá-lo insistentemente:
Pardolome — Jeremy! Acorda! — Grita.
Jeremy — Pardolome! — Responde a tirar a venda do rosto rapidamente.
No mesmo instante, eles veem o espectro emitir um som estranho e incômodo, e em segundos, “flashes” de luz cortam em vários pedaços o cinturão e o próprio espectro a derrotá-lo imediatamente. E após isso, vários meteoroides caem na direção deles, mas o portal abre-se e Stella aparece junto de Saiph com o seu tamanho normal, a usar o seu soco-inglês com lâmina serrilhada, lançando golpes contra todos os meteoroides e conseguindo os proteger.
Stella — Vocês estão bem? — Pergunta para eles.
Jeremy — Eu, eu não sei... — Responde ainda muito confuso com o que aconteceu.
Pardolome — Ele acabou ficando inconsciente em batalha, de repente, mas logo se recupera. — Diz a desprender-se de Jeremy e voltar à sua forma de pássaro.
Jeremy — Ai! — Expressa a cair do alto em cima de Saiph. — Podia ter avisado primeiro! — Reclama com ele.
Pardolome — Temos que seguir em frente, o nosso tempo é curto, a cada momento que passa irá ficar mais perigoso manter-se nessa dimensão.
Stella — Desculpa... — Diz séria. — Eu devia ter mais cuidado com a minha dimensão...
Jeremy — Não diz isso, Stella. Você não teve culpa do que aconteceu, não tinha como saber que isso tudo iria acontecer, e que você sofreria tanto... — Diz a tentar confortá-la.
Stella — É... — Fecha os olhos e tenta segurar as suas emoções. — Eu não tive culpa... — Faz carinho no Saiph que começa a seguir em frente.
Pardolome — Vamos passar por onde? — Pergunta para ela.
Stella — O estreito das auroras boreais. Lá podemos respirar com calma, pois nenhum ser ou espectro vai passar por esse lugar.
Jeremy — E tem um motivo para eles não passarem por ela? — Pergunta curioso.
Stella — Se eles entram na aurora, não voltam mais. Elas fervem qualquer ser vivo que ficar dentro delas.
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Atualizado até capítulo 37
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