"Não tenha medo do mar, Jeremy, aprenda a nadar e ela irá tornar-se a sua companheira."
Não havia lugar para eles ficarem, a floresta era densa e obscura, até mesmo durante o dia, e a praia cobria todo o entorno da ilha. Jeremy sentia o seu corpo diferente, ele não sentia sono, fome ou sede; a sua estrutura física era fora do comum, e o tempo naquele lugar acelerava, diminuindo o tempo da noite e do dia.
A noite de doze horas findou-se repentinamente após algumas horas, e o amanhecer começou no horizonte:
Jeremy — Até quando vamos andar em círculos nessa praia? — pergunta cansado de caminhar. — Andamos a noite toda…
Pardolome — Primeiro, a noite aqui pode ser mais curta que o comum, segundo, você tem capacidade de recuperar as suas energias rapidamente, e terceiro, olhe por onde anda. — Diz enquanto o acompanha a sobrevoar.
Jeremy tropeça numa pedra escondida na areia e cai de joelhos bruscamente, se cortando num caco de vidro de garrafa:
Jeremy — Que dor... dói muito isso... eu nunca me cortei antes — Diz ao tirar o pedaço de vidro que ficou preso nele. — Pardolome, por que não me ajuda? — chama atenção dele, que se afasta e voa a uma certa altura e distância, completamente em silêncio.
E de repente, a ferida de Jeremy começa a brilhar e curar, sem nenhuma explicação, o que deixa ele sem entender o que acontecera, e ao verificar o ferimento na testa com a sua mão, para o seu espanto imediato, essa ferida também havia desaparecido.
Pardolome se aproxima dele e o levanta, enquanto o garoto indignado, o questiona:
Jeremy — O que aconteceu, Pardolome? Estava a agir estranho ao se afastar e não me socorrer enquanto eu estava ferido. — Se levanta a pegar a pedra em que tropeçou. — Você não vai acreditar no que aconteceu, consegui curar-me do corte que sofri pelo caco de vidro, e tudo isso por causa dessa pedra no meu caminho! — Atira a pedra para a frente, que acerta uma parede invisível e volta no chão ao lado dele. — O que é isso? — pergunta sem acreditar no que viu.
Pardolome — Encontrei o que procurava, agora estamos um passo próximo de você voltar para a casa, Jeremy.
Jeremy — O quê? Encontrou o que procurava... Um passo próximo de casa... Do que você está a falar? — Diz confuso com toda aquela situação. — Está a dizer que esse negócio invisível que eu não sei o que é, irá levar-me para a casa?
Pardolome — Esse "negócio" que você chama é uma casa, e não é ela que irá levá-lo para a casa, e sim, você mesmo.
Jeremy — Eu? — Olha para ele que voa até em cima daquela estrutura invisível.
Pardolome — Se quiser voltar para casa, precisamos trabalhar juntos. Existe um único jeito de você voltar para a casa, e eu vou ajudá-lo. — Diz enquanto Jeremy apenas o observa atento no que ele dizia. — Toda essa ilha está sob o efeito de um fragmento desconhecido e poderoso, que contamina e afeta tudo o que está na sua área, incluindo nós. Mas não se assuste, podemos usar esse poder ao nosso favor, para levá-lo para casa.
Jeremy — Como?... — Pergunta ao aproximar do grande imóvel invisível e tentar de alguma maneira, trocá-lo.
Pardolome — Esse fragmento foi dividido em partes, o que precisamos fazer é pegar cada uma delas e juntar em um fragmento completo novamente. E não fique a perguntar se vai conseguir, você não está sozinho.
Jeremy — Mas... Eu nem ao menos sei viver sozinho, eu sou só um garoto perdido e com medo de nunca mais voltar para casa. — Diz a expressar desânimo e receio de continuar.
Pardolome — Você saberá viver, se confiar em si mesmo, esse é o seu primeiro passo. Escute, Jeremy, se não confiar em si mesmo, ninguém irá…
Jeremy — ... O que isso tem a ver com voltar para a casa? — ao dizer isso, vira de costa para ele e fica a olhar para o mar.
Pardolome — Jeremy! Se não consegue ser capaz de confiar em si mesmo, e olhar além das suas próprias limitações, junto de alguém que pode ajudar-te, é melhor você seguir sozinho por essa praia a própria sorte, tentando voltar para casa. E não adianta olhar para o mar como se ele tivesse a resposta e o resgate que você procura...
(Enquanto Pardolome falava, a realidade em torno dele se distorcia e o que era, inicialmente invisível, agora podia ser visto, uma casa grande de dois andares)
Pardolome — ... Porque eles não virão ao resgate, ninguém virá... Para nós, esse lugar existe, mas para o restante do mundo, esse lugar não está nem no mapa! Sei bem que nesse momento, deve haver muitas perguntas no seu pensamento, sobre tudo o que acontece nessa ilha, mas, se quiser as respostas que precisa, deve começar a procurá-la agora.
Jeremy não diz uma palavra, apenas a ouvir tudo o que Pardolome lhe dizia, ainda relutante sobre o que faria, mas já convencido que precisava continuar ao lado dele até conseguir escapar daquela ilha:
Pardolome — Essa casa é praticamente a ponte que nos dá o acesso para onde está as partes desse fragmento poderoso, em cada cômodo existe uma entrada para uma dimensão. Todas as partes desse fragmento estão em dimensões diferentes, sob a proteção de alguém que o protege, é semelhante há um ovo dentro de uma toca bem protegida por um animal selvagem. Entramos na toca, eliminamos a ameaça e levamos o ovo connosco... — Explicar ao perceber Jeremy virar para ele, novamente.
Jeremy — Eu sei que devo ter algum poder, já que você mesmo disse que todos os que estão nessa ilha, são afetados... Ainda que eu tenha alguma vantagem com esses poderes, são várias tocas diferentes, vários ovos bem escondidos nelas, e várias ameaças que as protegem...
Pardolome — Não são muitas partes, apenas algumas. E como eu disse antes, você não está sozinho e também...
A venda cinza que estava amarrada nele cai, a revelar os seus olhos reluzentes, que mais pareciam duas nebulosas em constante movimento dentro deles:
Pardolome —... Você não é o único que tem poderes aqui, Jeremy...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 37
Comments
My sói
Estou obcecada por essa trama, mal posso esperar para saber o que acontece!
2024-12-05
2
ardem_007
lindas palavras 👏♥️
2024-12-13
1